terça-feira, 28 de outubro de 2003

PROCURANDO NEMO (FINDING NEMO):

Antes de qualquer coisa preciso afirmar algo: sou fã dos desenhos e filmes da Disney. Desde criancinha tento assistir tudo que eles produzem.
No fim dos anos 80, os Estúdios Disney andavam um pouco desacreditados. Seus filmes já não faziam o mesmo sucesso de sempre. Mas no começo dos anos 90, eles conseguiram voltar ao topo, com filmes como A Pequena Sereia, Alladin e o campeão dos campeões, O Rei Leão. Depois deste sucesso todo, eles voltaram a andar em baixa. E por várias razões. Outros estúdios começaram a investir em longas de animação, com tanta qualidade quanto a dos estúdios Disney. Além disso, outra ameaça andava rondando Mickey & sua gang: as animações geradas por computador. Filmes como Shrek, por exemplo, começaram a tomar o espaço (e a renda) das produções Disney, que ainda hoje realiza também filmes com desenhos feitos também à mão.
Mas quem está no poder há tanto tempo não é bobo, não é verdade? E o que os produtores da Disney fizeram? Associaram-se a um pequeno estúdio independente, chamado Pixar. Tudo isto para entrar neste novo mercado de desenhos feito por computação gráfica. E aí, não teve jeito! Aliando competência, criatividade e roteiros excelentes, Disney e Pixar arrasaram com Toy Story, Vida de inseto, Monstros S/A entre outros.
Esta foi apenas uma pequena introdução para falar de Procurando Nemo, o resultado mais recente da parceria Disney/Pixar. E como não poderia deixar de ser o filme é muuuuuito legal. E o que é melhor: não tem idade certa para assití-lo. As crianças vão gostar, mas os pais e outros adultos também vão amar. E ainda recebem umas mensagenzinhas de bônus.
Procurando Nemo Conta a história dos peixes-palhaços (isto não é uma profissão e sim uma espécie!!) Marlin (voz de Albert Brooks, no original) e seu filho Nemo (voz de Alexander Gould). Antes do pequeno Nemo nascer, seu pai quase o perdeu. Um peixe maior comeu toda a sua família, incluindo sua mulher. Só restaram os dois. A partir deste acidente Marlin, com medo de perder quem ele ama novamente, cria Nemo com uma superproteção asfixiante. Ele ainda se baseia em um problema de nascença de Nemo - que tem uma de suas nadadeiras menor do que a outra - para justificar tanto cuidado. Um dia, Nemo se cansa disso tudo e foge de perto do pai. Claro, que ele acaba sendo apanhado por uma rede... E deixa Marlin completamente desesperado, tentando encotrar seu filho amado. No meio do caminho ele conhece um bando de peixes malucos: Bruce (voz de Barry Humphries), o tubarão pertencente a um grupo de auto-ajuda para não comer mais os outros peixes e Dori (voz de Ellen DeGeneres), uma "peixa" que tem a memória muito, muito curta. Enquanto isso, Nemo tenta por si só voltar para o mar e fugir de Darla (voz de LuLu Ebeling), a garotinha que vai ganha-lo de presente. Segundo dizem, Darla é uma assassina de peixes!
Procurando Nemo é um filme cheio de mensagens subentendidas. Fala de como não é legal um pai superproteger um filho; de como aqueles que são "especiais" (leia-se aqueles que tem algum tipo de deficiência) sabem se virar sozinhos; de que não adianta ter medo de viver; de que não é porque somos diferentes que não podemos ser amigos... Nossa! É muita lição escondida num filme só! Eu me diverti muito ao assistir, e ainda saí de lá com várias lições de vida!
Amei! Tomara que a parceria Disney/Pixar dure, pelo bem do primeiro. Se bem que eu já ouvi certos rumores... Nota: 9.
Melhor diálogo do filme: "Eu prometi que ia deixar nada acontecer com ele." (Marlin - Albert Brooks)



"Mas se nada acontecer com ele, NADA vai acontecer. Isso não é legal pro Nemo." (Dori - Ellen DeGeneres)
PROCURANDO NEMO (Finding Nemo) - 2003 - Gênero: Infantil - Direção: Andrew Stanton, Lee Unkrich // Albert Brooks, Ellen DeGeneres, Alexander Gould, Willem Dafoe, Barry Humphries, LuLu Ebeling.

