segunda-feira, 29 de setembro de 2003

GOSTOSA LOUCURA (CRAZY/ BEAUTIFUL):

Sabe aqueles dias em que você não tem muito o que fazer, tá sem dinheiro e com preguiça de sair? Daí a única coisa que se tem para fazer é assistir um filme na TV a cabo? Pois é. Foi assim que eu assisti a Gostosa Loucura. É um filme sobre o amor entre pessoas de níveis sociais diferentes. Mas os problemas do casal não páram por aí.
Nicole (Kirsten Dunst) estuda em Pacific Palisades High e lá conhece Carlos (Jay Hernandez). Enquanto Nicole é filha de um político, Carlos é pobre e vive em um bairro latino muito distante do colégio. Sua família faz de tudo para mantê-lo estudando.
Acontece entre eles uma grande paixão. Mas Nicole é uma garota problemática. Tanto a família de Carlos quanto a de Nicole aconselham o rapaz a se afastar dela para não sair prejudicado pelo comportamento destrutivo da moça.
O destaque do filme é mesmo Kirsten Dunst. Ela está muito bem como a transtornada adolescente.
O filme é até bem legalzinho. É um romance água com açúcar, que lembra um pouco a história de Romeu & Julieta. Não é muito legal para moças em momentos sensíveis (Leia-se TPM). Se bem que em momentos sensíveis qualquer filme faz chorar... :-) Nota: 6.
Melhor discurso do filme: Nicole numa discussão com o pai: "Por que você me odeia tanto? Como você pode dizer para a única pessoa que eu amo no mundo, aquela que eu mais me importo, para ficar longe de mim?" (Nicole - Kirsten Dunst)
GOSTOSA LOUCURA (Crazy/ beautiful) - 2001 - Gênero: Romance - Direção: John Stockwell // Kirsten Dunst, Jay Hernandez, Bruce Davison.

O CASAMENTO DOS MEUS SONHOS (THE WEDDING PLANNER):
Mary Fiore (Jennifer Lopez) trabalha no ramo de organização de casamentos. Extremamente competente, ela planeja, organiza, arruma, conserta... Faz de tudo para que na hora H a cerimônia de casamento saia perfeita. Enquanto isso, seu pai, Salvatore (Alex Rocco) tem outras preocupações em mente. Ele é obcecado em arrumar um casamento para a filha. Até encontra um pretendente: Massimo (Justin Chambers), amigo de infância de Mary. Mas, embora este seja apaixonado por ela, a recíproca não é verdadeira.
Um dia desses, Mary é salva de um acidente pelo Dr. Steve (Matthew McConaughey). Ela logo se apaixona pelo seu "herói". Mas todos os seus planos amorosos vão pelo ralo quando ela descobre que seu novo amor é na verdade o noivo do casamento milionário que ela está organizando no momento.
Essa foi a premissa do filme. As mesmas histórias amorosas, sempre com seus empecilhos... Mas se não fosse assim, não existiria porquê contá-las. O casamento dos meus sonhos é aquele filminho bem "Sessão da tarde" mesmo. Água com açúcar e divertidinho. Mas nada que vá acrescentar muito na vida de quem o assiste. A direção é normal, o elenco normal... O máximo de destaque vai para Alex Rocco e Justin Chambers, como o pai e o amigo-pretendente de Jennifer Lopez. Vale como passatempo. Mas passados 5 minutos do fim do filme você já esqueceu dele. Nota: 6.
Melhor discurso do filme: "Eu sou um imã para homens comprometidos e estou cansada disso!" (Maria Fiore- Jennifer Lopez)
O CASAMENTO DOS MEUS SONHOS (The Wedding planner) - 2001 - Gênero: Romance - Direção: Adam Shankman // Jennifer Lopez, Matthew McConaughey, Bridgette Wilson, Alex Rocco, Justin Chambers.

sábado, 6 de setembro de 2003

MATRIX RELOADED (THE MATRIX RELOADED):

