domingo, 11 de dezembro de 2005

ADEUS, LÊNIN! (GOODBYE LENIN!):
Vou fazer uma declaração que para alguns pode ser bombástica, mas é o que eu penso. Adeus Lênin é um filme de amor. Sim, de amor... Amor de filho. Claro que ele faz críticas sobre a situação da Alemanha Oriental após a união com a Ocidental, mostrando um lado desconhecido para alguns. Mas isso tudo é pano de fundo. O principal aqui é a dedicação e o amor incondicional de um filho a uma mãe que está doente.
Christianne Kerner (Katrin Sab) cria seus dois filhos sozinha desde que seu marido se mudou para a Alemanha Ocidental. Desde então, se transforma em uma militante radical dos ideais comunistas. Em 1989 ela sofre um ataque e entra em coma e sequer testemunha a queda do muro de Berlim e a unificação. O médico diz a seus filhos Alex (Daniel Brühl) e Ariane (Maria Simon) que ela não pode sofrer emoções fortes. Alex acredita que é melhor para a mãe não saber da união das Alemanhas e da adoção do estilo capitalista no país. E aí começa uma série de confusões para manter a mentira. Essa parte aliás, é muito engraçada e bem bolada. Vira uma paranóia dos diabos!
É um filme realmente legal! Nota: 9.
ADEUS, LÊNIN! (Goodbye Lenin!) - 2003 - Gênero: Drama - Direção: Wolfganger Becker // Daniel Brühl, Katrin Sab, Maria Simon, Chulpan Khamatova, // Fonte da Imagem: Adoro Cinema.
GAROTAS MALVADAS (MEAN GIRLS):
Cady Heron (Lindsay Lohan) nunca freqüentou uma escola. Ela morava com seus pais biólogos na África e estes eram seus professores. Quando a família retorna para os Estados Unidos, eles decidem que está na hora da filha socializar com pessoas de sua idade e a encaminham para uma típica high school norte-americana. Quando as aulas começam, Cady percebe que a vida no secundário não vai ser fácil. Ela é vista como uma estranha, é CDF e faz amizade com os "diferentes" do colégio. Até que um dia, o trio de garotas mais populares da escola começa a falar com Cady e um novo mundo parece se abrir para ela. Regina George (Rachel McAdams), a líder do grupo, é odiada por Janis (Lizzy Caplan), amiga de Cady. Tudo por conta de umas intrigas criadas sobre sua sexualidade. Então Janis convence Cady a fingir ser amiga do trio para descobrir seus segredos e armar uma vingança.
Eu sei que já passei da idade de ver filmes sobre high school. Mas eu não resisto... A maioria deles é sempre igual: uma moça boazinha (ou cara bonzinho) é sacaneada pelo grupo popular do colégio e depois prova o quanto eles são maus. E ainda leva o mais bonito deles a se redimir das maldades e acaba tudo em namoro.
Mas Garotas Malvadas não é bem assim. Finalmente um filme sobre populares X gente comum com um pouquinho de inteligência. Neste filme, os bonzinhos não são tão bonzinhos assim. E ele mostra que, dependendo da perspectiva, eles também podem ser incluídos na categoria vilã. Só precisam da oportunidade para serem populares. O diferencial deste é mostrar que a vingança pode transformar a todos em iguais. É um filme legal para aqueles que gostam do tema high school ou que estão de bobeira esperando a "Sessão da tarde" começar. Nota: 7.
Melhor citação do filme: "Metade das pessoas nesta sala está com raiva de mim e a outra metade só gosta de mim porque pensam que eu empurrei alguém na frente de um ônibus. Isso não é legal." (Cady Heron - Lindsay Lohan)
GAROTAS MALVADAS (Mean girls) - 2004 - Gênero: Comédia - Direção: Mark Waters // Linsay Lohan, Rachel McAdams, Tina Fey, Tim Meadows, Amy Poehler, Ana Gasteyer, Lacey Chabert, Amanda Seyfried, Jonathan Bennet, Lizzy Caplan // Fonte da Imagem: IMDB.
O CLÃ DAS ADAGAS VOADORAS (SHI MIAN MAI FU):
Na China, durante a Dinastia Tang, um grupo se opõe ao seu reinado. Ele é conhecido como o "Clã das Adagas Voadoras". A polícia deseja investigar o grupo. Para isso, o policial Leo (Andy Lao) envia o policial Jin (Takeshi Kaneshiro) para investigar uma moça que pode ter ligações com o clã. Mei (Ziyi Zhang) é bailarina em uma "casa de diversões". O que chama a atenção dos freqüentadores é que a moça é conhecida por ser cega. Leo prende Mei, mas tudo faz parte de um plano para que Jin a liberte, conquiste sua confiança e chegue até o clã. Acontece que Jin e Mei se apaixonam. É uma história cheia de reviravoltas.
Assim como o filme que falei anteriormente - Herói - O Clã das Adagas Voadoras também é lindo visualmente. Os cenários e as coreografias são tão perfeitos quanto o outro. Não dá pra não comparar os dois. Afirnal, o diretor é o mesmo. Meu preferido ainda é Herói, por uma questão de roteiro. Quando comecei a ver O Clã das Adagas Voadoras imaginei que seria um filme sobre a luta contra um governo. Mas é um filme de amor. Me decepcionei um pouco com isso. Mas, O Clã tem seus méritos também.
Mais um filme oriental que me atrai. Além do próprio filme, preciso dizer que cada vez mais me torno fã da Ziyi Zhang. Ela está se tormando um dos motivos para eu ir até o cinema e comprar um ingresso. Desde que a vi em O Tigre e o Dragão detonando um bar inteirinho, achei que ela tinha futuro! E o que é ela fazendo aquela dança com tambores e cantando que "com um olhar ela derruba um reinado"? A Zhang derruba sim! Nota: 7.
Melhor citação do filme: "Eu sacrifiquei três anos por você. Como você pode ama-lo depois de apenas três dias?" (Leo - Andy Lau)
O CLÃ DAS ADAGAS VOADORAS (Shi mian mai fu) - 2004 - Gênero: Aventura - Direção: Yimou Zhang // Ziyi Zhang, Takeshi Kaneshiro, Andy Lau, Dandan Song // Fonte da Imagem: IMDB.
EM BUSCA DA TERRA DO NUNCA (FINDING NEVERLAND):
Só tenho uma palavra para descrever Em busca da Terra do Nunca: encantador! Não, tudo bem... Duas: Encantador e Emocionante. Há muito tempo não me emocionava tanto com um filme. E foram vários fatores que contribuíram para tal. Além de ser muito bem dirigido, com atores competentes e um roteiro de emocionar até os mais durões, para mim este filme é mais especial ainda. Peter Pan sempre foi meu personagem infantil favorito.
Eu achava a Cinderela uma idiota, a Branca de Neve uma burra, a Bela Adormecida uma patetona... Nunca me identifiquei com nenhum personagem feminino de conto de fadas. Mas o Peter Pan era demais!!!! Ele podia voar, vivia diversas aventuras, estava sempre de bom humor!!! Até hoje vejo todos os filmes que tem ele como tema. Inclusive aquele do Robin Willians que todo mundo detesta e eu achei legalzinho. Eu conheço muito do personagem, mas nada do seu autor. Quer dizer, não conhecia.
Em busca da Terra do Nunca é a biografia de James Mathew Barrie (Johnny Depp), seu autor. Tudo bem que ela é uma biografia fantasiada, mas é. Sir J.M Barrie, era um dramaturgo inglês de sucesso. Mas, perdeu sua inspiração do nada. Um dia, em um parque ele conhece a viúva Sylvia Llewelyn Davies (Kate Winslet) e seus filhos. Com o tempo e brincando com as crianças, Sir Barrie consegue recuperar a inspiração e escreve seu clássico baseado nas experiências da família. Mas a sociedade não vê com bons olhos esta relação. Há rumores de um caso de Sir Barrie com a viúva Davies e até mesmo uma menção sutil sobre pedofilia. No começo, ninguém acreditava muito na peça sobre um menino que não quer crescer. Hoje em dia é um clássico. Assim como esse filme, para mim. Chorei igual criança... Nota: 9.
Melhor diálogo do filme (trailer): - Você pode visitar a Terra do Nunca a hora que quiser. (J.M.Barrie - Johnny Depp)

- Como? (Peter Llewelyn Davies - Freddie Highmore)

- Acreditando, Peter. Apenas acredite. (J.M. Barrie) .

EM BUSCA DA TERRA DO NUNCA (Finding Neverland) - 2004 - Gênero: Drama - Direção: Marc Forster // Johnny Depp, Kate Winslet, Julie Christie, Radha Mitchell, Dustin Hoffman, Freddie Highmore // Fonte da Imagem: IMDB.
HERÓI (YING XIONG):
Ando me encantando ultimamente com os filmes orientais. Quanto mais eu assisto, mas me apaixono. Claro que não consigo me conformar com aquela história de colocar os guerreiros para lutar voando por aí. Desculpem! Devo ser insensível ou, na minha santa ignorância, ainda não captei o "pra quê" daquilo. Tudo bem! Um dia eu aprendo. Mas o fato é que já não tenho preconceitos com os filmes vindo do Oriente. Este fim de semana, por exemplo, peguei dois filmes dessa espécie.
Estou encantada com Herói. Amei praticamente tudo! Passei um tempão olhando aquele espetáculo coreográfico e de cores, completamente maravilhada. Acho que o cinema oriental está aí para mudar a nossa visão tão formatada para o "estilo Hollywoodiano" de ser.
Há muitos e muitos anos atrás, o território conhecido atualmente como China, é dividido em seis grandes regiões. O rei de Qin (Daoming Chen) quer uni-las em um só pais. Para isso, precisa livrar-se de seus inimigos: Sky (Donnie Yen), Broken Sword (Tony Leung) e Flying Snow (Maggie Cheung). Para isso, ele se convoca um guerreiro que não tem nome (Jet Li). Este é convidado a comparacer no palácio do Rei de Qin para comtar como exterminou os inimigos.
A coisa mais linda deste filme, na minha opinião é o uso de cores para diferenciar cada história contada. São cores vibrantes, que te transporta para o que é contado e não confunde, mesmo que os personagens sejam os mesmos. E as coreografias das lutas também são perfeitas. Amei! A cena final do Guerreiro Sem Nome é emocionante. Enfim... Diversão e encantamento! Nota: 9.
Melhor citação do filme: "A espada é a única resposta?" (Broken Sword - Tony Leung)
HERÓI (Ying Xiong) - 2002 - Gênero: Aventura - Direção: Yimou Zhang // Jet Li, Tony Leung, Maggie Cheung, Ziyi Zhang, Donnie Yen, Daoming Chen // Fonte da Imagem: IMDB.
JOGOS MORTAIS (SAW ):
Adam (Leigh Whannell) e o dr. Lawrence Gordon (Cary Elwes) acordam trancados e algemados a canos em um lugar sujo e escuro, que mais parece um banheiro público. Junto a eles, um corpo. Ambos não tem noção de como foram parar ali. E em pouco tempo descobrem que estão participando de um "joguinho" de um serial killer, que os trancou em seu esconderijo. O assassino quer que ambos participem de uma brincadeira, onde um deles vai morrer. O serial killer quer com isso, que os dois aprendam a dar mais valor a vida. A polícia está na procura, mas o assassino tem uma peculiaridade: na verdade, ele sugere que as vítimas façam sacrifícios para se salvar. Eles próprios são quem se mutilam ou se matam. Enquanto tortura Adam e o dr. Lawrence, o serial ainda seqüestrou a família deste último.
Após ter me decepcionado muito com o filme de terror/suspense O Chamado, sempre fico de pé atrás quando alguém me indica um filme considerado "o mais assustador (ou tenso) que já viu". No citado acima, eu sequer dei um pulinho na cadeira de medo. Quase cochilei na sala de cinema. Então resolvi que não ia ver Jogos Mortais no cinema. Mas peguei recentemente na locadora e me arrependi de não ter ido. Fiquei realmente tensa porque adoro um bom terror psicológico. E este filme é assim. O roteiro é bem construído e eu não desconfiei nem de longe de quem era o assassino. E eu duvido muito que alguém teria desconfiado. Aliás, um dos autores do roteiro é um dos atores principais do filme: Leigh Whannell, que interpreta Adam.
Jogos Mortais é um ótimo filme para aqueles que gostam de terror psicológico e de ficar tensos ao assistir um filme. Eu gosto disso. E recomendo! Nota: 8.
Melhor citação do filme: "A maioria das pessoas são tão ingratas por estarem vivas, mas você não. Não mais... Fim de jogo! (o serial killer)
JOGOS MORTAIS (Saw) - 2004 - Gênero: Suspense - Direção: James Wan // Leigh Whanell, Cary Elwes, Danny Glover // Fonte da Imagem: Adoro Cinema.
SHREK 2 (SHREK 2 ):
As seqüências de filmes são uma coisa muito polêmica. Muitas são piores do que o origina e muito poucas são melhores. Shrek 2 está no mesmo patamar de qualidade do primeiro filme, mas eu ainda prefiro a primeira. A história desta fica um pouco cansativa, pois existe muita conversa sobre a relação.
Na segunda parte, o ogro Shrek (Mike Myers) está casado com a Princesa Fiona (Cameron Diaz) e está em lua-de-mel. Quando volta para casa recebe um convite de seus sogros, o rei e a rainha de "Far, Far Away" (John Cleese e Julie Andrews) para visitá-los. Ele não quer ir, mas é praticamente obrigado por Fiona. A terra de "Far, Far Away" é uma Hollywood estilizada. Algo misturado à Disneylândia. Chegando no reino dos sogros tudo começa a degringolar. Eles não sabiam que a filha tinha casado com um ogro e isto causa problemas. O contrangimento é enorme e Shrek e Fiona não páram de brigar. Isto alimenta o sonho do pai da princesa de separá-los. E também do Príncipe Encantado (Rupert Everett), que sempre sonhou em se casar com Fiona.
A história é cheia de reviravoltas e é muito mais voltada para o amor do que para as ironias e escrachos do primeiro filme. Por isso que acho que perde um pouco do charme. Mesmo assim, é um filme interessante. Nota: 7.
Melhor citação do filme: "Desculpe. O papel de animal falante e chato já foi preenchido" (Burro - Eddie Murphy - para o Gato de Botas - Antonio Banderas)
SHREK 2 (Shrek 2) - 2004 - Gênero: Animação - Direção: Andrew Adamson & Kelly Asbury // Vozes: Mike Myers, Cameron Diaz, Eddie Murphy, Antônio Banderas, Julie Andrews, John Cleese, Rupert Everett, Jennifer Saunders // Fonte da Imagem: IMDB.