MAGNÓLIA (MAGNOLIA):
Magnólia retrata a vida de um grupo de pessoas de San Fernando Valley, na Califórnia, durante um dia inteiro. Embora algumas não se conheçam, suas vidas e sofrimentos estão interligados.
Donnie Smith (William H. Macy), em sua juventude, ganhou muito dinheiro num programa de televisão onde as crianças respondiam questões dificílimas, contra um grupo de adultos. Isto foi a alguns anos atrás e até hoje seu record não foi batido. Donnie ainda é reconhecido nas ruas, mas ele não tem mais dinheiro. Devido a um acidente, ele também não é mais tão inteligente. Perdeu o emprego recentemente e vive sozinho, em busca do afeto de todos. Já Stanley Spector (Jeremy Blackman) segue os mesmos passos de Donnie. Ele é um garoto extremamente inteligente e está participando do programa mencionado, com grandes chances de quebrar o record. Stanley também é muito solitário e vive para estudar. Enquanto busca o carinho de seu ausente pai, Rick Spector (Michael Bowen), este só pensa no dinheiro que pode ganhar com o filho. Rick trata Stanley com frieza, como se o menino fosse uma máquina.
O nome do programa em questão é "What do Kids Know" e é apresentado por Jimmy Gator (Philip Baker Hall). Foi diagnosticado que o apresentador está com câncer e, de vez em quando, ele sofre alguns desmaios. Como sabe que logo irá morrer Jimmy busca resolver questões do passado. Ele tenta pedir perdão a sua filha, mas não consegue. Cláudia (Melora Waters) não esquece o que passou: Seu pai abusava sexualmente dela. Cláudia tem problemas emocionais sérios e vive drogada. Um dia, depois de mais uma "viagem", ela conhece o policial Jim (John C. Reilly). Ele vai a casa de Cláudia para verificar uma reclamação sobre barulho e quase a pega usando drogas. Entre os dois surge uma afeição. Jim é tímido e cumpridor de seu dever. Eles estão completamente inseguros se devem ou não seguir seus sentimentos. O mais irônico é que Cláudia acaba tendo um relacionamento com alguém que tem o mesmo nome de seu famoso pai, o grande causador de seus problemas.
Enquanto isso, outra pessoa envolvida com o programa também está morrendo de câncer. É o produtor Earl Partridge (Jason Robards), que está em estado terminal. Sua esposa, Linda (Juliane Moore), está desesperada e em depressão com a proximidade da morte de seu marido. Ela é mais nova do que ele e quando casaram, não era apaixonada. Foi por puro interesse mesmo. Mas agora, ao vê-lo morrendo, ela descobre-se apaixonada. Earl tem um solitário enfermeiro, Phil Parma (Philip Seymour Hoffman), que vive em sua casa para qualquer emergência. Como último desejo, Earl pede a Phil que encontre seu filho, abandonado anos atrás. O filho de Earl é Frank T.J. Mackey (Tom Cruise), uma espécie de guru dos homens solteiros, com seus ensinamentos machistas e duvidosos.
Magnólia é um filme extremamente complexo de ser assistido e entendido. Os menos atentos podem não captar as mensagens inseridas. São contos de vidas, onde a tristeza e o desespero chegou ao limite dos personagens. Mas é um filme muito positivo também. Magnólia mostra que mesmo com tanto desespero, sempre pode haver uma redenção e um recomeço para todos. Para mim é uma fábula moderna. Maravilhoso! Nota: 9.
Melhor citação do filme: "Nessa vida, o que importa não é o que você espera; não é o que você merece. O que importa é o que você consegue." (Frank T.J. Mackey - Tom Cruise)
MAGNÓLIA (Magnolia) - 1999 - Gênero: Drama - Direção: Paul Thomas Anderson // Tom Cruise, Juliane Moore, William H. Macy, Philip Seymour Hoffman, Philip Baker Hall, Melinda Dillon, Jason Robards, John C. Reilly, Jeremy Blackman, Melora Walters, Michael Bowen.

domingo, 26 de outubro de 2003

TODO MUNDO EM PÂNICO (SCARY MOVIE):

Há algum tempo falei sobre a seqüência deste filme, Todo mundo em pânico 2, mas ainda não tinha falado da primeira parte.
Todo mundo em pânico foi uma grande surpresa no ano de seu lançamento. Fez um grande sucesso nas bilheterias mundiais, o que inevitavelmente acabou gerando sua(s) seqüência(s). Fui ao cinema assistir ambas as partes. Mas detestei a segunda. Não achei graça alguma. Só vi escatologia. A primeira é bem mais engraçada.
Todo mundo em pânico é uma sátira a filmes de terror adolescente. Junta em um referências de vários deles, como Pânico, Lenda Urbana e Eu sei o que vocês fizeram no verão passado. Tudo com muito humor, é claro.
A base para esta comédia está na série Pânico. Até o serial killer se veste igual. Claro, que também há referências a cultura pop, sexo e drogas.
Este tipo de sátira não é novidade no cinema. Já foram feitas muitas delas, em diferentes gêneros. Como exemplo, podemos citar Top Secret, que é uma sátira a filmes de espionagem e a série Top Gang, que satirizava filmes de ação. É engraçado? É. Mas não é novidade. Todo mundo em pânico é para aqueles momentos com nada mesmo para fazer. Nota: 7.
Melhor diálogo do filme: "Mamãe disse que quando eu estiver com o distintivo, você deve me tratar como um homem da lei." (Doofy - Dave Sheridan)



