segunda-feira, 10 de janeiro de 2005

O PODEROSO CHEFÃO - PARTE III (THE GODFATHER - PART III):
A última parte de O Poderoso Chefão é a mais polêmica de todas. Atenção! Eu não estou dizendo que ela é melhor do que as outras. Só estou falando que muito se comentou sobre este filme. Foi polêmico ele ter sido realizado quase 16 anos depois da segunda parte e, principalmente, foi polêmica a atuação de Sofia Coppola, a Mary Corleone, filha de Michael (Al Pacino). Neste momento tenho que concordar com todos, inclusive com ela mesma... Tadinha da Sofia! Como atriz ela ia passar fome!!! Ou então, só trabalhar mesmo nos filmes do papai... Mas temos que considerar que ela tem senso crítico apurado. Sofia sabe o quanto foi péssima!

Mas falando no filme em si, gosto muito desta terceira parte. Sei que muita gente não gosta, mas eu coloco no mesmo nível dos primeiros. Aquele clima triste do final e as idéias representadas, de que não há como fugir do seu destino e que "aqui se faz, aqui se paga" conjuntas, fazem deste encerramento de trilogia um dos mais melancólicos, tristes e bonitos que eu já vi.

Depois dos acontecimentos do segundo filme, onde Michael Corleone separa-se da mulher e dos filhos e está envolvido no assassinato de alguém de sua própria família (não quero contar para não estragar tudo!), ele vai morar em Nova York e resolve que irá mudar de vida. O "padrinho" agora é filantropo, ganha homenagens de políticos e da Igreja. Mas o seu passado o condena. Por mais que Michael ainda relute por algo que acabou aceitando para sua vida, ele não consegue livrar-se assim tão fácil do que se transformou com o passar dos tempos. Michael Corleone aprende neste filme, da maneira mais horrível, que você pode ter o poder financeiro ou político, mas isto não quer dizer que tem o poder de mandar no destino. O filme é lindo e emociona. Nota: 9 (Por causa da Sofia!).
Melhor citação do filme: "Toda família tem lembranças ruins." (Michael Corleone - Al Pacino)
O PODEROSO CHEFÃO - PARTE III (The Godfather - Part III) - 1990 - Gênero: Drama - Direção: Francis Ford Copolla // Al Pacino, Diane Keaton, Andy Garcia, Bridget Fonda, Sofia Coppola.
O PODEROSO CHEFÃO - PARTE II (THE GODFATHER - PART II):
Continuando minha saga na trilogia da família Corleone, preciso ressaltar uma coisa. Este é um daqueles momentos raros onde a segunda parte consegue ser tão boa, ou melhor, do que a primeira. Eu considero melhor. Mantém fácil o status de obra-prima do cinema.

Em O Poderoso chefão parte 2 temos duas situações. Em primeiro lugar, Michael Corleone (Al Pacino) já em total noção do seu papel na "família". O filme mostra os seus caminhos para manter e aumentar o poder do seu nome no "sindicato do crime". Enquanto isso, vemos que sua vida pessoal não está assim tão bem... Por outro lado, temos o histórico de Don Vito Corleone (neste caso, o maravilhoso Robert De Niro) - o que seria quase que uma segunda parte dentro do segundo capítulo... Acompanhamos a infância do futuro "padrinho" na Sicília, a morte dos seus pais, sua vinda para a América e seu começo nos negócios.

Al Pacino é um ator estupendo, mas é preciso dizer que este filme pertence a Robert De Niro, que beira a perfeição. Cada vez que o vejo trabalhar fico mais espantada com seu talento. Tudo bem que ele anda cometendo uns deslizes nas escolhas de filmes atualmente. Mas quer saber? Um cara que nos presenteou com Don Vito mais jovem, com o maluco-tarado-serial-killer-do-barco de Cabo do Medo e o lutador de boxe de Touro Indomável não precisa mais ser exigido em nada! Isso sem contar o Al Capone (Os Intocáveis) e o taxista que surta em Taxi Driver... Ok! Chega de falar no curriculum do cara e voltemos ao que interessa...

O que eu achei mais interessante em O Poderoso Chefão 2 foi a edição. As partes sobre Michael e Don Vito se misturavam, dando aos expectadores mais atentos a chance de fazer comparações. Não estou falando no sentido de quem atuou melhor, mas da história em si. Podemos ver como foi a ascenção de Don Vito, seus "métodos de trabalho", sua personalidade e como ela foi moldada. E podemos também comparar com o caminho de seu filho, que a princípio não aceitava se meter nos negócios da família, mas que o assume com toda a força e o expande mais ainda... Enfim, podemos comparar as personalidades de pai e filho.