sábado, 26 de novembro de 2005

HARRY POTTER E O CÁLICE DE FOGO (HARRY POTTER AND THE GOBLET OF FIRE):
Se você é um fã alucinado de Harry Potter vai entender minhas palavras. Nada causa mais ansiedade do que saber que o filme vai estrear no próximo fim de semana. Você fica louco, nervoso e quer comprar o ingresso pras primeiras sessões. Mesmo sabendo que vai enfrentar filas quilométricas para assistir e que provavelmente só vai conseguir lugar na primeira fila do cinema (o que, para mim, é horrível). E quando o filme que você vai ver é o do seu livro preferido? As coisas só pioram!!! Pois é... Este é o meu caso. Além de fã alucinada, Harry Potter e o Cálice de Fogo é meu livro favorito! Passei quase uma semana na maior ansiedade e num medo horrível! Medo de me decepcionar com a adaptação. Mas não! Amei! O filme ficou quase perfeito (e me perdoem aqueles que preferem Prisioneiro de Azkaban).
A minha sessão foi uma loucura! Fila enorme, atraso, gritaria, gente usando camiseta do filme, adolescentes histéricas... Mas eu já esperava essa loucura toda. Harry Potter é uma das coisas mais "Ame-o ou deixe-o" do mundo. Quem gosta, ama. Quem não gosta, odeia. Não existe meio termo. O único problema foi o grupo de adolescentes que sentou atrás de mim. Elas passaram a sessão inteira conversando. E não só falavam besteira, mas contavam o que ia acontecer nas cenas. Na boa: eu li o livro... Mas incomodava! Ninguém merece! Tava dando vontade de jogar o assento da cadeira nelas...
Mas vamos ao filme... Claro que o diretor não pode transpor tudo do livro. Era de se esperar. Mas eles escolheram cenas importantes. Gostei muito do filme, da visão do diretor e dos atores, que estão cada vez mais adaptados aos papéis. É engraçado ver eles crescendo na nossa frente. E dessa vez, até aqueles problemas adolescentes sobre o amor estão em pauta. Legal!
Confesso que gostaria de ter visto mais um pouco da Copa do Mundo de Quadribol. E estranhei muito o corte brusco que aconteceu durante a cena do Baile em Hogwarts. Parecia até quando a gente escutava LP e ele pulava (sim, eu sou velha assim!). Foi brusco demais ficou feio. Mas fora esse erro de montagem, amei! Chorei, gritei, ri... Meu lado fã ficou satisfeito.
Acabei nem falando do enredo do filme. Em seu quarto ano em Hogwarts, Harry (Daniel Radcliffe) começa a ter pesadelos onde vê as ações de Voldemort (Ralph Fiennes desfigurado - medo, mãe!!!). Os seguidores deste aprontam uma grande confusão na Copa do Mundo de Quadribol. Mas a ação deixa claro que "aquele que não se deve mencionar" está de volta. No colégio, Harry acaba participando de uma competição perigosíssima - o Torneio Tribuxo. Seu nome foi sorteado pelo Cálice de fogo, mesmo não tendo sido ele quem colocou o papel lá dentro. Harry vai enfrentar um desafio enorme e vai encarar a morte de perto mais uma vez. Mas agora, face a face com o inimigo real. Nota: 9.
Melhor citação do filme: "Não vire as costas para mim, Harry Potter! Eu quero ver seu rosto quanto te matar. Eu quero ver a luz deixando seus olhos!" (Voldemort - Ralph Fiennes)
HARRY POTTER E O CÁLICE DE FOGO (Harry Potter and the goblet of fire) - 2005 - Gênero: Aventura - Direção: Mike Newell // Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes // Fonte da Imagem: Adoro Cinema.

terça-feira, 22 de novembro de 2005

MAR ABERTO (OPEN WATER):
Esqueçam tudo o que vocês viram e ouviram falar sobre filmes assustadores. Esse negócio de gatos que pulam ao som estridente de música ou um maníaco serial killer correndo atrás de jovens bonitos é conversa fiada. Nada como um terror psicológico para me deixar apavaroda! Infelizmente eu não fui assistir Mar aberto no cimena!!! Mas acho que quem foi, deve ter tido uma experiência única.
O filme começa como se fosse mais um sobre amor. Um casal que vive estressado com o trabalho resolve tirar férias de tudo. Vão para um lugar paradisíaco para descansar e fazer aulas de mergulho. Eles pegam um barco com mais alguns casais e vão se aventurar nos confins do oceano. Acontece que um erro dos instrutores deixa os dois no meio do mar. Com eles, somente água, o equipamento e uns "delicados" tubarõeszinhos. Nem preciso dizer que é muito sinistro.
Eu vi na pequena tela de uma TV 15 polegadas e fiquei muito, muito nervosa. O filme parecia que não ia acabar. Era mar e tubarão o tempo todo. E aquela sensação horrível de impotência. O desespero se abatendo sob o casal, que chega até a discutir a relação uma hora. Eu já sou uma pessoa que tem um medo respeitoso do mar. Imagina vendo esse filme? É claustrofóbico e desesperador. É de apavorar, na minha humilde opinião. Se você se colocar na pele dos dois, é claro. Sensacional!! Nota: 9.
Melhor citação do filme: "Ai, Meu Deus Alguma coisa encostou no meu pé!! (Susan - Blanchard Ryan). *medo medo medo*
MAR ABERTO (Open water) - 2003 - Gênero: Suspense - Direção: Chris Kentis // Blanchard Ryan, Daniel Travis // Fonte da Imagem: IMDB.
COM A BOLA TODA (DODGEBALL - A TRUE UNDERDOG HISTORY):
Gosto muito dos filmes do Ben Stiller. Morri de rir com Zoolander e com Quem vai ficar com Mary, por exemplo. Mas esse eu achei bem chatinho. Não sei se é por que não sabia muito sobre o jogo em que ele e o Vince Vaughn competiam. Me disseram que é Queimado, mas é um pouco diferente. Mesmo assim não achei lá esse carnaval todo. Fiquei decepcionada.
Nem vou escrever muito porque não recomendo. Nem mesmo para uma "sessão da tarde", onde não se tem o que fazer. É melhor ir ler um livro.
Com a bola toda conta a história de duas academias que competem para conquistar clientes o tempo todo. Uma delas, a de Peter La Fleur (Vince Vaughn) é pequena e pobre. Já a de White Goodman (Ben Stiller) é uma daquelas enormes, que tem franquias. Ambas entram em uma competição de Dodgeball (queimado?) para ver quem é a melhor. O time de Peter precisa vencer para manter a academia aberta. O filme mostra o campeonato e as trapaças do time de White Goodman para vencer. Nada de especial.
Nota: 3.
Melhor diálogo do filme: - Manhã ruim chefe? (Dwight - Chris Williams)