"É, e mamãe também disse pra você não colocar mais seu pintinho no aspirador." (Buffy Gilmore - Shannon Elizabeth)
TODO MUNDO EM PÂNICO (Scary movie) - 2000 - Gênero: Comédia - Direção: Keenen Ivory Wayans // Anna Faris, Shawn Wayans, Marlon Wayans, Jon Abrahams, Shannon Elizabeth, Cheri Oteri, Dave Sheridan, Carmen Electra.

INSÔNIA (INSOMNIA):
Será que o diretor Christopher Nolan está querendo se especializar em males psicológicos? Seu primeiro filme, que o revelou para o mundo, foi o excelente Amnésia. Seguido por este, Insônia. Qual será o próximo título? Depressão? *rs*
Mas vamos ao que interessa... Insônia é um filme policial interessante. Mas não chega a ser tão bom quanto Amnésia. Era inevitável comparar ambos, mesmo que ambos sigam caminhos diferentes.
O detetive Will Dormer (Al Pacino) é enviado para uma cidadezinha no Alaska para investigar a morte de uma adolescente. Na verdade, seus superiores o enviaram para lá, junto com seu parceiro, para afastá-lo de circulação. Sua jurisdição tem suspeitas de que Will está envolvido em corrupção.
Durante as investigações do assassinato, Will passa por problemas que não imaginava. Na tal cidadezinha, na época do ano em que eles se encontram, a luz do sol permanece 24 horas. Will não consegue dormir nunca por causa disso, e seus sentidos ficam meio perdidos. Para piorar a situação, na busca pelo assassino, Will acaba atirando acidentalmente em seu parceiro, que morre devido aos ferimentos. Will esconde de todos o que aconteceu, pois não quer outro processo em suas costas. Mas o delegado da cidade manda a detetive Ellie Burr (Hilary Swank), fã de Will, investigar o caso. Durante este período, Will começa a receber ligações do assassino. Este sabe que ele matou o parceiro por acidente. Aliás, esta interação entre o "mocinho-não-tão-mocinho-assim", Will, e o assassino são as mais legais do filme.
Insônia é interessante. Mas em alguns momentos eu me sentia tão cansada e com sono quanto o personagem de Al Pacino. Não sei se de repente era alguma jogada de câmera ou iluminação, mas tive a impressão de também estar exausta e sem dormir ao assistir o filme. Dá um certo incômodo... Principalmente nas cenas onde Will não consegue dormir. Mesmo sendo um filme mais comercial do diretor Nolan, acho que este não perdeu a mão. O filme é interessante, mas acho que é difícil de agradar a todos. Nota: 7.
Melhor citação do filme: Me deixa dormir... (Will Dormer - Al Pacino, no fim do filme)
INSÔNIA (Insomnia) - 2002 - Gênero: Policial - Direção: Christopher Nolan // Al Pacino, Martin Donovan, Hilary Swank, Robin Williams.

quarta-feira, 22 de outubro de 2003

RONIN (RONIN):

Há algum tempo eu vinha querendo assistir a este filme. Não era aquela vontade enlouquecida que você precisa assistir logo... Era mais uma curiosidade. Principalmente por ter no elenco dois atores que eu admiro muito: Robert De Niro e Jean Reno. Quanto a Mr. De Niro eu nem vou me alongar para cair no óbvio. O cara é muito bom, tem talento de sobra e só sua aparição na tela por 5 segundos já vale o ingresso, não? Já Jean Reno eu aprendi a gostar assim que assisti O Profissional. Agora sempre que ouço falar de algum filme que ele participa, me interesso em ver.
Mas voltando a Ronin, finalmente eu consegui assistir. Achei um filme mediano. Alguns momentos, cansativo. Mas dá para assistir na boa.
Deirdre (Natascha McElhone), uma mulher muito misteriosa, contrata um grupo de mercenários para encontrar uma maleta ultrasecreta. Estes homens nunca trabalharam em conjunto. Na verdade, eles são aquilo que dá origem ao nome do filme: No Japão, Ronin(s) eram os samurais que trabalham sozinhos, sem um mestre. Estes homens são assim: especialistas em diversas áreas, que trabalham sozinhos, mas desta vez foram contratados para juntar suas forças numa mesma missão. Logo durante o planejamento desta, um deles se destaca como líder do grupo: Sam (Robert De Niro). Com seu estilo cool e ao mesmo tempo "sou-super-experiente-seus-principiantes", Sam mostra que não está para brincadeiras. Não quer fazer amizade. Só está lá pelo dinheiro mesmo.
O grupo precisa recuperar a tal maleta misteriosa antes que o homem que está com ela, venda para os russos. Eles conseguem cumprir a missão. Mas a partir desse momento tudo se complica. Um deles trai o grupo, querendo faturar em cima da venda. Daí em diante, o filme vira um jogo de gato e rato, onde todos os integrantes da missão correm atrás da maleta, se metem em perseguições, tiroteios e mais traições.
Sinceramente eu esperava mais do filme. Acho que esse negócio de tiroteio e perseguição anda ficando meio chato... É a mesma coisa sempre! Sei, lá... Não me empolguei mesmo. Nota: 6.
Melhor citação do filme: "Sempre que existir qualquer dúvida, não existe dúvida. Esta é a primeira coisa que eles ensinam a você." (Sam - Robert De Niro, filosofando...)
RONIN (Ronin) - 1998 - Gênero: Ação - Direção: John Frankenheimer // Robert De Niro, Jean Reno, Natascha McElhone, Sean Bean.

