segunda-feira, 20 de setembro de 2004

HERÓIS FORA DE ÓRBITA (GALAXY QUEST):
Depois de alguns anos fora do ar, atores de uma cultuada série de ficção científica, a "Galaxy Quest", ainda fazer aparições em feiras e convenções do gênero. Seus fãs são ardorosos! Mesmo para o desprazer de alguns dos atores - Alexander Dane (Alan Rickman) detesta ser reconhecido como o Dr. Lazarus do antigo seriado - eles continuam "cumprindo seu dever". Tudo vai "bem" até que a vida dos atores se torna algo parecido com os episódios da série. Um grupo de extraterrestres, os "Thermians" os levam para a sua nave. Há muito tempo eles vinham assistindo os episódios da série e tomaram os atores como heróis de verdade. Agora, o comandante Taggart e sua equipe são convidados pelos Thermians a derrotar um inimigo impiedoso.

Esse filme é literalmente uma homenagem aos filmes e seriados de ficção científica. Mais especificamente a Star Trek. Os responsáveis por ele com certeza são fãs do gênero. Aliás, alguma coisa levada para o filme também faz parte das histórias de bastidores dos filmes. Como eu sei disso? Ok, me confesso uma "nerd" aprendiz. E daí? O filme é leve e divertido. Mas se você não se interessa por naves espaciais, lutas intergaláticas, armas de raio laser e todo o pacote, nem se aproxime. Primeiro, porque você realmente não vai gostar. Segundo, que você perderá as tiradas mais sutis. Aquelas que somente um verdadeiro "iniciado" conhece. Nota: 8.
Melhor citação do filme: "Nunca desista. Nunca se entregue." (Lema da equipe do "Galaxy Quest")
HERÓIS FORA DE ÓRBITA (Galaxy quest) - 1999 - Gênero: Comédia - Direção: Dean Parisot // Tim Allen, Sigourney Weaver, Allan Rickman, Tony Shalhoub, Sam Rockwell.
MADAME SATÃ (IDEM):
Toda vez que eu assisto um filme nacional fico tão feliz... Não que eu seja ultranacionalista ou coisa parecida. Mas com certeza bate aquele orgulhozinho de ser brasileira e de estar vendo a cultura cinematográfica se desenvolvendo. Isso é muito legal! Claro que nem todos os filmes são maravilhosos. Mas o cinema nacional está aí e tá na hora das pessoas deixarem de bobagem e começarem a dar mais valor.
Madame Satã é um personagem que sempre me despertou muita curiosidade. Desde criança ouvia os mais velhos contando sobre um malandro, que viveu há muito tempo atrás na Lapa. Um cara que não levava desaforo para casa. Não que ele fosse um herói. Mas aqui no Rio de Janeiro ele é uma espécie de lenda.
João Francisco dos Santos, o Madame Satã (Lázaro Ramos), era um malandro daqueles que já ouvimos várias histórias. Era homossexual e sabia lutar como poucos. Apesar disso, tinha um bom coração. Adotou várias crianças. Sonhava em ser uma estrela. Chegou a apresentar show na Lapa. Essa, aliás, é uma das partes mais legais do filme. Mas, Madama Satã teve que enfrentar muito preconceito e viver em condições de miséria.
A melhor coisa do filme, sem querer recorrer aos clichês de sempre, é Lázaro Ramos. Sua atuação é a vida do filme. Ele realmente é um dos melhores atores da atualidade. Mas o filme não é perfeito. Para falar a verdade, me decepcionei um pouco. Não gostei muito da direção. Principalmente de terem usado planos tão fechados na maior parte das cenas. É uma coisa pessoal: não gosto desse tipo de coisa em filmes. Fica muito chato. Parece que você é obrigado a ficar olhando o close do ator o tempo todo. Como se não estivesse acontecendo nada ao redor dele. Eu fico até tonta com esse tipo de cena.
Se não fosse isso, o filme seria muito mais legal para mim. Mesmo assim recomendo. Ah! E tem a famosa cena de sexo entre homens. Tem gente que se choca com essas coisas ainda. Se for assim, não veja. Mas se isso não tiver importância para você, não perca a oportunidade de ver o Lázaro Ramos dando um show. Literalmente. Nota: 6.
Melhor citação do filme: Não tô lembrando agora... :-(
MADAME SATÃ (Idem) - 2002 - Gênero: Drama - Direção: Karim Ainouz // Lázaro Ramos, Marcélia Cartaxo, Flávio Bauraqui, Felippe Marques, Emiliano Queiroz, Renata Sorrah, Ricardo Blat.