Assim como o primeiro, é uma obra imperdível... Uma verdadeira aula de cinema! Já estou curiosa para saber como acaba a saga dos Corleones... Nota: 10
Melhor citação do filme: "Eu não acho que tenho que exterminar todo mundo, Tom. Só meus inimigos". (Michael Corleone - Al Pacino)
O PODEROSO CHEFÃO - PARTE II (The Godfather - Part II) - 1974 - Gênero: Drama - Direção: Francis Ford Copolla // Al Pacino, Robert Duvall, Diane Keaton, Robert De Niro.

domingo, 2 de janeiro de 2005

O PODEROSO CHEFÃO (THE GODFATHER):
Confesso que não sou uma grande fã de Francis Ford Coppola. Gosto de um ou outro filme. Mas, como toda cinéfila que se presa, é um dever assistir aos clássicos. E a trilogia O Poderoso Chefão faz parte deste segmento. Além disso, adoro filmes de máfia! E como eu posso me considerar fã do gênero sem ter visto sua obra-prima? Por isso, encarei as quase três horas do filme (só contando a primeira parte) sem reclamações. E gostei imensamente do que vi.

A trilogia O Poderoso Chefão conta a saga da família Corleone. O primeiro filme mostra o poder de Don Vito Corleone (Marlon Brando) sendo posto a prova. O "padrinho" e sua família acabam envolvidos em uma guerra com outros clãs mafiosos de Nova York, para ver quem irá comandar a cidade. O filme começa com uma festa de casamento. Ali, somos apresentados aos dois personagens centrais: o próprio Don Vito e Michael Corleone (Al Pacino), seu filho. Este é militar, um herói de guerra e não quer se envolver com os "negócios da família". Don Vito apóia sua posição e espera que seu filho seja um político ou coisa do gênero. Mas o sobrenome Corleone é uma marca muito forte e Michael não consegue livrar-se do peso.

Tudo muda quando a guerra entre as famílias mafiosas começa. Don Vito é baleado gravemente e os irmãos Corleone querem punir os culpados. Michael acaba cedendo a raiva e age ativamente na vingança, planejando e executando assassinatos. Com medo de que algo aconteça, a família o envia para a Itália, para que fique escondido por um tempo. Mas na viagem às suas origens, Michael descobre que não há como fugir de seu destino. Ele perde a mulher que ama em um atentado, resolve voltar para os Estados Unidos e assume de vez o lugar do pai, ainda debilitado. Seus outros irmãos, aliás, foram assassinados também.

A imagem mais forte que tinha deste filme era o Marlon Brando como Don Vito. Mas, assistindo ao primeiro filme, vejo que o centro da história é o personagem de Al Pacino. Ambos atores, aliás, interpretaram magistralmente seus papéis. Mas mesmo que a história centre na mudança de comportamento de Michael perante sua família, não posso negar que o referencial é todo de Don Vito e sua presença marcante.

A história é muito bem estruturada. Foi baseada no livro homônimo de Mário Puzzo, que também escreveu o roteiro. Isto pode ter dado um plus a mais no roteiro, pois acredito que o autor do romance sabe destacar muito melhor os pontos importantes da obra. As recriações e cenários também estão perfeitos. Na verdade, não achei algo que me motive a fazer reclamações. Acho que fiquei deslumbrada. E estou curiosa para ver os outros filmes e para ler o livro. Merecidamente o primeiro lugar no ranking do Internet Movie Database.
Nota: 10.
Melhor diálogo do filme: "Meu pai não é diferente de nenhum homem poderoso. Nenhum homem com poder, como um presidente ou um senador." (Michael Corleone - Al Pacino)

"Você tem noção do quanto você parece ingênuo, Michael? Presidentes e senadores não matam homens." (Kay Adams - Diane Keaton)

"Oh... Quem está sendo ingênua, Kay?" (Michael Corleone)
O PODEROSO CHEFÃO (The Godfather) - 1972 - Gênero: Drama - Direção: Francis Ford Copolla // Marlon Brando, Al Pacino, James Caan, Robert Duvall, Diane Keaton.