- Elas geralmente vem seguidas de uma boa noite, Dwight. (Peter La Fleur - Vince Vaughn)
COM A BOLA TODA (Dodgeball - A true underdog history) - 2004 - Gênero: Comédia - Direção: Rawson Marshall Turber // Ben Stiller, Vince Vaughn, Christine Taylor, Rip Torn, Hank Azaria, Chuck Norris, William Shatner, Chris Williams // Fonte da Imagem: IMDB.
DESTINO INSÓLITO (SWEPT AWAY):
Antes de começar a escrever este texto, gostaria de deixar bem claro que sou fã da Madonna desde que tinha sete anos de idade. Essa mulher é demais!!! Poderosa! Mas antes que alguém desista de ler neste ponto, só porque elogiei o "mito Madonna", devo esclarecer que sou uma fã esclarecida. Não sou uma radical xiita. Sei muito bem que o alcance vocal da "minha 'ídola' maior" não é lá essas coisas. E tenho completa noção que pior do que isso é sua interpretação no cinema. Pelo amor de Deus!!!! Eu amo Madonna muito mais pelo que ela representa. Mas adoooooooooooooro pular e cantar nas pistas de dança com sua música! Deixando isso claro, vamos ao que interessa.
Quando soube que Madonna e seu respectivo cônjuge iam fazer uma refilmagem fiquei atenta. Eu gosto dos filmes do Guy Ritchie. Ele tem um quê de Tarantino. Mas fiquei com meu pezinho atrás porque conheço bem os dotes teatrais da mulher dele. Tudo bem que eu gosto de Dick Tracy, Uma equipe muito especial e Evita. E morro de rir com Quem é essa garota?, embora saiba que é uma porcaria. Mas pior do que Surpresas em Shangai não existe. Então, pensei: "Acho que vou esperar pra ver se alguém me diz que é bom". Acontece que o mundo inteiro me disse que era uma porcaria. Então decidi que não ia gastar meu pouco dinheirinho no ingresso desse filme.
E não é que anos depois de ser lançado no cinema ele passou na Globo? Como não contribuí financeiramente com nada resolvi assistir. E o meu veredicto é: "PQP! Que *#$&*%#* é essa!"
As pessoas não exageram quando me disseram que era ruim. Ruim é pouco! É muito, muito ruim. Chega a ser risível. Pelo amor de Deus! Guy Ritchie está com o filme queimado, por mim... Espero que ele se redima logo!
Madonna é Amber Leighton, uma mulher rica, esnobe e insuportável que vai fazer um cruzeiro com seu marido e amigos pela Grécia. Ela vive enchendo o saco da equipe do barco e tira um dos marinheiros do sério várias vezes (Giuseppe - Adriano Giannini). Os dois quase caem na porrada! Um dia, Amber resolve que quer passear de bote. Giuseppe é o escolhido para levá-la, mesmo sem vontade. Acontece um acidente e ambos vão parar em uma ilha deserta. A partir daí, Amber sofre na mão de Giuseppe. Ele "domestica" a mulher. Depois, o filme descamba para o musical e o romance escrachado e fica mais chaaaaaaaaaaaaato ainda. Só tenho uma coisa de positiva para falar do filme: o final é maneiro!
Ainda bem que Madonna não leva sua carreira cinematográfica tão à sério... Senão seria frustração total... Putz!
Nota: 3.
Melhor diálogo do filme: Nem tem.
Pior cena do filme: O que era aquele musical?
DESTINO INSÓLITO (Swept away) - 2002 - Gênero: Romance - Direção: Guy Ritchie // Madonna, Adriano Giannini, Bruce Greenwood // Fonte da Imagem: IMDB.

sábado, 12 de novembro de 2005

CRASH: NO LIMITE (CRASH):
Este filme passou no Festival do Rio deste ano mas, infelizmente, não consegui assistir. Não cabia na minha grade de programação e eu tinha que dormir em algum horário, né? ;-)
Quando vi que ele foi logo lançado no circuito, resolvi assistir. A princípio porque tinha vários atores que eu gostava. Não sabia coisa alguma da história. Assim que é bom ir ao cinema... Sem saber de nada, sempre há a possibilidade de se surpreender! E foi o que aconteceu.
Eu já vi muito filme sobre preconceito e abuso de poder. São dois dos temas que eu mais gosto de ver na telinha, em se tratando de drama. Mas jamais vi um como esse! Porque não se trata apenas do velho clichê branco contra negro. O filme trata de todo e qualquer preconceito. Só não apareceu o contra gays. Mas tudo bem, eu perdôo. Crash é sensacional! São várias histórias que se intercruzam em dois dias em Los Angeles. Não vou contá-las, porque acho que perderia toda a graça. Não vou fazer isso com meus leitores. Eu fiquei tão tensa e saí do cinema pensando. Só quero deixar claro que os temas centrais são preconceito, violência, abuso de poder e intolerância. O filme mostra que até mesmo os mais céticos e aqueles que não se dizem preconceituosos não se conhecem de verdade. Também quero destacar o trabalho do roteirista e diretor Paul Haggis. Admiro muito os escritores que conseguem intercruzar histórias sem deixar buracos. Definitivamente, meu favorito ao Oscar de Melhor filme! (eu já vi quase todos os outros. Faltam só dois. Estou escrevendo minhas resenhas atrasada! Hj é 05/03/2006).
Nota: 9.
Melhor diálogo do filme: - Mãe, não posso falar com você agora, ok? Estou transando com uma mulher branca. *desliga tel* (Grahan - Don Cheadle)

*Ria (JenniferEsposito) sai da cama*

- Ok, onde estávamos? (Grahan)

- Eu era branca e você estava prestes a se masturbar no chuveiro. (Ria)

- Ah, merda! Qual é? Eu teria dito que você era mexicana, mas eu não acho que teria deixado ela brava o suficiente. (Grahan)
CRASH: NO LIMITE (Crash) - 2004 - Gênero: Drama - Direção: Paul Haggis // Matt Dillon, Sandra Bullock, Don Cheadle, Brendan Fraser, Ryan Phillipe, Jennifer Esposito // Fonte da Imagem: IMDB.
2 FILHOS DE FRANCISCO - A HISTÓRIA DE ZEZÉ DE CAMARGO & LUCIANO (IDEM):
Este filme é um exemplo de quanto o preconceito é burro. E vou usar o meu exemplo para demonstrar. Assim que ele foi lançado nas salas de cinema, eu sequer cogitei gastar meu pouco dinheirinho em um ingresso para ver a história de Zezé di Camargo & Luciano. Por quê? Porque eu detesto música sertaneja, ora! Nada me faria ir ao cinema, nem mesmo alguns amigos que foram assistir e, empolgados, me diziam que gostaram muito.
Acontece que nada é tão convincente para um capricorniano-mão-fechada como eu, do que uma promoçãozinha. Um belo dia, os cinemas Cinemark fizeram uma promoção em que um ingresso de filme nacional custava R$2. Aí estava a minha chance! Dei o braço a torcer e fui alegremente assistir a sessão sobre a vida dos sertanejos.
Digo agora, sem o menor constrangimento, que saí do cinema com os olhos vermelhos de tanto chorar. O filme é lindo e de muito bom gosto. Nem o fato de que só tinha música sertaneja na trilha sonora me deixou chateada. Muito pelo contrário. Se não fosse assim, não teria a mesma graça. Chorei sim! Chorei muito! Igual criança!
Parte do que faz o filme ser tão legal como é são os dois garotinhos que fazem o Zezé Di Camargo quando era pequeno (Dablio Moreira) e Emival (Marcos Henrique). Os dois são lindos, tem talento, convenceram com seus personagens. Metade das minhas lágrimas foi por culpa deles. A outra, foi por causa da Dira Paes, que faz a mãe, Helena. Já Ângelo Antônio, que interpreta o pai, Francisco, também merece destaque. Ele pegou bem o tom do personagem, um homem simples e sonhador, que quer mais para os seus filhos. 2 Filhos de Francisco só perde o ritmo quando as crianças crescem. Aí, achei que ficou chato e monótono.
Enfim, é mais um filme nacional da nova safra, que merece ser visto. Com direção e produção muito nem cuidadas. Eu já imaginava que não entraria para as indicações do Oscar. Mas não tem problema. Ele serviu para me dar lições: devemos estar abertos às novas possibilidades. Nota: 7.
Melhor citação do filme: "Não é porque os meninos são meus filhos. É que a música é boa mesmo." (Francisco - Ângelo Antônio).
2 FILHOS DE FRANCISCO - A HISTÓRIA DE ZEZÉ DE CAMARGO E LUCIANO (Idem) - 2005 - Gênero: Drama - Direção: Breno Silveira // Ângelo Antônio, Dira Paes, Lima Duarte, Jackson Antunes, José Dumont, Paloma Duarte, Márcio Kierling, Dablio Moreira, Marco Henrique, Thiago Mendonça // Imagem: Adoro Cinema.
A NOIVA CADÁVER (THE CORPSE BRIDE):
Tim Burton é um diretor, digamos assim... único. Daquele tipo que olhamos a obra e já sabemos de quem é. Quando é preciso alguém para dirigir filmes sombrios, bizarros, com personagens estranhos, é a ele que Hollywood recorre. Não que isto seja um problema. Acho que filmes como Edward Mãos de Tesoura, ou até o mais recente "A Fantástica Fábrica de Chocolate" não teria o mesmo "charme" se não fosse por ele. Agora, Burton volta para o mundo da animação. Claro que A noiva cadáver é muito parecido visualmente com sua primeira incursão neste tipo de mídia: O estranho mundo de Jack. Eu não sei de qual eu gosto mais. Sou uma das admiradoras do diretor.
Mesmo com o visual dark, A noiva cadáver é uma história de amor. Entre vivos e vivos e entre mortos e vivos. Victor Van Dort (voz do "eterno muso" do diretor, Johnny Depp) é um jovem muito inseguro. Sua família vive da venda de peixes e estão muito bem financeiramente. Ele está sendo obrigado a casar com Victoria Everglot (Emily Watson), de uma família nobre, mas falida. Victor tem dúdvidas quanto ao casamento, mas quando conhece a noiva se apaixona. Acontece que ele não consegue decorar os votos. Ele vai treiná-los em uma floresta e acaba se envolvendo com uma outra mulher. Uma noiva que foi assassinada pelo seu pretendente. A noiva cadáver pensa que os votos foram para ela e o leva para o mundo dos mortos, mesmo vivo. Victor faz de tudo para retornar.
Gostei muito do enredo de A noiva cadáver porque mesmo sendo uma fantasia, há um quê de realidade. Os amores impossíveis, os amores possíveis e a crueldade dos homens. Melhor impossível. Nota: 9.
Melhor citação do filme: "Pode um coração se partir novamente depois de ter parado de bater?" (Barkis Bittern - Richard E. Grant) THE CORPSE BRIDE (Corpse bride) - 2005 - Gênero: Animação - Direção: Tim Burton // Johnny Depp, Helena Bonhan Carter, Emily Watson, Tracey Ullman, Paul Whitehouse, Richard E. Grant. Fonte da imagem: Adoro Cinema.

quarta-feira, 26 de outubro de 2005


OS IRMÃOS GRIMM (THE BROTHERS GRIMM):
Will e Jacob, os Irmãos Grimm, são conhecidos na Europa por expulsarem bruxas e maus espíritos. Mas na verdade, não passam de vigaristas. Quando crianças, eles viviam na pobreza extrema. Jacob sempre foi o mais sonhador dos irmãos. Vive em um mundo de fantasias e anota suas idéias e experiências em um caderninho. Will já é mais centrado e o responsável da dupla.
Um dia, eles são pegos aplicando um golpe. E para se livrar da pena de morte precisam ir até uma vilazinha para tentar descobrir porque meninas andam desaparecendo. Os irmãos chegam no local como grandes salvadores, mas em pouco tempo deixam a população descrente. Até que eles descobrem o segredo dos desaparecimentos: uma bruxa de verdade.
Uma das coisas mais interessantes do filme são as referências a contos de fadas dos próprios irmãos Grimm. Em vários momentos nos deparamos com uma delas. Não conheço a história de vida dos dois contadores de história, mas obviamente o filme é apenas uma aventura fantástica. É interessante. Mas não me empolgou tanto. Eu esperava um pouco mais. Mesmo assim é uma boa diversão. Para as crianças principalmente.
Nota: 6.
OS IRMÃOS GRIMM (The brothers Grimm) - 2005 - Gênero: Aventura - Direção: Terry Gilliam // Matt Damon, Heath Ledger, Peter Stormare, Lena Headey, Monica Belucci.