segunda-feira, 13 de setembro de 2004

MALENA (MALÈNA):
Mais um filme que ocorre durante o período das Grandes Guerras. Nesse caso, ela é apenas mencionada, como um pano de fundo para a história. Um dos personagens principais é Renato Amoroso (Giuseppe Sulfaro), um menino de 12 anos, que está começando os seus passos na adolescência. E como de costume na vida dos garotos nesta fase, tanto em filme quanto na vida real, ele tem uma admiração por uma bela moça: Malena (Monica Bellucci). Ela não só atrai a atenção de todos os garotos da região, mas também dos homens, o que deixa as mulheres da cidade extremamente enciúmadas e com inveja.
Malena é casada, mas seu marido foi enviado para a guerra. Renato, seu fã platônico, vive observando-a enquanto vai crescendo. Um dia, Malena recebe a notícia de que seu marido morreu em batalha. É a partir deste momento que o filme se transforma.
O principal ponto, para mim, é a demonstração das fraquezas humanas. Temos os adolescentes, que endeusam a belíssima Malena; os homens, que querem se aproveitar da moça; as mulheres que, incapazes de procurar seu próprio bem, transformam Malena no centro de todos os seus males e maledicências. E a própria Malena. Com a morte do marido, ela vai se perdendo cada vez mais. É a natureza humana, né?
Ponto positivo para a carreira de Mônica Bellucci, cujo pecado recente, na minha opinião, foi ter aceito fazer "figuração" nas seqüências de Matrix. Ela não precisava disso. A não ser que tivesse umas contas atrasadas para pagar. Tudo bem! Eu não assisti a todos os seus filmes, mas só sua atuação em Irreversível já é digna o suficiente para aplausos de pé. Nota: 8.
Melhor citação do filme: "De agora em diante, eu estarei ao seu lado. Para sempre, eu prometo. Espera só eu crescer." (Renato Amoroso - Giuseppe Sulfaro)
MALENA (Malèna) - 2000 - Gênero: Drama - Direção: Giuseppe Tornatore // Monica Bellucci, Giuseppe Sulfaro.
A VIDA É BELA (LA VITA È BELLA):
Esse filme é meio controverso aqui no Brasil. Algumas pessoas não gostam, apenas porque ele levou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1999. Com isso, o nosso Central do Brasil perdeu sua estatueta. Alguns se irritam com "o circo" que foi montado para a entrega do prêmio ao Roberto Benigni, o comportamento dele na cerimônia, sua comemoração etc. Cada um deve ter suas razões para detestá-lo. Mas eu acho isso tudo uma grande bobagem.
Com estas críticas à parte, eu prefiro me concentrar no filme em si. Afinal, nada do que citei acima tem a ver com o próprio. Fui ver no cinema, na época de sua exibição. E confesso que saí da sala maravilhada e chorando sem parar. Na época, eu era uma contumaz consumidora de filmes norte-americanos. Não dava muita atenção aos de outros países, fora o Brasil. Mas para mim, A Vida é bela é exatamente como o nome diz: belo. Na verdade, belíssimo.
Eu não esperava muito do filme. Afinal de contas, a única coisa que eu sabia da carreira do diretor, roteirista e ator principal do filme, Roberto Benigni, era que ele fazia comédias. Vi uma delas antes. Se chamava O Monstro e é muito engraçada. Na verdade, eu só fui ver A Vida é bela porque tinha simpatizado com o Roberto Benigni neste filme. Claro, um não tem nada a ver com o outro, mas gosto de ambos.
A Vida é bela é uma fábula linda, de um otimismo que assusta. É de se espantar o que o personagem de Benigni faz para que seu filho viva um mundo de imaginação dentro de um dos maiores infernos criados pela insensatez da humanidade. Achei o começo do filme meio monótono, é verdade. Chatinho até. A partir do momento em que Guido (Roberto Benigni) e Dora (Nicoletta Braschi) estão casados, o filme começa de verdade para mim.
A época é o final dos anos 30. Guido é homem simples, que sobrevive como garçom. Se apaixona por Dora, que esbarra nele o tempo inteiro, em situações muito inusitadas. Ela deixa seu noivo por Guido. Anos depois, os dois já casados, tem um filho de uns oito anos chamado Josué (Giorgio Cantarini). O menino tem paixão por tanques de guerra. A família leva uma vida calma e normal até que começa mais uma Grande Guerra. Os judeus da cidade são levados a campos de concentração nazista. Isto inclui Guido e Josué. Dora, que não é judia, desesperada com o futuro do marido e de seu filho, acaba indo voluntariamente para o campo de concentração.
Para amenizar o terror do lugar, Guido diz a Josué que eles estão ali presos por causa de uma competição. Quem ganhar levará um tanque de verdade como prêmio. É aí que o filme fica mais lindo. Tudo o que Guido arma para amenizar a vida do filho, enquanto sofre as agruras do campo, transforma não só a vida do menino, mas a dos espectadores também.
A Vida é bela não é só conto de fadas e piadinhas engraçadas. Sim, elas aparecem. Afinal Benigni é comediante. Mas existe também críticas sutis ao terror imposto pelos alemães aos judeus. Sutis sim, mas perceptíveis a quem prestar atenção. Você fica preso a história e sofre com o que o pai faz por amor ao seu filho. E o final era tudo que eu não podia esperar, o que já merece todo o meu aplauso. Mas o grande mérito do filme é mostrar que até mesmo nas horas mais difíceis, as pessoas precisam se manter otimistas. Não sei se todo mundo consegue. Para mim é muito difícil. Mas mesmo assim, dá uma esperança para nós, que andamos tão desesperançados com tudo. Nota: 9.
Melhor citação do filme: "Você pode perder todos os seus pontos em algumas dessas três razões. Um: Se você chorar. Dois: Se você quiser ver a sua mãe. Três: Se você estiver com fome e pedir um lanche. Esqueça!" (Guido Orefice - Roberto Benigni) .
A VIDA É BELA (La vita è bella) - 1997 - Gênero: Drama - Direção: Roberto Benigni // Roberto Benigni, Nicoletta Braschi, Giorgio Cantarini.