DONNIE DARKO (IDEM):
Em primeiro lugar, devo deixar de lado o que aprendi nas aulas de jornalismo neste momento. Não vou ser imparcial com este filme, simplesmente porque eu o adoro! É um dos meus preferidos e não conseguiria deixar de tecer vários elogios a ele. Mas quer saber? Falar ou fazer críticas a um filme já é mostrar imparcialidade!

Mas vamos ao meu querido Donnie Darko. Sou assinante da Revista Set há pelo menos uns seis anos. Um dia, li uma resenha sobre este filme. O jornalista (infelizmente eu não lembro o nome) falou tão bem na sua crítica que acabou me deixando curiosa. Isto e a foto do filme que ilustrava a matéria. Ela mostrava um cinema, com uma garota dormindo, um garoto e um coelho gigante muito, muito bizarro. Neste dia pensei: "Ok, quero ver esse filme!"

Anos mais tarde, dei de cara com o DVD na minha locadora. E posso dizer que valeu cada centavo que paguei. Donnie Darko é um filme único. Ele é filosófico, viajante, surreal e dark. Também é cheio de interpretações diferentes. Acho que cada um que assistir o verá de uma forma diferente. Ao meu entender, não dá para explicá-lo de uma forma única e definitiva. Cada um vai interpretá-lo de um jeito. E tem mais uma coisinha: ele não é para qualquer pessoa. Muita gente vai detestar. Não é um filme raso, cujas explicações são estilo 1+1=2. Você tem que pensar. Nem todo mundo gosta de fazer isso, ainda mais com um filme. E pelo que vejo, para gostar dele, você tem que ser um pouco estranho, como o personagem central.

Donnie Darko (Jake Gyllenhaal) é um adolescente que vive em uma família estilo "american way of life". Mas ele não se encaixa no estereótipo dessas pessoas. Donnie tem problemas emocionais, comportamento agressivo, é solitário e fala o que pensa. Faz análise e toma remédios. Todos o acham estranho. Um dia, em um ataque de sonambulismo, Donnie dorme fora de casa e se salva de um acidente bizarro. Uma turbina de avião cai em cima de sua casa, mais precisamente, no seu quarto. Donnie se salva porque começou a receber mensagens de um amigo surreal: um coelho gigante.

O coelho, chamado Frank (James Duval), lhe diz que o mundo irá acabar em 28 dias, 6 horas, 42 minutos e 12 segundos. Além disso, Frank o convence a praticar atos de vandalismo e fala sobre viagens no tempo. Donnie fica influenciado pelo seu "amigo imaginário" e começa a atender seus chamados durante a noite. Nesse meio tempo, ele conhece e se apaixona por uma menina nova na escola, Gretchen (Jena Malone). Donnie vai tentando entender o que está acontecendo em sua vida e estuda sobre as tais viagens no tempo.

O filme também faz sutis críticas ao estilo de vida dos americanos. Tem os adolescentes apáticos, os professores que querem transformá-los em "seres pensantes", um "pastor eletrônico" e seus seguidores e as famílias destes jovens, sempre ausentes e sem conexão com eles.

Não vou comentar aqui como o filme acaba ou as minhas teorias sobre ele (Sim! Eu tenho teorias!). Como disse anteriormente, não dá para ter apenas uma interpretação. Mas antes de terminar meu texto, quero destacar alguns pontos. Em primeiro lugar, a trilha sonora! Simplesmente maravilhosa (Será que encontro o cd por aí?)! Em segundo lugar, o diretor e roteirista do filme, Richard Kelly. Ele tem a minha idade e poucos filmes no curriculum, mas tem meu aval simplesmente por Donnie Darko. Com certeza prestarei atenção nesse cara. E por último, Jake Gyllenhaal, que eu venho acompanhando há algum tempo. Está entrando para minha lista de preferidos. Não por causa de sua aparência física, mas sim pelas escolhas que tem feito. Isto me lembra outro ator que adoro e que também não tem medo de interpretar tipos bizarros: Johnny Depp. Espero que ele continue assim. Nota: 10.
Melhor citação do filme: "Acho que algumas pessoas nasceram destinadas às tragédias." (Gretchen - Jena Malone)
DONNIE DARKO (Donnie Darko) - 2001 - Gênero: Ficção - Direção: Richard Kelly // Jake Gyllenhaal, Drew Barrymore, Maggie Gyllenhaal, Patrick Swayze, Jena Malone, James Duval.