quinta-feira, 20 de outubro de 2005

Festival do Rio 2005
O EXPERIMENTO GOEBBELS (GOEBBELS - DAS EXPERIMENT):
Este foi o último filme que eu vi no Festival do Rio deste ano. O Experimento Goebbels é um documentário para aqueles que se interessam em história mundial e, principalmente, para aqueles que gostam do tema nazismo. O ator Keneth Branagh faz a narração. O texto lido faz parte do diário do principal agente dea propaganda nazista: Joseph Goebbels (1897-1945). O período narrado vai de 1924 até 1945. O documentário é interessante por diversos motivos. Mas principalmente porque podemos ver "o homem por trás do mito". Há momentos de adoração explícita a Hitler e ao Reich. Mas Goebbels também se revela na sua face mais humanaa com insegurança, dor, preocupação etc. O documentário tem alguns momentos monótonos, mas vale a pena como documento histórico.
Nota: 7.
O EXPERIMENTO GOEBBELS (Goebbels - Das experiment) - 2005 - Gênero: Documentário - Direção: Lutz Hachmeister // Keneth Branagh, Udo Samel.
Festival do Rio 2005
L'ENFANT (L'ENFANT):
Escolhi para ver L'enfant sem saber que era um dos filmes badalados do Festival do Rio. Eu estava fora do circuito cult nos últimos tempos. Meu ingresso se tornou precioso, pois logo as sessões foram esgotadas. Confesso que gostei muito do filme. Meu lado sensível aflorou e me peguei chorando algumas vezes. A história é mesmo comovente e merece todo o frisson. Bruno (Jérémie Renier) e Sonia (Déborah François) são um casal de adolescentes que vivem de pequenos golpes e roubos. Mais uma vida se une a deles. Sonia está grávida. Quando o bebê nasce, eles precisam arranjar uma forma para sustentar a criança. Como tudo na vida deles é difícil, Bruno tem uma idéia para arranjar dinheiro: ele decide vender a criança sem a autorização da mãe. Quando Sônia descobre, ela o expulsa de casa. Para conseguir reconquistar o amor de sua namorada, ele vai atrás do seu filho mas se mete em uma grande confusão com bandidos.
O filme mostra o crescimento e amadurecimento do jovem casal. Enquanto Sônia cresce assim que a criança nasce, Bruno, mais imaturo, precisa passar por problemas maiores para deixar de dar tanto valor a dinheiro e futilidades. É um caminho difícil o que ele percorre.
Nota: 8.
L'ENFANT (Idem) - 2005 - Gênero: Drama - Direção: Jean-Pierre Dardenne & Luc Dardenne // Jérèmie Renier, Deborah François.

Festival do Rio 2005
O JARDINEIRO FIEL (THE CONSTANT GARDENER):
Cada vez mais eu estou admirando o diretor brasileiro Fernando Meirelles. Depois de ter adorado Domésticas, o filme e amado Cidade de Deus, fiquei apreensiva para ver o novo trabalho dele. Ainda mais por ser o seu primeiro trabalho "mundial", digamos assim. Fui ver O Jardineiro Fiel com muita ansiedade no festival. Sempre que fico assim me decepciono. Mas não foi esse o caso. Amei! Foi o melhor filme que vi durante o Festival do Rio.
Ele narra a história do diplomata inglês Justin Quayle (Ralph Fiennes) à serviço no Quênia. Este é um homem pacífico, que não se mete em problemas referentes ao país em que está. Tudo com que ele se importa são a mulher e o seu jardim. Sua esposa, Tessa Quayle (Rachel Weisz) é o seu contrário. Ela é uma mulher idealista e que luta pelas minorias. Mas seu comportamento incomoda grandes corporações farmacêuticas e autoridades internacionais. Quando Tessa é assassinada, Justin sofre uma mudança. O amor pela mulher faz com que ele tente descobrir o que ela investigava para saber quem a matou.
O Jardineiro Fiel é um filme lindo e delicado de amor, suspense, investigação e denúncia. A fotografia é divina e o roteiro também. Me deu vontade de ler o livro que lhe deu origem, de John Le Carré. Os atores também merecem destaque. Aponto principalmente Ralph Fiennes, que vai de um tom a outro do personagem sem ficar forçado. Coisa que poucos conseguem. E Rachel Weisz está apaixonante. Claro que também deve ser creditado ao diretor o fato do filme ser tão bom. Com certeza, Fernando Meirelles não estará em nível inferior a nenhum dos diretores que estiverem a seu lado na noite do Oscar. Pena que eu não acredito que vá ganhar alguma coisa...
Nota: 10.
O JARDINEIRO FIEL (The constant gardener) - 2005 - Gênero: Drama - Direção: Fernando Meirelles // Ralph Fiennes, Rachel Weisz. Fonte da imagem: IMDB.
Festival do Rio 2005
ÁRIDO MOVIE (ARIDO MOVIE) :
Há algum tempo ouvi falar muito sobre este filme. Vi, inclusive, uma entrevista com a atriz Giulia Gam falando sobre seu trabalho nele. Resultado: fiquei supercuriosa. Aproveitei que ia passar no Festival e marquei para assistir. Foi a última sessão de um dia onde vi cinco filmes. A sala estava lotada! Bom sinal, né? Que nada!
Este foi um dos piores filmes que vi no festival. Sinceramente, gostaria do meu dinheiro de volta. Achei o roteiro pobre, fraco e muito confiuso. Não gostei sequer das piadinhas com drogas e álcool, feitas por Selton Mello, por exemplo. Em resumo: detestei mesmo!!!!
Mas o pior é que, pelo que me parece, só eu não gostei do filme ali na sala. Meus vizinhos de cadeiras morriam de rir, às gargalhadas. E eu ficava me perguntando: "Cadê a graça? Que porcaria! Quero ir embora!". Enquanto isso, todo mundo se amarrando naquela coisa sem nexo total. Eu nem vou me dar ao trabalho de falar um pouco sobre a história. Ela se divide em várias coisas. Mal dá pra saber qual é o foco principal do filme. Para finalizar: Muito ruim! Não recomendo mesmo!!! Nota: 3.
ÁRIDO MOVIE (Idem) - 2004 - Gênero: Drama - Direção: Lírio Ferreira // Guilherme Weber, Giulia Gam, Selton Mello, Renata Sorrah, Paulo Cesar Pereio, Matheus Nachtergaele, Mariana Lima.

Festival do Rio 2005
MISTÉRIOS DA CARNE (MYSTERIOUS SKIN):
Este foi um dos meus filmes favoritos no festival. O pior é que se eu não fosse uma pessoa que gosta de assistir a filmes com E.T.s eu nem iria assistí-lo. A sinopse falava sobre um rapaz que não lembrava de algumas partes da sua infância. Ele achava que os apagões vinham de uma experiência de abdução alienígena. Sim, isto realmente acontece no filme. Mas é apenas uma pequeníssima parte dele.
O filme tem como protagonistas dois rapazes: Brian Lackey (Brady Corbet) e Neil McCormick (Joseph Gordon-Levitt). O primeiro é o tal que tem certeza de que foi abduzido quando criança. O segundo é um daqueles adolescentes rebeldes. Ele é homossexual e arrisca sua vida com sexo inseguro com qualquer cara. A vida destes dois rapazes está ligada. Enquanto Neil vai vivendo sua vida, Brian fica intrigado com os apagões de memória e decide pesquisar o que houve.
Gostei muito do filme porque o roteiro me surpreendeu. Não imaginava de forma alguma as suas reviravoltas. Ponto muito positivo para o filme. Outra coisa que achei legal foi o clima de produção independente, de baixo orçamento. É um filme polêmico, que trata de um assunto muito delicado. Uma boa pedida! Nota: 9.
Melhor citação do filme: "Naquele verão, eu conheci Wendy. Se eu não fosse bicha, provavelmente nós terminaríamos fazendo sexo adolescente inseguro, engravidando e contribuindo com as estatísticas de mais gente fodida no mundo. Mas ao invés disso, ela é minha alma gêmea". (Neil McCormick - Joseph Gordon-Levitt)
MISTÉRIOS DA CARNE (Mysterious skin) - 2005 - Gênero: Drama - Direção: Gregg Araki // Joseph Gordon-Levitt, Brady Corbet, Elizabeth Shue, Michelle Trachtenberg, Bill Sage, Jeffrey Licon.
Festival do Rio 2005
A NOITE FANTÁSTICA (LA NUIT FANTASTIQUE):
http://ia.imdb.com/media/imdb/01/I/66/23/81m.jpg