Para falar de Matrix eu tenho que ir com muita calma. Afinal de contas, este é um dos filmes mais aclamados dos últimos anos. A Trilogia Matrix é para o público de hoje o que a Trilogia Star Wars foi para o público dos anos 80.
Acho que Matrix tem um visual maravilhoso, um roteiro inovador, idéias conspiratórias muito maneiras, uma direção que beira a perfeição, atores em sintonia e efeitos especiais que deixaram muita gente com o queixo caído. É chover no molhado falar uma coisa dessas, mas depois dele, o cinema não foi mais o mesmo. O exemplo disso é que até hoje vemos muitos filmes "clonando" o efeito bullet time. Particularmente, acho Matrix um bom filme. E só não dou nota 10 por um detalhezinho mínimo... Bem micro mesmo... Às vezes um detalhezinho do tamanho de uma poeira estraga todo o filme pra mim. Mas não cabe mencioná-lo nesta crítica. Afinal, estamos falando aqui da aguardada parte 2.
Matrix Reloaded é mais fraco que o primeiro filme. Mas o que o faz ser um filme imperdível são as revelações e mistérios que ele traz. É o famoso "estamos no meio do caminho e não sabemos bem no que vai dar!". Afinal, só por ser a segunda parte de um fenômeno mundial, já garante qualquer tipo de audiência. Até do público que não gostou tanto assim do primeiro quer matar a curiosidade com a saga de Neo (Keanu Reeves) e sua gang.
Neste filme, o encontramos muito preocupado com uns pesadelos que anda tendo sobre a morte de Trinity (Carrie-Anne Moss). Eles, obviamente, estão vivendo seu caso de amor iniciado no primeiro filme. Enquanto isso, partem com Morpheus (Laurence Fishburne) para a cidade de Zion, onde as máquinas sentinelas estão prestes a encontrar os rebeldes e exterminá-los. Neo vai ao encontro do Oráculo (Gloria Foster) e esta o aconselha a procurar o Chaveiro (Randall Duk Kim). Ele o ajudará a encontrar a fonte da Matrix para evitar a destruição de Zion. Durante a busca ao Chaveiro, Neo e seus seguidores enfrentam grandes desafios, como sempre. Destaque para o Agente Smith (Hugo Weaving), agora em versão "unplugged" da Matrix e com poder de se multiplicar.
Matrix Reloaded cumpre seu papel de segundo filme da trilogia. Ele mostra um caminho, mas não estamos bem certos do que poderá acontecer. Isso faz com que as portas para o último filme sejam abertas. É como em Star Wars - O Império Contra-ataca. Aliás, não é só nisso (e no fato de serem trilogias) que Matrix e SW se parecem. Podem me chamar de saudosista, mas algumas cenas de Matrix Reloaded me fizeram lembrar de Star Wars. Por exemplo: na hora em que o Conselho de Zion se reúne para aprovar ou não a proposta de Morpheos - não vou contar tudo pq senão perde a graça pra quem não viu. Aquele conselho me lembrou tanto o Conselho Jedi! Eu fiquei esperando aparecer o Obi Wan, o Anakin, Mace Windu e o Yoda! *ok, eu sou uma nerd assumida!* :-)
Esta segunda parte é menos regular que a primeira. Revezam-se partes legais com partes bem monótonas. Como momentos legais, por exemplo, destaco as conversas que o Neo tem com o Oráculo, com o Arquiteto e com um dos conselheiros da cidade de Zion. Dá pra você "viajar" com a conversa sobre "lutar contra as máquinas, sendo que precisa-se delas para sobreviver". Quanto a momentos dispensáveis, destaco a "rave de Zion" e o fato do Neo voar como o Super-homem. Aliás, tem uma cena em que ele faz isso, que eu jurava que ia acontecer como na vez em que o Super-homem dá várias voltas ao redor da Terra, bem rápido e ao contrário da rotação, para salvar a Lois Lane! *nerd! nerd! nerd!* :-)))
Mesmo não tendo me empolgado tanto com a estréia de Matrix Reloaded como me empolguei com a estréia de Matrix, pretendo ver a última parte, que vai sair agora em novembro. É o tipo de coisa que se tornou imperdível devido a força de seu marketing. E além disso, tô louca pra ver onde todas estas "teses conspiratórias" dos irmãos Wachowski vão dar... Nota: 7.
Melhor cena do filme: A conversa do Arquiteto (Helmuti Bakaitis) com Neo (Keanu Reeves)
Melhor texto do filme: "Eu te matei, Sr. Anderson. Eu assisti você morrer... com uma certa satisfação, obviamente. Então algo aconteceu. Algo que eu sabia ser impossível, mas mesmo assim aconteceu." (Agent Smith - Hugo Weaving)
MATRIX RELOADED (The Matrix reloaded) - 2003 - Gênero: Ficção Científica - Direção: Andy Wachowski e Larry Wachowski // Keanu Reeves, Laurence Fishburne, Carrie-Anne Moss, Hugo Weaving, Matt McColm, Jada Pinkett Smith, Monica Bellucci, Lambert Wilson, Gloria Foster, Helmuti Bakaitis, Randall Duk Kim, Adrian Rayment, Neil Rayment, Ian Bliss.