HULK (HULK):
Antes de começar a comentar o Hulk, de Ang Lee, eu preciso fazer uma introdução emocionada aqui... :-)
Quando era bem criancinha a série do "monstrão verde" passava aqui no Brasil. Eu era fanática pelo programa!!!! Adorava ver as cenas onde David Banner, interpretado pelo saudoso Bill Bixby, se tranformava em Hulk! Aquelas lentes de contato de cor estranha mostravam que já-já os vilões iriam receber sua lição!!!! Eu amava mesmo a série... E sempre chorava ao final de cada episódio, quando o Dr. Banner ia embora por uma estrada deserta qualquer, sempre sozinho...
Mas voltando aos tempos atuais, eu esperei para ver este novo filme com o Hulk ansiosamente. Afinal de contas eu era fã, né? Não dos quadrinhos, porque nunca os li, mas da série mesmo. Me preparei, criei espectativas e... me decepcionei... :-(
Hulk é um filme que faz as opiniões divergirem muito. Acho que metade das pessoas que eu conheço gostaram. A outra metade, não. Não sei se existe uma maioria. Eu faço parte daqueles que se decepcionaram com o que viram... Esperava muito mais do filme, e este é o grande problema quando você é um fã que cria espectativas.
Vamos começar os comentários contando a história do filme... Hulk conta como o Dr. Bruce Banner (Eric Bana) se transforma no monstro, basicamente. Claro que não é apenas isto. Temos muito drama e romance também. Bruce foi criado por uma família adotiva e não tem muitas lembranças da época em que vivia com seus pais. Apenas alguns pesadelos o assombram de vez em quando. Como o pai biológico, Bruce se torna cientista. Um acidente no laboratório em que trabalha o transforma em um enorme e furioso monstro verde cada vez que fica nervoso. O que Bruce não sabe é que seu pai David (Nick Nolte) está mais presente do que parecia e é culpado em parte por esta transformação. Militares e cientistas inescrupulosos tentam dominar o monstro e conseguir para si o segredo de sua força e, obviamente, se dão muito mal. A única coisa que deixa Hulk mais "mansinho" é a Dra. Betty Ross (Jennifer Connelly), seu amor. O resto só quer saber de persegui-lo. Até fiquei com um pouco de pena dele neste momento.
Particularmente não sou muito fã de Ang Lee. Não vi todos os seus filmes e dos que vi, o único que achei legal foi O Tigre e o Dragão. Em Razão e sensibilidade, por exemplo, eu dormi. Não gosto muito de seu estilo. Ele fez de Hulk um filme leeeeento demais, a ponto de todo mundo se perguntar se o monstro não ia aparecer nunca. Afinal de contas o filme passa quase meia hora falando do drama pessoal de Bruce Banner. Ok, até acho esse tipo de abordagem interessante para filmes vindos de HQs. Mas teve uma hora que até eu comecei a engrossar o coro dos que perguntavam pelo monstro. E quando este apareceu, não me impressionou muito. Era mais legal na série, com o Lou Ferrigno vestindo aquela peruca ridícula e pintado de verde. Tosco, mas muito legal! A parte das perseguições ao monstro também ficaram longas demais... Eu já estava me cansando de tudo aquilo. E o filme parece ter dois finais. Eu tive essa sensação.
Não achei que Eric Bana estivesse muito inspirado em seu papel de cientista perturbado pelo passado. E a Jennifer Connelly me pareceu estar atuando em piloto automático, o que é uma pena pois ela tem talento. Quem eu achei melhor foi o Nick Nolte, mas também não está nenhuma maravilha. Achei o roteiro muito fraco e deficiente. O filme alongou-se demais e perdeu o fio da meada. Destaco a aparição rápida, logo no começo, de Stan Lee, autor do quadrinho, e Lou Ferrigno, o monstro na série. Nem o Hulk digital ficou tão legal assim. Achei tudo muito "mais ou menos".
Me desculpem quem gostou de Hulk, mas eu esperava muito, muito mais... Nota: 6 (só porque sou fã da série!).
Diálogo "mais amoroso e profundo" do filme: "Eu devia ter te matado." (Bruce Banner - Eric Bana)