O dia em que vi A noite fantástica foi aquele em que eu mais assisti a filmes no Festival. Foram cinco ao todo. E quanto fui ver este, já estva cansada. Quase desistindo... Ainda mais que este era um dos poucos filmes em que não tinha ingresso comprado. Mas, como boa cinéfila, resisti ao cansaço e fui. Chegando na sala de projeção, na Cândido Mendes de Ipanema, me dou conta de que o filme é falado em francês com legendas em espanhol... Atenção pessoas! Nunca deixem de se informar sobre isso durante o festival! É muito importante! Eu comecei a aprender francês na 6a série mas, obviamente, não me lembrava e ele nem seria suficiente para ver um filme. Minha sorte foram as legendas em espanhol! Ainda bem que estou terminando o curso. Daí foi razoável de assistir!
A noite fantástica conta a história de Denis (Fernand Gravey). Ele vive distraído ou dormindo. Isto porque estuda na faculdade à noite e trabalha durante o dia. Nos últimos tempos, Denis anda sonhando sempre com a mesma mulher; uma desconhecida vestida de branco. Um dia, enquanto dormia no trabalho novamente, a mulher esbarra nele. Denis a segue e se envolve em diversas tramas. O mais interessante é que a gente não sabe exatamente no começo se o que está acontecendo na tela é sonho ou realidade. O filme é de 1942. De vez em quando é legal ver filmes antigos. Assim podemos estudar mais as técnicas do passado. Mas o problema é ter acesso a eles. Ainda bem que existem esses festivais! Nota: 7.
A NOITE FANTÁSTICA (La nuit fantastique) - 1942 - Gênero: Romance - Direção: Marcel L'Herbier // Fernand Gravey, Micheline Presle, Saturnin Fabre, Charles Granval, Bernard Blien, Marcel Levesqué, Cristiane Nère.
Festival do Rio 2005
IMPULSIVIDADE (THUMBSUCKER):
Justin Cobb é um adolescente na faixa dos 15 anos. Ele é igual a todos os outros: inseguro, desajeitado, rebelde. Mas tem uma coisa que o difere dos outros adolescentes. Justin tem mania de chupar seu dedo. É um escape para seus momentos de tensão. Seus pais tentam de tudo para que ele deixe essa mania. Até que um dia o seu ortodontista Dr. Perry Lyman (Keanu Reeves) resolve tentar uma terapia diferente para curá-lo. O rapaz começa a tomar uns remédios que o deixam com o comportamento alterado. Justin se torna inteligentíssimo e pedante. E com a mudança de comportamento, a vida de todas as pessoas ao seu redor também muda.
Sinceramente, eu não sei exatamente o que foi que me levou a querer assistir este filme. Não sei se foi o Keanu Reeves... Não sei se foi o Vince Vaughn... Ou se foi a premissa do rapaz que ficava chupando o dedo o tempo todo. Não me recordo mesmo. Mas sinceramente, poderia ter ido assistir a outra coisa. O filme não me acrescentou em nada. Na verdade, teve uma hora em que até cochilei. Não gostei. Sequer é um bom filme que critica o uso indiscriminado de drogas/medicamentos. Perda de tempo no festival do Rio. Nota: 5.
Melhor citação do filme: "Temos que ultrapassar a idéia de que todo mundo é igual". (Justin Cobb - Lou Taylor Pucci)
IMPULSIVIDADE (Thumbsucker) - 2005 - Gênero: Drama - Direção: Mike Mills // Lou Taylor Pucci, Tilda Swinton, Vincent D'Onofrio, Keanu Reeves, Vince Vaughn, Benjamim Bratt, Kelly Garner.
Festival do Rio 2005
SHADOWBOXER (SHADOWBOXER):
Rose (Helen Mirren), uma assassina de aluguel, após anos de serviço sabe que está prestes a morrer de câncer. Ela tem como sócio seu enteado Mickey (Cuba Gooding Jr.). Eles também são amantes. Sabendo que sua morte é iminente, Rose decide aceitar um último trabalho. Ela e Mickey terão que invadir a casa de um gângster poderoso chamado Kingston (Stephen Dorff) e matar sua mulher Vickie (Vanessa Ferlito) à mando do próprio marido. No dia combinado, eles invadem a casa matam os seguranças, mas quando Rose aponta a arma para Vickie descobre que ela está grávida. Rose não consegue executar o serviço pela primeira vez na vida. E para piorar a situação, Vickie começa a entrar em trabalho de parto. Depois que a criança nasce, eles fogem da casa para se esconder. Mickey não concorda, mas também foge. Eles se mudam e tentam levar a vida sem causar suspeitas, mesmo com Vickie e o bebê morando com eles e tendo o risco de serem descobertos por Kingston. É um bom filme de suspense, mas nada de excepcional. Os atores são os destaques do filme. Nota: 7.
SHADOWBOXER (Idem) - 2005 - Gênero: Drama - Direção: Lee Daniels // Cuba Gooding Jr., Helen Mirren, Vanessa Ferlito, Stephen Dorff, Joseph Gordon-Lewitt, Macy Gray.
Festival do Rio 2005
TODAS AS CRIANÇAS INVISÍVEIS (ALL THE INVISIBLE CHILDREN):
Sem saber, não é que caí numa estréia de filme do Festival do Rio? Eu nem sonhava com isso, mas estou eu na fila, esperando para entrar e de repente várias pessoas famosas e conhecidas começaram a aparecer. E o filme nada de começar; Era para ser às 22h, mas que nada! Deve ter começado mais de 23h. O bom de ter ficado lá mofando foi ver o Reinaldo Gianechini passando para lá e para cá... Na minha frente! Já valeu o ingresso.
Mas vamos ao que interessa... Todas as crianças invisíveis é formado por sete curtas-metragens de sete diretores diferentes de várias nacionalidades. Alguns conhecidos, como Ridley Scott, John Woo, Spike Lee e a brasileira Kátia Lund. Em cada um dos filmes crianças são as protagonistas. Os curtas mostram algum tipo de realidade da infância em diversas partes do mundo. Alguns são muito legais, como o do menino que sai batucando e dançando. Ou casal de crianças brasileiras que trabalham para um ferro velho de São Paulo. Mas o mais lindo deles é o das menininhas japonesas, filmados por John Woo. Só de olhar para elas dá vontade de apertar as bochechas. Nem todo mundo vai gostar, mas os mais sensíveis, como eu, podem chegar a chorar em alguns momentos com o filme. Nota: 8.
TODAS AS CRIANÇAS INVISÍVEIS (All the invisible children) - 2005 - Gênero: Drama - Direção: Mehdi Sharef, Emir Kusturica, Spike Lee, Kátia Lund, Jordan Scott, Ridley Scott, Stefano Veneruso, John Woo.
Festival do Rio 2005
DA COR DO LEITE (THE COLOR OF MILK):
Mais um filme que vi na Mostra Geração, aquela voltada para o público infanto-juvenil. Na minha primeira experiência no Festival do Rio descobri que não devemos ter preconceito com nenhuma das mostras. Os filmes que vi nesta, voltada para as "crianças", foram bem interessantes.
Da cor do leite conta a história de uma menina de 11 anos chamada Selma (Julia Krohn). Ela perdeu a mãe ao nascer e foi criada pelo pai, a madrasta e a tia postiça. Selma é muito inteligente e quer dedicar sua vida à ciência. Diz que vai ganhar o Prêmio Nobel um dia. Enquanto as meninas de sua idade já começaram a se interessar pelos meninos, Selma diz que jamais vai se render ao amor. Desde que sua mãe morreu ela acredita que o amor é algo ruim, que pode matar. E as desventuras amorosas de sua quase-tia comprovam para Selma que amar não é bom negócio. Mas um amiguinho da escola se apaixona por ela...
A temática do filme é bem mais adulta do que em geral vemos em um filme brasileiro, por exemplo, para adolescentes. Um ponto positivo. É para aqueles que acreditam ou já acreditaram no amor. Afinal, o primeiro deles a gente nunca esquece. Nota: 7.
DA COR DO LEITE (The color of milk) - 2004 - Gênero: Romance - Direção: Torun Lian // Julia Krohn, Bernhard Naglestad.
Festival do Rio 2005
WHERE THE TRUTH LIES (WHERE THE TRUTH LIES):
A jovem jornalista Karen O'Connor (Alison Lohman) já ganhou diversos prêmios e é cotada para escrever uma história intrigante. É a biografia de uma dupla de apresentadores muito famosos nos anos 50: Lanny Morris (Kevin Bacon) e Vince Collins (Colin Firth). Eles se separaram no auge do sucesso e de uma forma muito estranha. Foi após um incidente que levou à morte uma camareira em um hotel em que a dupla estava hospedada. Karen precisa convencê-los a falar sobre o que ocorreu. O problema é que a jornalista era muito fã da dupla quando era criança. E se envolve emocionalmente e de forma perigosa com os ex-apresentadores.
Where the truth lies é um filme interessante, que mistura jornalismo, investigação, mistério e assassinato. Os atores Kevin Bacon e Colin Firth são o melhor do filme. Nota: 6.
WHERE THE TRUTH LIES (Idem) - 2005 - Gênero: Drama - Direção: Atom Egoyan // Kevin Bacon, Colin Firth, Alison Lohman, Rachel Blanchard.