TIROS EM COLUMBINE (BOWLING FOR COLUMBINE):
Confesso que não assisto muito a documentários. Algumas vezes por falta de oportunidade, outras por puro preconceito mesmo... Eu sei que não conheço muito para falar, mas documentários sempre me deram a impressão de serem reportagens chatíssimas sobre assuntos sérios. Quando vi Michael Moore no Oscar sendo vaiado por ter a mesma opinião antibelicista que eu (ou seja, nós "odiamos" Mr. Bush Jr.), me bateu uma vontade louca de assistir ao seu trabalho. Ainda bem que eu tive essa vontade! Do contrário, perderia uma obra surpreendente, reveladora, cômica e até mesmo assustadora sobre os cidadãos americanos pró armamento.
O documentário é excelente! Desde a escolha da trilha sonora aos créditos finais. Michael Moore narra todo o filme e interage com algumas pessoas que aparecem nas entrevistas. Temos Charlton Heston, que foi enganado por Moore para conseguir a entrevista. Temos Marilyn Manson e Matt Stone, por exemplo. E Michael Moore se sente à vontade no documentário. Ele me lembra um pouco o Jô Soares em início de carreira como entrevistador.
Tiros em Columbine tem partes engraçadas, outras chocantes, outras curiosas. Muitas vezes me peguei de queixo caído com entrevistas com americanos que defendem o uso das armas, sem perceber que o perigo são eles próprios. É só pensar no ponto departida para o próprio documentário: Dois jovens que entraram em seu colégio armados e saíram atirando em todo mundo. Acho que já temos argumentos suficientes aqui.
Embora muitas vezes Moore pareça querer um pouco de publicidade para si, como no momento em que vai até uma loja de departamentos com sobreviventes do ataque ao colégio Columbine, no fundo ele só quer mostrar o quanto absurda e ridícula é a situação da violência americana. Através de pesquisas ele vai mostrando que a violência americana não é resultado da violência na TV, por exemplo. Afinal, muitos países europeus e o Japão consomem esta programação e os números da violência contra o indivíduo não chega nem perto da americana.
Ah! Prestem atenção no caso do Canadá! Até eu fiquei querendo me mudar pra lá urgente!
Por isso e por muito mais, sugiro a todos que assistam Tiros em Columbine. Principalmente os estudantes. As escolas deveriam até adotá-lo como material acadêmico. Afinal de contas tem muita gente por aí que gosta de imitar o que vem de fora. Vide aquele estudante de medicina que atirou dentro de um cinema em SP há alguns anos.
Agora, só me falta ler o livro do Michael Moore, "Stupid White Men", que já está aguardando na minha pilha de livros! E, claro, assistir a mais documentários! Nota: 10.
Melhor frase do filme : "Obrigado por não atirar em mim!" (Michael Moore diz a um canadense, após invadir sua casa.)
TIROS EM COLUMBINE (Bowling for Columbine) - 2002 - Gênero: Documentário - Direção: Michael Moore // Michael Moore, Charlton Heston, Marilyn Manson, Matt Stone.

quarta-feira, 3 de setembro de 2003

TUDO SOBRE MINHA MÃE (TODO SOBRE MI MADRE):