"Eu devia ter te matado." (Dr. David Banner - Nick Nolte)



"Eu queria que tivesse me matado." (Bruce Banner)
HULK (Hulk) - 2003 - Gênero: Ação - Direção: Ang Lee // Eric Bana, Jennifer Connelly, Nick Nolte, Sam Elliott, Josh Lucas.

segunda-feira, 13 de outubro de 2003

POR UM FIO (PHONE BOOTH):

Talvez eu esteja sendo exagerada, mas Por um fio é o melhor filme que eu assisti este ano! Quem diria que Joel Schumacher acertaria em cheio com esse suspense policial tão eletrizante - perdão pelo clichê, mas o filme é assim mesmo.
A história é bem simples: Stu Shepard (Colin Farrell) é um agente artístico que trabalha nas ruas de Nova York. Para conseguir o que quer, ele não mede esforços e nem liga para questões de ética. É um mentiroso nato. Tem uma esposa, Kelly (Radha Mitchell), e uma amante, Pamela (Katie Holmes). Stu liga para a amante da mesma cabine telefônica, no mesmo horário sempre. Acontece que um dia, após sua ligação diária para Pam, o telefone toca e ele atende. Foi a pior coisa que poderia ter feito na vida! Do outro lado, uma voz misteriosa faz ameaças a Stu, dizendo que se ele sair da cabine morrerá. A princípio Stu não acredita, mas a situação vai se complicando, mostrando que o atirador não está brincando. Ele atira em um cafetão que estava ameaçando Stu para sair da cabine e o cara morre. Daí, começa uma grande confusão na cidade, envolvendo passantes, polícia, redes de TV etc. Todos pensam que Stu é o psicopata maluco que está atirando nas pessoas. A vida dele fica ameaçada de todos os lados: se sai da cabine, o atirador o mata. Se não sair, a polícia pode fazer isso.
Nossa! Fiquei muito nervosa na sala de cinema quando assisiti a Por um fio! Tremia, me mexia sem parar e até cheguei a chorar de nervoso! Eu adooooooro filmes que me causam emoções deste tipo. Assim é que vale a pena sair de casa, comprar a entrada e a pipoca e ficar assistindo um filme numa sala escura. Melhor do que sair do filme indiferente... Achei Por um fio perfeito em tudo! A direção, a edição... As atuações de Colin Farrel e do "atirador" - não vou contar quem é, né? - foram nota 10!
Pior que se pararmos para pensar na história, até que dá para entender o maluco do atirador... *rs*
Comprarei o DVD assim que possível! Nota: 10.
Melhor diálogo do filme:"Então você me encurralou sem nenhuma razão?" (Stu Shepard - Colin Farrell)
"Oh, eu tenho muitas razões. E você continua a me dar mais." (The Caller)
POR UM FIO (Phone booth) - 2002 - Gênero: Drama - Direção: Joel Schumacher // Colin Farrell, Forest Whitaker, Radha Mitchell, Katie Holmes, Dell Yount, Kiefer Sutherland.