quarta-feira, 12 de outubro de 2005

Festival do Rio 2005
HINOKIO (HINOKIO - INTERGALATIC LOVE):
Esse filme fazia parte da mostra para o público infantil do festival. Entre os adultos, somente eu e mais uns cinco. O resto era só turmas de colégio... Ah! Tinha os professores também!
Já tinha ouvido falar que Hinokio era um filme muito bonitinho. Como já tinha mesmo marcado para ver, nem me importei de estar no cinema às 9h da manhã.
Uma das coisas que aprendi neste festival é que os filmes japoneses também são muito bacanas. Eu confesso que nunca tinha dado muita atenção a eles. Sempre achei que se resumiam a películas de artes marciais. Quem viu um destes viu todos. Mas percebi que não é bem assim. E este em especial, me chamou mais a atenção. Ele é realmente voltado para o público infantil, mas nem por isso "pega leve" como os filmes norte-americanos. Hinokio mostra a perda de um dos pais, o desentendimento com a família, o fracasso amoroso, os preconceitos com pessoas diferentes ou deficientes, a distância entre pais e filhos. Pois é... Essas coisas existem de verdade no mundo das crianças japonesas.
Hinokio conta a história de um menino chamado Satoro Iwamoto (Kanata Hogo). Ele estava dentro do carro com a mãe quando aconteceu o acidente que a matou. Satoro ficou paralizado da cintura para baixo, mas com possibilidade de melhora. Mas Satoru não tem mais prazer pela vida. Ele sequer conversa ou vê o pai. Satoro o culpa pela morte da mãe, já que eles estavam brigados. O menino não quer mais ir para a escola, por causa do seu problema físico. Seu pai cria um robô que faz isso por ele. E através do equipamento, Satoro começa a fazer novos amigos que vão lhe dar lições de vida. Nota: 8.
HINOKIO (Hinokio - Intergalatic love) - 2005 - Gênero: Drama / Infantil - Direção: Takahiko Akiyama // Kanata Hogo, Mikako Tabe, Masatoshi Nakamura.
Festival do Rio 2005
COMO ARNOLD CONQUISTOU O OESTE (HOW ARNOLD WON THE WEST):
Este documentário me atraiu assim que peguei a programação do festival. Eu queria saber como foi a campanha do Arnold Scharzenegger para o governo da California. Ele tem um quê de "Michael Moore" em alguns momentos. E é cômico de observar como os "donos do mundo", cidadãos dos EUA, tomam suas decisões políticas. Acho que toda a campanha eleitoral, seja no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo, é sempre igual. Há a desmoralização do adversário, promessas, mentiras, interesses comerciais... O "governator" também praticou estas coisas durante a campanha. Como dizem por aí: Cada povo tem o governante que merece. Eu só não vou ridicularizar a escolha de Arnold como governador da California porque moro no Rio. Para bom entendedor... Nota: 7.
COMO ARNOLD CONQUISTOU O OESTE (How Arnold won the west) - 2004 - Gênero: Documentário - Direção: Alex Cooke // Arnold Schwarzenegger, George Bush, Mary Carrey, Bill Clinton.
Festival do Rio 2005
MANDERLAY (MANDERLAY):
Após todos os eventos ocorridos na cidade de Dogville, Grace Mulligan (Bryce Dallas Howard) está em viagem com seu pai (William Dafoe) e seus capangas pelo país. Eles acabam parando em uma fazenda chamada Manderlay. Lá, a escravidão ainda existe, embora tenha sido extinguida do país há muito tempo. Grace resolve ajudar os escravos a conquistar a liberdade, apesar dos protestos de seu pai e dos donos da fazenda. Acontece que os escravos ficam perdidos com a nova situação e não sabem como proceder. Grace deixa novamente a companhia de seu pai para praticar boas ações. E mais uma vez ela vai ver que o coração humano é muito ingrato e não sabe retribuir a caridade que recebe.
Antes de tudo, vamos deixar uma coisa bem clara: Manderlay definitivamente não é melhor do que Dogville, como ouvi muita gente dizendo durante o festival. Sim, o filme é interessante e eu gostei. Mas não chega nem a unha do dedinho do pé em matéria dos sentimentos que me despertou o filme anterior. Dogville é sem dúvida um dos melhores que eu já vi na vida! Manderlay é legal e ponto.
É inevitável fazer a comparação entre os dois. E enquanto eu assistia a Manderlay vários pensamentos me ocorriam. Primeiro, eu não gosto nem um pouco quando mudam os atores em personagens já existentes. Não consigo dar credibilidade para a Grace de Bryce Dallas, sabendo que ela já foi feita pela Nicole Kidman. Mas isto é uma coisa que incomoda apenas a poucas pessoas, como eu. E também não chega a ser um problema gigante porque Bryce Dallas está bem no papel.
Em segundo lugar, discordei de algumas abordagens do roteiro. Por exemplo: depois de todo sofrimento que passou na cidade de Dogville, sendo boazinha para os habitantes, eu duvido que Grace seria tão solícita para o bem. É como se nada antes tivesse acontecido. Soa falso. No mínimo, com todos os acontecimentos terríveis do filme anterior, Grace se tornaria mais desconfiada. Tem também o fator sexualidade. Após ter sido estuprada por quase toda a cidade de Dogville, eu duvido muito que Grace sentisse desejos sexuais tão rapidamente. Tudo bem que não sabemos quanto tempo se passou entre um filme e o outro. Mas uma mulher que sofre abusos fica marcada e têm que buscar ajuda psicológica. Ela simplesmente não fica tendo desejos com jovens negros tomando banho.
Em resumo, o filme é legal, mas me deixou de pé atrás. Se não fosse todos esses questionamentos, que só existiram porque Manderlay é uma continuação. Aliás, quando li que Dogville teria uma continuação me perguntei: "Para quê"? O que uns trocados não fazem, não é? Mas não deixa de ser interessante. E agora é aguardar o terceiro. Vamos ver no que vai dar essa recente mania de transformar tudo em trilogia. Nota: 7.
MANDERLAY (Idem) - 2005 - Gênero: Drama - Direção: Lars Von Trier // Bryce Dallas Howard, Willian Dafoe, Danny Glover, Isaach de Bankolé.
Festival do Rio 2005
CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS (CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS):
Este, com certeza, é o melhor filme brasileiro que eu assisti durante o festival. Eu já tinha lido a respeito dele e tinha muita curiosidade para assistí-lo. Gostei muitíssimo, mas infelizmente, não pude vê-lo inteiro. E aqui vai um parênteses enorme para reclamar da falta de organização do pessoal do cinema Odeon. Talvez por ser o cinema central do festival, a direção do local deve achar que paira acima do bem e do mal e literalmente sacaneia o público do evento. Todo mundo sabe que existem os "loucos" (como eu) que tem uma programação de filmes para assistir durante o dia, com horários próximos. Mas o Odeon não está nem aí para isso e sabota o próprio evento do qual faz parte. Enquanto todos os outros cinemas obedecem rigorosamente os horários para as exibições, o Odeon não segue esta premissa.
O meu ingresso para Cinema, aspirinas e urubus indicava que a sessão começava às 12h. Acontece que este foi o horário que o Odeon resolveu abrir as suas portas para que a extensa fila que aguardava, entrasse na sala. Nos outros cinemas, a esta hora já estaríamos vendo a vinhetinha do Festival. Daí, até que todo mundo sente, compre bala e piopoca são mais ou menos 15 ou 20 minutos. E eu ainda dei a "sorte" de pegar uma sessão que antes exibia um curta para votação do público. Mais 15 minutos. Cinema, aspirinas e urubus começou com mais ou menos meia hora de atraso. E eu, completamente revoltada, tive que fazer uma escolha: ou eu ficava e assistia o filme todo ou largava ele sem saber o final e ia para a minha próxima sessão. Se tudo tivesse corrido no tempo certo eu não precisaria escolher a segunda opção. O que foi uma pena porque eu estava gostando muito do filme. Desorganização e falta de respeito do Odeon!
Mas vamos falar do filme... Cinema, aspirinas e urubus mostra a amizade de dois homens em uma viagem pelo sertão brasileiro nos idos de 1942, época da Segunda Guerra Mundial. Um deles é nordestino chamado Ranulfo (João Miguel). O outro é o alemão Johann (Peter Ketnath), que aceitou vir para o Brasil por gostar de aventuras e por não querer lutar na guerra. Eles visitam cidadezinhas nordestinas vendendo aspirinas. Mas para comercializar o remédio, antes Johann exibe o anúncio, como se fosse uma sessão de cinema. O público acaba comprando as aspirinas por causa dos filmes. As cenas do sertão e da pobreza dos vilarejos são impressionantes. Infelizmente não posso falar muito porque deixei a sessão na metade. Mas espero rever o filme quando ele for exibido por aqui. Nota: 8
CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS (Idem) - 2004 - Gênero: Drama - Direção: Marcelo Gomes // Peter Ketnath, João Miguel.
Festival do Rio 2005
RAINHAS (REINAS):
Este é um dos três melhores filmes que assisti no Festival do Rio. É uma comédia sobre o relacionamento de mães e filhos, sendo que estes são gays. Considero muito bom que filmes espanhóis que não sejam de Pedro Almodóvar ou que tenham alguma influência sua sejam exibidos. Não tenho coisa alguma contra ele, mas às vezes tenho a impressão que o cinema espanhol só é feito por Almodóvar.
Rainhas se passa na Espanha, após a decisão de que casamentos gays seriam permitidos no país. O filme tem como protagonistas cinco casais gays e seus pais. Óbvio que as mães são as principais personagens de momentos engraçados e também dos dramáticos. O filme mostra alguns dias antes dos casamentos ocorrerem e toda a confusão provocada pelas matriarcas. Não vou contar mais sobre o filme porque é mais interessante assistí-lo. É diversão garantida! Nota: 9.
Melhor citação do filme: "Estou sempre livre, mesmo quando estou casada" (Nuria - Verónica Forqué).
RAINHAS (Reinas) - 2005 - Gênero: Comédia - Direção: Manuel Gómez Pereira // Marisa Paredes, Carmem Maura, Mercedes Sampietro, Verónica Forqué, Daniel Hendler, Luís Homar, Unax Ugalde.
Festival do Rio 2005
EDMOND (EDMOND):
Edmond (William H. Macy) é um homem pacato que leva sua vida da mesma forma. Ele é casado e trabalha em um grande escritório. Um dia vê o anúncio de uma cartomante. Resolve ir até ela. E este é o início de toda a reviravolta em sua vida. A cigana o faz ver o vazio de sua existência. Edmond vai para casa, termina seu casamento e vai para a rua em atrás de bebidas sexo. Mas na busca por sua redenção pessoal, Edmond entra no submundo da cidade e se envolve em um crime.
Diria que Edmond é um conto sobre a vida moderna. A rotina e o tédio, tão comuns, causam um momento de surto no personagem principal. Ele apenas precisava de um empurrãozinho para por para fora suas frustrações, o que conseguiu ao visitar a cartomante. Pode-se comparar com o personagem de Michael Douglas em Um dia de Fúria. Mas neste, Edmond usa mais a filosofia, além da força bruta. Já William Forster, personagem de Michael, só usava mesmo a brutalidade. O filme é bem interessante e tem a presença de William H. Macy em praticamente todas as cenas. Eu o considero um dos grandes atores norte-americanos. Mais um da lista "Seria-bom-até-interpretando-a-lista-telefônica-em-frente-à-câmera". Nota: 8.
EDMOND (Idem) - 2005 - Gênero: Drama - Direção: Stuart Gordon // Willian H. Macy, Julia Stiles, Denise Richards.
Festival do Rio 2005
HERÓIS IMAGINÁRIOS (IMAGINARY HEROES):
Não é de hoje que o cinema americano produz filmes sobre a decadência da família neste país. Este com certeza não é o primeiro e não será o último a abordar o tema. Quem ainda consegue assistir a estes filmes e tirar algumas coisas boas pode gostar de Heróis Imaginários. Mas não espere surpresas monumentais durante sua exibição.
O filme começa mostrando o suicídio de Matt Travis (Kip Pardue), o nadador mais promissor dos Estados Unidos. Acontece que Matt odeia natação, mas é tão bom nisso que sua família não percebe seu ódio. Com seu suicídio, seus parentes tem suas vidas viradas de cabeça para baixo. O pai de Matt, Ben Travis (Jeff Daniels) parece ser o mais abalado com tudo. Afinal, era ele quem incentivava o filho e ao mesmo tempo não o conhecia. Enquanto isso, Ben se afastava de Tim (Emile Hirch), o filho caçula e mais "estranho" da família. Este tem apoio de sua mãe, Sandy (Sigourney Weaver). Ela entende as necessidades do filho porque ela mesma as tem. Sandy é aquele tipo de dona-de-casa que não se preocupa mais com si própria e que tem o tédio como rotina.
O filme mostra como esta família tenta se reerguer após a tragédia com o filho mais velho. "Estilo mulherzinha" total, ele não agradará a maioria dos homens, que devem dormir durante a exibição. É interessante, mas não tem nada a acrescentar. Quem viu um filme de família problemática já viu todos. Nota: 6.
Melhor citação do filme: "Estes são os melhores anos de nossas vidas. Pelo menos é o que nos dizem. Pessoalmente, eu odiei o Segundo Grau. Eu odiei todos vocês e espero que todos apodreçam no inferno" (Shelly Chan [Sara Tanaka] durante seu discurso como oradora da turma de formandos do Segundo Grau).
HERÓIS IMAGINÁRIOS (Imaginary heroes) - 2004 - Gênero: Drama - Direção: Dan Harris // Sigourney Weaver, Emile Hirch, Jeff Daniels, Sara Tanaka, Kip Pardue.
Festival do Rio 2005
O BIGODE (LA MOUSTACHE):
Marc Thiriez (Vincent Lindon) é um publicitário bem sucedido, casado e que leva uma vida comum. Um dia ele resolve tirar o bigode que o acompanha há anos. Mas o estranho é que ninguém repara. Intrigado, Marc decide tirar satisfações com sua mulher Agnes (Emmanuelle Devos). Ela lhe diz que ele jamais teve bigode. E não apenas ela lhe diz isso: amigos e seus colegas de trabalho lhe dizem a mesma coisa. Marc fica totalmente perdido! Ou as pessoas armaram para lhe dizer isso ou ele realmente está ficando louco.
O Bigode é muito intrigante. Os espectadores ficam na mesma situação que o protagonista. Não se sabe se ele é louco ou não. O filme tem seus altos e baixos, mas é um bom divertimento. Ouvi alguns expectadores reclamando ao sair da sala de exibição. Mas são coisas daqueles que não mantém a mente aberta e gostam de ver apenas coisas bem costuradinhas, com princípio, meio e fim certinho. Gostei! Nota: 7.
O BIGODE (La moustache) - 2005 - Gênero: Drama - Direção: Emmanuel Carrère // Vincent Lindon, Emmanuelle Devos, Mathieu Amalric, Hippolyte Girardot, Cylia Malki.
Festival do Rio 2005
GARGANTA PROFUNDA (DEEP THROAT):
Imaginem a cena: você está no cinema Palácio, no Centro do Rio de Janeiro, uma das maiores salas da cidade que ainda se localizam na rua ao invés de um shopping. Você entra para assistir a sessão de 21h45, vindo correndo de uma sessão anterior em um outro bairro. Olha para os lados e vê que a sala está praticamente lotada! Tudo bem! É o Festival do Rio e diversas sessões esgotaram. Mas tem apenas um detalhe: o que você vai assistir agora é um clássico... do cinema erótico.
Sim, foi assim que assisti pela primeira vez a Garganta Profunda, o filme erótico mais famoso do mundo. E foi uma experiência única ver toda aquela gente reunida, que provavelmente teve a mesma idéia do que eu: vai ser maneiro! Eram casais, gente sozinha, adolescentes barulhentos e pessoas mais velhas ali sentadinhas esperando começar. Antes ainda vimos um pequeno documentário sobre a execução do filme.
Mas vamos ao que se trata Garganta Profunda: Linda, uma moça liberada e com a vida sexual bastante agitada, se sente frustrada com suas experiências porque nunca consegue atingir o climax. Sua amiga Helen (Dolly Sharp) lhe aconselha a procurar um médico. O psicólogo Dr. Young (Harry Reems) descobre o porquê da frustração: Linda tem uma pequena anomalia na garganta. Seu clitóris se localiza ali e para que ela atinja o orgasmo deve praticar uma técnica conhecida como "garganta profunda".
Toda hora na platéia estouravam gargalhadas. O filme tem algumas tiradas engraçadinhas além do sexo explícito. Eu me diverti muito. Tenho certeza de que foi tão bom para mim quanto para o resto da platéia. ;-) Nota: 7.
Melhor citação do filme: "Como você ficaria se as suas bolas fossem penduradas nas suas orelhas?" (Linda - Linda Lovelace)
GARGANTA PROFUNDA (Deep throat) - 1972 - Gênero: Erótico - Direção: Gerard Dammiano // Linda Lovelace, Dolly Sharp, Harry Reems.