Manuela (Cecilia Roth) é uma enfermeira que trabalha em prol dos transplantes de órgãos. É mãe solteira e seu filho, Estéban (Eloy Azorín), está prestes a fazer 17 anos. O garoto quer ser escritor e tem muita curiosidade em saber quem é seu pai. Mas Manuela prefere manter isto em segredo. No dia em que Estéban completa 17 anos, Manuela e ele vão ao teatro para comemorar. Estéban é fã da atriz principal, Huma Rojo (Marisa Paredes), e pretende pegar um autógrafo no fim do espetáculo. Mas quando tenta falar com a atriz, ela não lhe dá atenção. Estéban corre atrás de seu carro e nesta hora ele é atropelado e morre. Manuela fica desesperada, abandona tudo e vai para Barcelona para avisar o pai do menino de seu falecimento. E o mais curioso é que este é um travesti de nome Lola (Toni Cantó). Em sua busca ela vai conhecendo e reencontrando pessoas, como a travesti Agrado (Antonia San Juan), que também conheceu Lola. Agrado apresenta Manuela à freira Maria Rosa (Penélope Cruz), que está de partida para El Salvador. E, surpresa das surpresas, Manuela acaba conhecendo Huma Rojo e passa até a trabalhar para ela. Todas estas pessoas, nem é necessário dizer, vivem conflitos pessoais que parecem sem solução.
O filme é de uma delicadeza singular. Todo bem construído... O foco fica todo em Manuela, interpretada maravilhosamente por Cecilia Roth. Como perdeu seu filho, Manuela acaba abraçando a todas as pessoas que conhece após o acidente com Estéban como seus filhos. Ela é a grande mãezona, que muda a vida de todos. Vai ajudando a resolver os problemas dos envolvidos na história. Uma história bonita e cativante.
Dedico agora o fim desta crítica a Pedro Almodóvar. Costumo encará-lo como o "Joãozinho Trinta da Espanha". Os filmes do diretor possuem um colorido, um figurino que se aproxima muito do carnavalesco. Ambos beiram o brega, mas o "brega-chique". As histórias de Almodóver são sempre muito passionais. É um amor sem limites e sem moral até! Só mesmo os latinos e os espanhóis para viverem o amor desta forma, não é? Almodóvar não chega a ser meu diretor preferido, mas sempre que sai algum filme seu, tento assistir.
Tudo sobre minha mãe é um filme lindo e todo o elenco está muito bem, exceto a sem sal Penélope Cruz, que continua muito chatinha como sempre... O resto está de parabéns. E Almodóvar mereceu todos os prêmios q ganhou com o filme. Com certeza vai entrar pra minha lista de melhores filmes do diretor. Só não conseguiu desbancar o meu preferido: Ata-me! Nota: 7.
Melhor frase do filme: "Eu não sou uma vagabunda! Eu transei muitas vezes por aí, mas eu não sou uma vagabunda." (Manuela - Cecilia Roth) *clap, clap, clap*
TUDO SOBRE MINHA MÃE (TODO SOBRE MI MADRE) - 1999 - Gênero: Drama - Direção: Pedro Almodóvar // Cecilia Roth, Penelope Cruz, Eloy Azorín, Toni Cantó, Antonia San Juan, Marisa Paredes, Candela Peña.

CONSPIRAÇÃO (CONSPIRACY):
Este filme foi produzido para a televisão pela HBO e ganhou muitos prêmios. Também pudera... O filme é realmente muito bom e os atores souberam interpretar direitinho o que se exigia. Conspiração é baseado em um fato real. Infelizmente...
Ele retrata uma reunião em 1942 entre líderes da SS e nazistas para determinar o destino dos judeus europeus. Esta reunião aconteceu em local escondido e era secretíssima. Todos os participantes deviam se livrar dos documentos e anotações que fizessem. Mas como sempre existe alguém para desobedecer... É por isso que hoje sabemos que ela aconteceu.
O filme começa com a preparação da mansão para a tal reunião e com a chegada dos convidados. Acho que ele tem mais ou menos a mesma duração da reunião real. O que foi uma escolha muito feliz do diretor, pois quem assiste pode sentir o "clima", sem cortes e mudanças bruscas de cenário. O que temos ali é uma reunião comum, com discussões, discordâncias, brincadeirinhas, pausa para o cafezinho etc. Mas infelizmente esta reunião era para dar o aval para o extermínio de pessoas inocentes, apenas por causa de preconceitos bobos e idéias doentias.
Os atores deram o tom correto para seus personagens. Todos eles muito frios, como se estivessem decidindo coisas banais e não a liberação de uma carnificina horrorosa. Ponto pra eles; tristeza para a humanidade. E a direção apenas seguiu os diálogos sem maiores firulas. Mas isto não quer dizer que a direção foi ruim. Eu acho que ela também estava no ponto certo, igual a um mero espectador.
Como antibelicista ferrenha, gosto de assistir a filmes deste tipo. Fico indignada com a capacidade humana de chegar tão baixo e ainda se intitular mais inteligente que os animais. Vejo filmes sobre guerras, o holocausto e racismo só para me lembrar o quanto o ser humano pode ser ruim com seus semelhantes. E no futuro, colocarei meus filhos para assistirem isso também. Assim, eles aprenderão sobre a vida. E com certeza Conspiração será mais do que recomendado a eles. Nota: 8.
Um dos diálogos mais horríveis do filme: "Evacuação para onde?" (Hofmann - Nicholas Woodeson)



"Vamos deixar esta conversa para depois..." (Heydrich - Keneth Branagh)



"Pro inferno, eu espero!" (Klopfer - Ian McNeice)



"Muitos já estão por lá..." (Lange - Barnaby Kay)



"Mas será que eles têm um 'inferno'?" (Luther: Kevin McNally)



"Agora eles têm... Nós providenciamos isso." (Heydrich)
CONSPIRAÇÃO (COSNPIRACY) - 2001 - Gênero: Drama - Direção: Frank Pierson // Stanley Tucci, Keneth Branagh, Nicholas Woodeson, Ian McNeice, Barnaby Kay, Kevin McNally.