O SHOW DE TRUMAN - O SHOW DA VIDA (THE TRUMAN SHOW):
Imagine se sua vida fosse transmitida via satélite, sem interrupção, desde o seu nascimento? Parece uma versão extendida do programa Big Brother, não? Mas na época em que O Show de Truman foi lançado, esse tipo de programa ainda não existia. Pelo menos não no Brasil. A diferença aqui é que em Big Brother as pessoas tem consciência de que estão sendo filmadas. E fazem tudo para aparecer.
Truman Burbank (Jim Carrey) é o personagem central de um programa de grande audiência mundial, sem saber de nada. Ele vive em uma cidade fictícia, construída especialmente para as filmagens. Seus amigos e família são todos fictícios também. Truman vive num mundo de ilusões e não tem noção disso. Ele apenas interage com os atores sem saber que tudo que se passa em sua vida na verdade está acontecendo para entreter a platéia, que há anos faz o sucesso do programa. Este é de responsabilidade de Christof (Ed Harris), o produtor, que não mede esforços para manter tudo funcionando perfeitamente.
Truman é um sujeito extremamente tranqüilo e passivo. Trabalha como corretor de seguros e é casado com Maryl (Laura Linney), sua amiga de colégio. Claro, que tudo isso deveria ser escrito entre aspas, já que a vida de Truman não lhe pertence realmente. Mas para evitar o texto com aspas o tempo inteiro, estou escrevendo agora sob a perspectiva de Truman. Embora tenha se casado com Maryl, ele jamais esqueceu uma outra garota que conheceu no colégio também: Sylvia (Natascha McElhone). Mas este amor era proibido. Sylvia foi contratada para ser do elenco de apoio no seriado. Mas Truman se apaixonou e a produção teve que tirá-la do programa rapidamente. Afinal, os planos eram para que Truman e Maryl se casassem. Mesmo assim ele não esqueceu Sylvia.
Sua vidinha comum vai caminhando sempre igual, até que um dia um holofote cai do nada quase em cima de Truman. Ele não entende nada, obviamente. E uma série de outros pequenos "escorregões" deste tipo vão acontecendo depois disso. Cristof e sua produção vão tentando repará-los. Mas Truman já está desconfiado demais.
À primeira vista O Show de Truman é apenas um filme fantasioso, pois um sujeito que passa 30 anos de sua vida sendo filmado sem saber é impossível de acontecer. Porém as diferentes metáforas que ele possui faz com que o filme abra uma série de questionamentos atuais e o torne tão bom.
Para começo de conversa, temos o próprio programa, líder em audiência mundial. Para ter esta audiência toda, as pessoas devem no mínimo assiti-lo o tempo todo. Como a vida de Truman é mostrada 24 horas, o filme nos dá a idéia de como as pessoas são capazes de ficarem assistindo TV por horas a fio. É o poder viciante da mídia.
Durante o programa, os atores vão mostrando diversos produtos. Muitas vezes da forma mais estranha - como da vez em que Maryl começa a falar dos benefícios de um produto em plena discussão com Truman. Esse tipo de comercial indireto é de praxe na TV brasileira, por exemplo. Sabemos que muitos espectadores consomem estes produtos porque viram na TV. Podemos ver que tanto Truman quanto os espectadores tem vidas similares. Afinal todos estão sob o domínio da TV e dos anunciantes. Todos estão presos igualmente.
Achei interessante o nome do "todo poderoso" por trás do Show de Truman ser Cristof. Faz remeter ao próprio filho de Deus. Afinal, como se fosse o próprio, Cristof faz e acontece no programa: Tira e põe pessoas na vida de Truman; faz chover; etc. Seu grande erro é comandar demais, enquanto que Deus nos dá o livre-arbítrio. Afinal de contas, Cristof não é Deus, e sim o produtor do programa. É bem interessante esta metáfora, se pararmos para pensar.
Gostei muito de O Show de Truman - O show da vida. Tem uma crítica construtiva ao poder da mídia e deixa uma mensagem positiva para todos. Nota: 8.
Melhor frase do filme: "Nós aceitamos a realidade do mundo com o que nos é apresentado." (Christof - Ed Harris)
O SHOW DE TRUMAN - O SHOW DA VIDA (The Truman Show) - 1998 - Gênero: Drama - Direção: Peter Weir // Jim Carrey, Ed Harris, Laura Linney, Noah Emmerich, Natascha McElhone.

quinta-feira, 9 de outubro de 2003

TODO PODEROSO (BRUCE ALMIGHTY):