terça-feira, 11 de outubro de 2005

Festival do Rio 2005
OLIVER TWIST (OLIVER TWIST):
Sempre quis ler o conto de Charles Dickens que dá título ao filme, mas jamais tive a oportunidade. Decidi então assistir a versão do diretor Roman Polanski. O filme era um dos mais badalados para o festival.
Acontece que fiquei um pouco decepcionada. Os figurinos e a ambientação de época são muito bem feitos. Mas achei que o personagem principal, que deveria ser o próprio Oliver Twist (Barney Clark), ficou de coadjuvante da história. O personagem principal do filme, em minha opinião é o vilão Fagin (Ben Kingsley). Até os outros vilões e as crianças que participam da gang de batedores de carteira estão melhores do que o menino que faz o Oliver. Ele ficou muito apagadinho. Não sei se o problema foi com o roteiro, que privilegiou os vilões, ou se foi uma questão de talento mesmo. Ben Kingsley dá show.
O órfão Oliver Twist foge da fábrica de onde trabalhava e vai caminhando até Londres. Lá, conhece um grupo de meninos que praticam pequenos golpes para sobreviver. Eles são chefiados por Fagin. Oliver começa a ser treinado para roubar. Mas é pego na primeira vez que sai à rua. Para sorte de Oliver, o homem que foi roubado simpatiza com ele e quer criá-lo. Mas Fagin não concorda com isso e ainda quer que Oliver roube de seu novo "pai". Nota: 7.
OLIVER TWIST (Idem) - 2005 - Gênero: Drama - Direção: Roman Polanski // Ben Kingsley, Jamie Foreman, Barney Clark, Harry Eden, Leanne Rowe, Edward Hardwicke, Ian McNeice.
Festival do Rio 2005
4X NÓS DO MORRO (4X NÓS DO MORRO):
O documentário mostra basicamente a preparação dos integrantes do projeto "Nós do Morro", no Morro do Vidigal, Rio de Janeiro, para um evento do seu núcleo de cinema com o mesmo nome que dá título a ele. Os diretores percorreram a favela, mostrando a divulgação do evento e a sua apresentação em alguns cineclubes da cidade. Alguns alunos falam da experiência de trabalhar com o projeto. Algumas imagens de aulas e exercícios de teatro são exibidas também. O documentário poderia ter sido melhor elaborado. Ficou muito focado em um pequeno universo e poderia ter sido melhor explorado. Eu esperava mais. Nota: 6.
4X NÓS DO MORRO (Idem) - 2005 - Gênero: Documentário - Direção: coletiva// Elenco: integrantes do projeto Nós do Morro.
Festival do Rio 2005
CASSHERN (CASSHERN):
No final do Sec. XXI a humanidade está a beira da extinção após mais uma grande guerra, que utilizou armas nucleares e bacteriológicas. Neste momento, os grandes rivais são os Europeus e os Asiáticos. O geneticista Dr. Azuma estuda uma forma de restaurar os corpos dos mutilados com a guerra e tenta salvar a vida de sua própria mulher. O governo não acredita em suas pesquisas e não lhe dá incentivos financeiros para continuar a pesquisa. Isto, ele consegue através de uma sinistra organização militar. Enquanto isso, o cientista sofre com a doença terminal de sua mulher e com a teimosia de seu filho Tetsuya, que insiste em ir à guerra. Um acidente no laboratório de Azuma transforma seus experimentos em uma raça de mutantes que pretende tomar o poder. Neste mesmo momento, o corpo de Tetsuya, que morreu na guerra, também sofre a mutação. Ele renasce como um guerreiro poderoso com corpo de aço, que vai lutar contra os mutantes.
Casshern é baseado em um animé japonês de 1973 com o mesmo nome. Foi um dos filmes mais legais que vi durante o festival. A ambientação das cenas é perfeita. Lembra um pouco a cenografia do recente Capitão Sky. Eu que não dava muita atenção aos filmes japoneses começo a pensar duas vezes sobre isso. Adorei! Muito melhor que alguns filmes de super-heróis que temos por aí. Acho que alguns diretores têm que estudar muito com os japoneses. Pena que provavelmente não veremos nos cinemas brasileiros e nem em DVD. Foi uma oportunidade única. Nota: 8.
CASSHERN (Idem) - 2004 - Gênero: Ficção - Direção: Kiriya Kazuaki // Iseya Yusuke, Aso Kumiko, Karasawa Toshiaki.
Festival do Rio 2005
ALÉM DO AZUL (THE WILD BLUE YONDER):
Este é definitivamente um dos filmes mais loucos que já vi na vida. Aliás, uma correção. Este é um dos documentários mais loucos que já vi na vida. Nunca tinha assistido a algum trabalho do diretor Werner Herzog. Quando comentei que tinha visto este, algumas pessoas comentaram que ele é conhecido por "viajar" em seus filmes.
Embora algumas pessoas que assistiram ao filme do meu lado não tenham gostado, eu achei bem interessante. É uma "viagem legal". Mas nos momentos em que o filme mostra o cotidiano de astronautas é um pouco cansativo. As seqüências são longas e com certeza alguém menos paciente e muito cansado pode até acabar dormindo. Mas para isso há a trilha com músicas africanas nestes momentos. Acho difícil alguém conseguir dormir.
O documentário é apresentado por um alienígena vindo de Andrômeda (Brad Dourif). Ele explica como alguns de seus conterrâneos foram parar na Terra. O alien trabalha na NASA e esteve presente nos estudos secretos da Área 51 e da queda de um OVNI em Roswell. Os homens, com medo de terem infectado o planeta com alguma bactéria alienígena ao abrir a espaçoave, resolvem mandar uma equipe de astronautas para o espaço, em busca de um novo planeta habitável. A missão passa por diversos problemas. O documentário foi filmado em algumas partes da NASA e alguns cientistas aparecem descrevendo teorias espaciais que fariam qualquer nerd de plantão babar em êxtase.
O documentário não agradará a todo mundo, com certeza. Eu gostei porque gosto de filmes que me fazem viajar. Mas não recomendo para qualquer um. Nota: 6.
ALÉM DO AZUL (The wild blue yonder) - 2005 - Gênero: Ficção/ Documentário - Direção: Werner Herzog // Brad Dourif.
Festival do Rio 2005

LAST DAYS (LAST DAYS):
Blake (Michael Pitt) é um astro do rock 'n' roll com problemas. Ele está cada vez mais buscando o isolamento, por não agüentar a fama. Blake está passando uns dias em sua casa de campo com alguns amigos, mas quer mesmo se desligar de todos mesmo. São os últimos momentos de vida de um rockstar.
Last Days foi o segundo filme que vi durante o festival e, honestamente, destestei. Na verdade, acredito que este foi o pior filme que eu vi durante todo o evento. Não gostei nem um pouquinho. Podem me chamar de careta, dizer que eu não entendo de arte ou seja lá o que queiram dizer! O fato é que não gostei mesmo. O filme é longo demais, chato demais... Irritante demais! Eu juro que queria sair da sala nos primeiros 10 minutos. Quando acabou, fiquei com a sensação de que ou eu sou burra e não entendi ou aquilo tudo era uma porcaria mesmo. Que me desculpem os fãs de Gus Van Sant mas fala sério! Que porcaria!
O filme é uma interpretação do diretor sobre os últimos momentos de Kurt Cobain, na verdade. Mas aqueles longos minutos onde víamos Kurt/Blake cavando, ou nadando, trocando de roupa ou fazendo comida são tão terríveis quanto ir ao dentista para fazer tratamento de canal. Eu, como fã do Nirvana e do Kurt, me senti até ofendida... MUITO, MUITO RUIM! Não recomendo nem pro meu maior inimigo...
Nota: Zero!!
Melhor (??) citação do filme: Não existe...
LAST DAYS (Idem) - 2005 - Gênero: Drama - Direção: Gus Van Sant // Michael Pitt, Asia Argento, Lukas Haas.
Festival do Rio 2005

FINAIS FELIZES (HAPPY ENDINGS):
Pela primeira vez fui ao Festival do Rio. É vergonhoso para uma cinéfila como eu, mas é verdade. Desta vez "tirei todo o atraso". Vi 26 filmes em uma semana!!!
Finais Felizes foi o primeiro deles. Eu gostei desse começo. O filme não tem nada demais; não há novidade. São várias histórias entrelaçadas, do tipo em que os personagens tem vínculos de amizade ou familiares. As histórias estão interligadas de alguma forma. Já vimos muitos filmes assim, não é? A única diferença nesse é a existência de um "narrador", na forma de legendas, que conta detalhes sobre o caráter dos personagens, suas manias, suas atitudes e até coisas que não aparecerão no filme. Acho que foi uma solução legal para uma forma de contar histórias que já está até batida. Outra coisa que me chamou a atenção foi o filme começar com um atropelamento. É incomum isso em uma primeira cena.
Ainda no seu início, o filme mostra dois adolescentes que acabam de se tornar irmãos após os casamentos de seus pais. Eles têm uma tarde de amor e acabam "grávidos". Cerca de 20 anos depois, Mamie (Lisa Kudrow) trabalha em uma clínica de abortos e esconde um segredo: ela não teve coragem de tirar a criança. Um dia, Mamie recebe a visita de um quase-cineasta, Nicky (Jesse Bradford), que lhe faz uma proposta: ele lhe dirá onde seu filho está se ela permitir que seu reencontro vire um documentário.
Charlie (Steve Coogan), o meio irmão de Mamie, se descobriu gay após o incidente da adolescência e vive com um namorado: Gil (David Sutcliffe). Eles são amigos de um casal de lésbicas, Diane e Pam (Sarah Clarke e Laura Dern), que tem um filho. Charlie cisma que a criança é de Gil.
Charlie tem um restaurante onde trabalha Otis (Jason Ritter). Ele conhece Jude (Maggie Gyllenhaal) uma noite e a convida para ser cantora de sua banda. Otis é gay, mas tem um caso com ela. Jude resolve terminar tudo com ele porque quer investir em seu pai, Frank (Tom Arnold), um empresário dono de um grande shopping. A partir deste emaranhado de coisas o filme vai se desenrolando. Ele é bem leve e dá pra se divertir num sábado a tarde quando não se tem o que fazer.
Nota: 7.
Melhor citação do filme: "Por que você acha que ele é baterista? Assim ele pode olhar pras nossas bundas a noite toda". (Miles - Johnny Galecki)
FINAIS FELIZES (Happy endings) - 2005 - Gênero: Drama - Direção: Don Roos // Lisa Kudrow, Steve Coogan, Jesse Bradford, Bobby Cannavale, Maggie Gyllenhaal, Jason Ritter, Tom Arnold, Sarah Clarke, Laura Dern, Johnny Galecki, David Sutcliffe.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2005

O PODEROSO CHEFÃO - PARTE III (THE GODFATHER - PART III):
A última parte de O Poderoso Chefão é a mais polêmica de todas. Atenção! Eu não estou dizendo que ela é melhor do que as outras. Só estou falando que muito se comentou sobre este filme. Foi polêmico ele ter sido realizado quase 16 anos depois da segunda parte e, principalmente, foi polêmica a atuação de Sofia Coppola, a Mary Corleone, filha de Michael (Al Pacino). Neste momento tenho que concordar com todos, inclusive com ela mesma... Tadinha da Sofia! Como atriz ela ia passar fome!!! Ou então, só trabalhar mesmo nos filmes do papai... Mas temos que considerar que ela tem senso crítico apurado. Sofia sabe o quanto foi péssima!

Mas falando no filme em si, gosto muito desta terceira parte. Sei que muita gente não gosta, mas eu coloco no mesmo nível dos primeiros. Aquele clima triste do final e as idéias representadas, de que não há como fugir do seu destino e que "aqui se faz, aqui se paga" conjuntas, fazem deste encerramento de trilogia um dos mais melancólicos, tristes e bonitos que eu já vi.

Depois dos acontecimentos do segundo filme, onde Michael Corleone separa-se da mulher e dos filhos e está envolvido no assassinato de alguém de sua própria família (não quero contar para não estragar tudo!), ele vai morar em Nova York e resolve que irá mudar de vida. O "padrinho" agora é filantropo, ganha homenagens de políticos e da Igreja. Mas o seu passado o condena. Por mais que Michael ainda relute por algo que acabou aceitando para sua vida, ele não consegue livrar-se assim tão fácil do que se transformou com o passar dos tempos. Michael Corleone aprende neste filme, da maneira mais horrível, que você pode ter o poder financeiro ou político, mas isto não quer dizer que tem o poder de mandar no destino. O filme é lindo e emociona. Nota: 9 (Por causa da Sofia!).
Melhor citação do filme: "Toda família tem lembranças ruins." (Michael Corleone - Al Pacino)
O PODEROSO CHEFÃO - PARTE III (The Godfather - Part III) - 1990 - Gênero: Drama - Direção: Francis Ford Copolla // Al Pacino, Diane Keaton, Andy Garcia, Bridget Fonda, Sofia Coppola.
O PODEROSO CHEFÃO - PARTE II (THE GODFATHER - PART II):
Continuando minha saga na trilogia da família Corleone, preciso ressaltar uma coisa. Este é um daqueles momentos raros onde a segunda parte consegue ser tão boa, ou melhor, do que a primeira. Eu considero melhor. Mantém fácil o status de obra-prima do cinema.

Em O Poderoso chefão parte 2 temos duas situações. Em primeiro lugar, Michael Corleone (Al Pacino) já em total noção do seu papel na "família". O filme mostra os seus caminhos para manter e aumentar o poder do seu nome no "sindicato do crime". Enquanto isso, vemos que sua vida pessoal não está assim tão bem... Por outro lado, temos o histórico de Don Vito Corleone (neste caso, o maravilhoso Robert De Niro) - o que seria quase que uma segunda parte dentro do segundo capítulo... Acompanhamos a infância do futuro "padrinho" na Sicília, a morte dos seus pais, sua vinda para a América e seu começo nos negócios.

Al Pacino é um ator estupendo, mas é preciso dizer que este filme pertence a Robert De Niro, que beira a perfeição. Cada vez que o vejo trabalhar fico mais espantada com seu talento. Tudo bem que ele anda cometendo uns deslizes nas escolhas de filmes atualmente. Mas quer saber? Um cara que nos presenteou com Don Vito mais jovem, com o maluco-tarado-serial-killer-do-barco de Cabo do Medo e o lutador de boxe de Touro Indomável não precisa mais ser exigido em nada! Isso sem contar o Al Capone (Os Intocáveis) e o taxista que surta em Taxi Driver... Ok! Chega de falar no curriculum do cara e voltemos ao que interessa...

O que eu achei mais interessante em O Poderoso Chefão 2 foi a edição. As partes sobre Michael e Don Vito se misturavam, dando aos expectadores mais atentos a chance de fazer comparações. Não estou falando no sentido de quem atuou melhor, mas da história em si. Podemos ver como foi a ascenção de Don Vito, seus "métodos de trabalho", sua personalidade e como ela foi moldada. E podemos também comparar com o caminho de seu filho, que a princípio não aceitava se meter nos negócios da família, mas que o assume com toda a força e o expande mais ainda... Enfim, podemos comparar as personalidades de pai e filho.

Assim como o primeiro, é uma obra imperdível... Uma verdadeira aula de cinema! Já estou curiosa para saber como acaba a saga dos Corleones... Nota: 10
Melhor citação do filme: "Eu não acho que tenho que exterminar todo mundo, Tom. Só meus inimigos". (Michael Corleone - Al Pacino)
O PODEROSO CHEFÃO - PARTE II (The Godfather - Part II) - 1974 - Gênero: Drama - Direção: Francis Ford Copolla // Al Pacino, Robert Duvall, Diane Keaton, Robert De Niro.

domingo, 2 de janeiro de 2005

O PODEROSO CHEFÃO (THE GODFATHER):
Confesso que não sou uma grande fã de Francis Ford Coppola. Gosto de um ou outro filme. Mas, como toda cinéfila que se presa, é um dever assistir aos clássicos. E a trilogia O Poderoso Chefão faz parte deste segmento. Além disso, adoro filmes de máfia! E como eu posso me considerar fã do gênero sem ter visto sua obra-prima? Por isso, encarei as quase três horas do filme (só contando a primeira parte) sem reclamações. E gostei imensamente do que vi.

A trilogia O Poderoso Chefão conta a saga da família Corleone. O primeiro filme mostra o poder de Don Vito Corleone (Marlon Brando) sendo posto a prova. O "padrinho" e sua família acabam envolvidos em uma guerra com outros clãs mafiosos de Nova York, para ver quem irá comandar a cidade. O filme começa com uma festa de casamento. Ali, somos apresentados aos dois personagens centrais: o próprio Don Vito e Michael Corleone (Al Pacino), seu filho. Este é militar, um herói de guerra e não quer se envolver com os "negócios da família". Don Vito apóia sua posição e espera que seu filho seja um político ou coisa do gênero. Mas o sobrenome Corleone é uma marca muito forte e Michael não consegue livrar-se do peso.

Tudo muda quando a guerra entre as famílias mafiosas começa. Don Vito é baleado gravemente e os irmãos Corleone querem punir os culpados. Michael acaba cedendo a raiva e age ativamente na vingança, planejando e executando assassinatos. Com medo de que algo aconteça, a família o envia para a Itália, para que fique escondido por um tempo. Mas na viagem às suas origens, Michael descobre que não há como fugir de seu destino. Ele perde a mulher que ama em um atentado, resolve voltar para os Estados Unidos e assume de vez o lugar do pai, ainda debilitado. Seus outros irmãos, aliás, foram assassinados também.

A imagem mais forte que tinha deste filme era o Marlon Brando como Don Vito. Mas, assistindo ao primeiro filme, vejo que o centro da história é o personagem de Al Pacino. Ambos atores, aliás, interpretaram magistralmente seus papéis. Mas mesmo que a história centre na mudança de comportamento de Michael perante sua família, não posso negar que o referencial é todo de Don Vito e sua presença marcante.

A história é muito bem estruturada. Foi baseada no livro homônimo de Mário Puzzo, que também escreveu o roteiro. Isto pode ter dado um plus a mais no roteiro, pois acredito que o autor do romance sabe destacar muito melhor os pontos importantes da obra. As recriações e cenários também estão perfeitos. Na verdade, não achei algo que me motive a fazer reclamações. Acho que fiquei deslumbrada. E estou curiosa para ver os outros filmes e para ler o livro. Merecidamente o primeiro lugar no ranking do Internet Movie Database.
Nota: 10.
Melhor diálogo do filme: "Meu pai não é diferente de nenhum homem poderoso. Nenhum homem com poder, como um presidente ou um senador." (Michael Corleone - Al Pacino)

"Você tem noção do quanto você parece ingênuo, Michael? Presidentes e senadores não matam homens." (Kay Adams - Diane Keaton)

"Oh... Quem está sendo ingênua, Kay?" (Michael Corleone)
O PODEROSO CHEFÃO (The Godfather) - 1972 - Gênero: Drama - Direção: Francis Ford Copolla // Marlon Brando, Al Pacino, James Caan, Robert Duvall, Diane Keaton.

DONNIE DARKO (IDEM):
Em primeiro lugar, devo deixar de lado o que aprendi nas aulas de jornalismo neste momento. Não vou ser imparcial com este filme, simplesmente porque eu o adoro! É um dos meus preferidos e não conseguiria deixar de tecer vários elogios a ele. Mas quer saber? Falar ou fazer críticas a um filme já é mostrar imparcialidade!

Mas vamos ao meu querido Donnie Darko. Sou assinante da Revista Set há pelo menos uns seis anos. Um dia, li uma resenha sobre este filme. O jornalista (infelizmente eu não lembro o nome) falou tão bem na sua crítica que acabou me deixando curiosa. Isto e a foto do filme que ilustrava a matéria. Ela mostrava um cinema, com uma garota dormindo, um garoto e um coelho gigante muito, muito bizarro. Neste dia pensei: "Ok, quero ver esse filme!"

Anos mais tarde, dei de cara com o DVD na minha locadora. E posso dizer que valeu cada centavo que paguei. Donnie Darko é um filme único. Ele é filosófico, viajante, surreal e dark. Também é cheio de interpretações diferentes. Acho que cada um que assistir o verá de uma forma diferente. Ao meu entender, não dá para explicá-lo de uma forma única e definitiva. Cada um vai interpretá-lo de um jeito. E tem mais uma coisinha: ele não é para qualquer pessoa. Muita gente vai detestar. Não é um filme raso, cujas explicações são estilo 1+1=2. Você tem que pensar. Nem todo mundo gosta de fazer isso, ainda mais com um filme. E pelo que vejo, para gostar dele, você tem que ser um pouco estranho, como o personagem central.

Donnie Darko (Jake Gyllenhaal) é um adolescente que vive em uma família estilo "american way of life". Mas ele não se encaixa no estereótipo dessas pessoas. Donnie tem problemas emocionais, comportamento agressivo, é solitário e fala o que pensa. Faz análise e toma remédios. Todos o acham estranho. Um dia, em um ataque de sonambulismo, Donnie dorme fora de casa e se salva de um acidente bizarro. Uma turbina de avião cai em cima de sua casa, mais precisamente, no seu quarto. Donnie se salva porque começou a receber mensagens de um amigo surreal: um coelho gigante.

O coelho, chamado Frank (James Duval), lhe diz que o mundo irá acabar em 28 dias, 6 horas, 42 minutos e 12 segundos. Além disso, Frank o convence a praticar atos de vandalismo e fala sobre viagens no tempo. Donnie fica influenciado pelo seu "amigo imaginário" e começa a atender seus chamados durante a noite. Nesse meio tempo, ele conhece e se apaixona por uma menina nova na escola, Gretchen (Jena Malone). Donnie vai tentando entender o que está acontecendo em sua vida e estuda sobre as tais viagens no tempo.

O filme também faz sutis críticas ao estilo de vida dos americanos. Tem os adolescentes apáticos, os professores que querem transformá-los em "seres pensantes", um "pastor eletrônico" e seus seguidores e as famílias destes jovens, sempre ausentes e sem conexão com eles.

Não vou comentar aqui como o filme acaba ou as minhas teorias sobre ele (Sim! Eu tenho teorias!). Como disse anteriormente, não dá para ter apenas uma interpretação. Mas antes de terminar meu texto, quero destacar alguns pontos. Em primeiro lugar, a trilha sonora! Simplesmente maravilhosa (Será que encontro o cd por aí?)! Em segundo lugar, o diretor e roteirista do filme, Richard Kelly. Ele tem a minha idade e poucos filmes no curriculum, mas tem meu aval simplesmente por Donnie Darko. Com certeza prestarei atenção nesse cara. E por último, Jake Gyllenhaal, que eu venho acompanhando há algum tempo. Está entrando para minha lista de preferidos. Não por causa de sua aparência física, mas sim pelas escolhas que tem feito. Isto me lembra outro ator que adoro e que também não tem medo de interpretar tipos bizarros: Johnny Depp. Espero que ele continue assim. Nota: 10.
Melhor citação do filme: "Acho que algumas pessoas nasceram destinadas às tragédias." (Gretchen - Jena Malone)
DONNIE DARKO (Donnie Darko) - 2001 - Gênero: Ficção - Direção: Richard Kelly // Jake Gyllenhaal, Drew Barrymore, Maggie Gyllenhaal, Patrick Swayze, Jena Malone, James Duval.