Sei que perderei muito da minha credibilidade quanto a "crítica" de cinema neste momento, mas não posso escrever sobre Todo Poderoso de forma imparcial. Por vários motivos... O primeiro deles é que sou fã de Jim Carrey! Sei que ele já fez muito filme ruinzinho ( O Pentelho, por exemplo). Mas ele me faz rir. E já me fez chorar também com O Mundo de Andy. Eu gosto do Jim! :-)
Não é apenas por isso que eu gostei deste filme. Eu sei que ele passa a impressão de ser uma comédia engraçadinha com o Jim Carrey e nada mais. Mas não foi assim para mim. Ao vê-lo, bateu uma luz.
Ok! Aposto que todos estão rindo de mim, achando que eu sou louca ou sei lá o quê. Mas eu sempre acreditei que mesmo o filme mais bobo do planeta pode tocar alguém de alguma forma. Pode passar uma lição, ou mostrar um caminho, ou até mesmo ensinar algo. Mas isso depende de cada um; do que cada um está passando na hora. Por isso, não poderia falar mal de Todo Poderoso. O filme me ensinou algo.
Eu entendi o personagem do Jim Carrey e estava vivendo um momento parecido. Me vi no papel dele. Daí fui aprendendo minhas lições e tirando conclusões.
Bruce Nolan (Jim Carrey) é um repórter de TV, em Buffalo. Suas reportagens são ligadas a coisas engraçadas e pitorescas sobre a cidade. Exatamente por isto ele não é tão respeitado em seu ambiente de trabalho. Quando o âncora do jornal mais importante da emissora está para se aposentar, Bruce está incluído na lista de possíveis substitutos. Mas ele acaba perdendo a concorrência para Evan Baxter (Steven Carell), um jornalista metido a besta e que adora humilha-lo. A decepção para Bruce é tão grande que desencadeia uma série de acontecimentos ruins em sua vida.
Para começar perde o emprego depois de "explodir" diante das câmeras. Depois, apanha de uma gang que batia num mendigo. Em casa, briga com sua namorada, Grace (Jennifer Aniston). Ela é muito generosa e se preocupa com a falta de fé do namorado. Bruce chega até mesmo a ofender Deus. E é aí que ELE aparece para Bruce.
Cansado de tanta reclamação, Deus (Morgan Freeman) decide dar a Bruce seus poderes para que ele tome conta de tudo por uma semana. A princípio, Bruce não acredita. Mas quando vê que realmente tem os poderes de Deus, resolve se aproveitar disso. Esta é a parte engraçada do filme. Mas obviamente ele aprende sua lição ao ver que ser Deus não é uma tarefa tão fácil.
Quantas vezes na vida a gente já não se revoltou com algo que não está indo como queremos? Ou com falta de sorte? Este filme trata justamente disso. Acho que para tirar o aspecto "lição de moral", seus roteiristas o conceberam como comédia. Mas no fundo é um filme sobre fé. Sobre acreditar em Deus. Gostei muito. :-)) Nota: 8.
Melhor diálogo do filme: "Dar comida aos famintos e paz a toda a humanidade. Está legal?" (Bruce Nolan - Jim Carrey)



"Sim... Se você for a Miss America." (Deus - Morgan Freeman)
TODO PODEROSO (Bruce almighty) - 2003 - Gênero: Comédia - Direção: Tom Shadyac // Jim Carrey, Jennifer Aniston, Morgan Freeman, Steven Carell.

INSPETOR BUGIGANGA (INSPECTOR GADGET):
John Brown (Mathew Broderick) é um simples segurança de uma empresa de pesquisas tecnológicas. Mas sonha em se tornar um policial de verdade. Além disso, é apaixonado pela sua chefe, Brenda Bradford (Joely Fisher), pesquisadora e filha do dono da empresa. Tudo vai bem até que o local é invadido pelo ladrão de novas tecnologias Sanford Scolex (Rupert Everett). John tenta prender o bandido e sai muito machucado. Scolex tb. Após o acidente com seu braço, passa a se chamar Claw. Enquanto isso, John vira a cobaia perfeita para os novos estudos da Dra. Brenda. Após as operações ele se transforma no Inspetor Bugiganga, um justiceiro robótico, cheio de equipamentos de última geração.
O filme é baseado no desenho/série de mesmo nome. Assisti por pura curiosidade, já que acompanho o trabalho de Mathew Broderick. Mas achei fraquinho demais... Muitas vezes até chato... Os desenhos animados ainda não foram bem adaptados para as telas de cinema, como aconteceu com os quadrinhos. Na verdade, acho que o filme só é legal pro pessoal abaixo dos 10 anos de idade. Os mais velhos e mais saudosistas do personagem nem vão gostar muito. Se você estiver com a "criança que habita seu corpo" aflorada, é provável que goste. A minha já estava dormindo pois vi numa sessão tarde da noite via SBT. Não recomendo. Mas se alguém quiser arriscar... Nota: 4.
Melhor coisa do filme: O carro do Inspetor Bugiganga.
Melhor frase do filme: "Apenas Claw. Uma palavra... Como Madonna." (Scolex - Rupert Everett)
INSPETOR BUGIGANGA (Inspector Gadget) - 1999 - Gênero: Comédia - Direção: David Kellogg // Mathew Broderick, Rupert Everett, Joelly Fisher, Michelle Trachtenberg.

quarta-feira, 8 de outubro de 2003

A OUTRA HISTÓRIA AMERICANA (AMERICAN HISTORY X):

Todo mundo sempre me falou deste filme, mas nunca tive oportunidade de vê-lo. Até na TV a cabo passou, mas eu perdi. Mas consegui vê-lo finalmente, após todo esse tempo, via SBT. :-)
Sem sombra de dúvida A Outra História Americana é um dos melhores filmes que já vi. A trama é perfeita e tanto Edward Norton quanto Edward Furlong souberam dar o tom certo aos seus personagens. Aliás, todos os atores estavam afiadíssimos, mas o destaque vai mesmo para a dupla acima.
Sempre me interesso em ver filmes sobre preconceito. Infelizmente ainda hoje isto existe. E quando um filme é tão bem construído e bem embasado, melhor ainda! Filmes como este nos mostram até onde a ignorância e a violência podem nos levar. :-)
A Outra História Americana se baseia na vida de dois imãos: Derek (Edward Norton) e Danny (Edward Furlong) Vinyard. Ambos são seduzidos para um grupo de neo-nazistas em momentos diferentes de suas vidas. Derek é o irmão mais velho. Quando seu pai, um bombeiro, foi assassinado, ele encontrou resposta para a perda através do tal grupo. Por estar revoltado, atacava as minorias como forma de aplacar sua dor. Chegou a ser líder e aliciador deste grupo neo-nazista, em sua cidade. Um dia, após assassinar cruelmente dois homeens que tentavam roubar seu carro, Derek vai para a cadeia. Lá, após sofrer nas mãos da polícia e dos internos, ele "vê a luz" sobre suas antigas atitudes.
Ao sair da cadeia encontra seu irmão caçula indo pelo mesmo caminho. Danny idolatra Derek e por isso entra para os neo-nazistas. Mas quando o vemos no começo do filme, ele não parece muito certo do que está fazendo. Seus professores tentam tirá-lo do mau caminho, fazendo pensar nas conseqüências do grupo na vida de seu irmão. Enquanto Danny resiste aos apelos de todos, Derek tenta salvá-lo.
Este é um drama maravilhoso, que deveria ser visto por todos. O melhor é que seu roteiro não poupa o espectador de nada. A violência é mostrada ali na sua frente sem ser sensacionalista. É como se fosse um tapa na cara de quem ainda hoje acredita ser melhor do que os outros só por ter cor branca ou determinada religião. Confesso que fiquei em choque ao assistir A Outra História Americana. Obviamente ele é altamente recomendado por mim!!!! Nota: 10.
Cena mais chocante do filme: Derek assasinando um homem que queria roubar seu carro.
Melhor discurso do filme: "Eu continuo me perguntando o tempo todo como foi que eu caí nessa. Foi porque estava com raiva, e nada do que eu fizesse poderia acabar com esse sentimento. Eu matei dois caras, Danny. Eu os matei. E isto não me fez sentir nem um pouco diferente. Só me deixou mais perdido e eu estou cansado de ter raiva, Danny. Eu estou cansado disso." (Derek Vinyard: Edward Norton)
A OUTRA HISTÓRIA AMERICANA (American history X) - 1998 - Gênero: Drama - Direção: Tony Kaye // Edward Norton, Edward Furlong, Beverly D'Angelo, Fairuza Balk, Elliot Gould, Avery Brooks, Stacy Keach.

ASSASSINATO POR ACIDENTE (LIFE WITHOUT DICK):
Mas um daqueles filmes que vi quando estava sem o que fazer. Só para passar o tempo... Às vezes eu gosto de fazer isso. A gente pode se surpreender com alguns filmes. Mas não foi o caso deste.
Assassinato por acidente é uma comédia-rômantica bem fraquinha. Tem pretenção de ser estilo humor negro, mas para se encaixar neste modelo precisa melhorar muito. Este é aquele tipo de filme difícil de fazer um comentário. Quando se ama um filme é fácil escrever. Quando se odeia também. Mas quando o sentimento é a indiferença, aí complica.
O filme conta a história do conturbado namoro de Coleen (Sarah Jessica Parker) e Daniel (Harry Connick Jr.). Ela é uma moça rica, que mora sozinha e tem um noivo: Dick (Johnny Knoxville). Este é um detetive particular e a trai sempre que pode. Coleen está cansada disso. Acidentalmente ela acaba o matando seu noivo em um acesso de revolta, mas não sabe como se livrar do corpo. Por outro lado temos Daniel. Recém-contratado pela máfia irlandesa (?) como matador, uma de suas primeiras tarefas é assassinar Dick. Mas Daniel não consegue matar uma mosca! No fundo ele quer ser cantor, mas ninguém o leva a sério.
Quando chega na casa de Coleen para matar Dick, o encontra já morto. E para proteger a moça e se safar das cobranças de seu patrão, Daniel assume o assassinato. Acontece que como foi "bem sucedido" na missão, o chefe pede que Daniel assassine mais pessoas. Como ele não tem coragem para isso, Coleen assume seu trabalho e descobre sua vocação macabra. Enquanto isso, o romance dos dois vai deslanchando.
Não recomendo o filme, a não ser se não houver nada melhor para se fazer. Do contrário, leia um livro, vá à praia, sei lá... Não se perde nada não assistindo. O roteiro é fraco, a direção também. E os atores estão no "piloto automático. Nem vale muito a pena... Nota: 5.
Melhor frase do filme: Vou ficar devendo desta vez...
ASSASSINATO POR ACIDENTE (Life without Dick) - 2001 - Gênero: Comédia - Direção: Bix Skahill // Sarah Jessica Parker, Harry Connick Jr., Johnny Knoxville.