terça-feira, 31 de janeiro de 2006

MARIA CHEIA DE GRAÇA (MARÍA FULL OF GRACE):
María é uma adolescente colombiana que trabalha em uma fábrica. Com o pouco dinheiro que recebe, ela precisa sustentar sua mãe, sua irmã e seu sobrinho. Acontece que María passa o pão que o diabo amassou no trabalho. É maltratada pelo chefe e sofre todo o tipo de humilhação. Para piorar sua situação, María ainda descobre que está grávida, mas não quer casar com o namorado, porque não gosta dele o suficiente. Quando decide abandonar o emprego por causa das humilhações, ela ainda é rechaçada pela família. María tem a vida muito parecida com a de muitas pessoas que vivem em países do chamado "Terceiro Mundo". E como essas pessoas, aprende que precisa se virar de alguma forma para sobreviver. Mesmo que não seja de uma forma legal. Ela recebe o convite para ser "mula" e levar drogas para os Estados Unidos e aceita.
Maria Cheia de Graça é um filme comovente e realista. Mostra bem o que é a total falta de perspectivas na vida dos jovens nos países da América Latina. A atriz que faz a Maria, Catalina Sandino Moreno, está ótima no papel. Ela consegue passar toda a tristeza e desesperança da personagem. As cenas em que Maria engole as drogas são tensas. Mas o filme peca em um detalhe: o ufanismo aos Estados Unidos. Quando Maria chega no país é como se ela estivesse na "Terra dos Sonhos". Tudo começa a melhorar para ela. E todos nós sabemos como os Estados Unidos tratam seus imigrantes. Principalmente os ilegais. Mas, fazer o que... Nada pode ser perfeito. Esse detalhe vai desagradar muito aos mais anti-americanos. Mas no geral é um ótimo filme. Comove e faz pensar. Nota: 8.
MARIA CHEIA DE GRAÇA (María full of grace) - 2004 - Gênero: Drama - Direção: Joshua Marston // Catalina Sandino Moreno, Yenny Paola Vega, Johanna Andrea Mora // Fonte da Imagem: IMDB.
A CASA MAL-ASSOMBRADA (THE HAUNTED MANSION):
Jim Evers (Eddie Murphy) é um corretor de imóveis totalmente workaholic. Ele é sócio de sua mulher no escritório e esta reclama o tempo todo de sua falta de atenção com a família. Jim promete mudar de vida e planeja viajar com todos por uns dias. Acontece que antes de pegarem o avião, ele resolve passar em uma última casa, para conseguir o negócio. A mansão é muito estranha, escura e "assustadora" (está entre aspas porque temos que considerar que o filme é da Disney. Assustar não é muito a área deles). E seus habitantes, esquisitíssimos. E esquisitos são os acontecimentos dentro da casa.
A Casa Mal-assombrada é um filme família. Daqueles que só tem graça para as crianças. Pequenas. As grandes querem ver filme de porrada e tecnologia. Tem aquelas lições de moral que a Disney sempre costuma dar. O Eddie Murphy tenta fazer graça, mas nem rola. Ah... Nem eu que sou tão boazinha com os filmes achei esse interessante. Gosto de filmes que mexem com as minhas emoções. Mas aqui não houve emoção nenhuma da minha parte. Nota: 6.
Melhor diálogo do filme:
- Pai? (Michael - Marc John Jefferies)

- Sim, meu filho. (Jim - Eddie Murphy)

- Eu vejo pessoas mortas... (Michael)

A CASA MAL-ASSOMBRADA (The haunted mansion) - 2003 - Gênero: Comédia - Direção: Rob Minkoff // Eddie Murphy, Terence Stamp, Nathaniel Parker, Marsha Thomason, Jennifer Tilly, Wallace Shaun, Marc John Jefferies, Aree Davis // Fonte da Imagem: IMDB.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

TUDO EM FAMÍLIA (THE FAMILY STONE):
Eu não sei se eu ando sensível, no meu período de TPM, ou se realmente as situações apresentadas neste filme não era assim tão engraçadas. Sinceramente, para qualquer um que é apresentado a família de seu noivo(a)/namorado(a) vai passar por momentos tensos. Eu não acho isso nada engraçado. Ainda mais com a família inteira pegando no seu pé e claramente contra você. Mas acho que o problema é só comigo, porque o pessoal que estava no cinema estava rindo às gargalhadas.
Tudo em família conta a história da Família Stone, que se reúne para um feriado. Neste dia, eles também vão conhecer a noiva do filho mais velho, Everett (Dermot Mulroney). Meredith (Sarah Jessica Parker) é uma executiva séria, bem-sucedida, ocupada, fria e que não relaxa nunca. E nesta situação, piora. Tudo que a pobre faz para agradar acaba piorando a situação. Até que a situação fica tão insustentável que a antipatia vira uma agressão direta mesmo.
Tem algumas ceninhas armadas para serem engraçadas. E também o drama de Sybil Stone (Diane Keaton), a matriarca que se descobre com câncer. E alguns personagens exagerados na caricatura, como a chata e recalcada irmã mais nova Amy (Rachel McAdams) e o irmão-doidão Ben (Luke Wilson). É um filme fraquinho. Diane Keaton, hour concour, claro! Mas não achei a menor graça naquela perseguição contra a pobre da Meredith. Coitada! Ela tinha então que fingir ser quem ela não era para agradar a todos? Ok, concordo que ela também era chata. Mas não se humilha uma pessoa daquela forma. Desculpa, mas eu não achei graça nenhuma. Nota: 6.
Melhor diálogo do filme:
- Eu não ligo se você gosta de mim ou não! (Meredith Morton - Sarah Jessica Parker)

- Claro que você liga. (Amy Stone - Rachel McAdams)

TUDO EM FAMÍLIA (The Family Stone) - 2005 - Gênero: Comédia - Direção: Thomas Bezucha // Sarah Jessica Parker, Diane Keaton, Claire Danes, Rachel McAdams, Dermot Mulroney, Craig T. Nelson, Luke Wilson // Fonte da Imagem: Adoro Cinema.

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

NINGUÉM PODE SABER (DARE MO SHIRANAI):
Neste começo de ano resolvi prestigiar um evento no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) onde os melhores filmes de 2005 seriam exibidos. Tudo muito organizado, pela Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro. O filme que vi hoje era considerado o melhor de todos. Realmente, é um filme muito, muito bom. Mas eu tenho lá as minhas dúvidas sobre ser o melhor de todo o ano de 2005. Discordo com os críticos do Rio. Realmente é sensacional, mas também não é o campeão.
Mais uma vez fiquei às voltas com o cinema oriental. Ninguém pode saber é japonês. Conta a história de uma família separada pela negligência da mãe. Explico: ela abandona os quatro filhos, menores de idade, sozinhos em um apartamento, para mudar de vida. E ainda deixa a responsabilidade toda nas costas do filho mais velho, Akira (Yûya Yagira), que não deve ter mais de 12 anos. A vida desta família é toda confusa. São quatro crianças, mas três delas são invisíveis. Não estudam e nunca foram vistas por niguém. Cada um deles é filho de um pai diferente.
A história realmente é muito triste. Dá muita pena daqueles pequenos. Não sei de qual deles dá mais dó: o mais velho, que sabe que a mãe não vai mais voltar, ou os menores, que vivem a esperaça do seu retorno. As crianças acabam se adaptando a nova vida, mas a seu modo. E este vai se degradando com o passar do tempo. E como os japoneses "chutam o balde" mesmo, não pensem em happy ends fofinhos e esperançosos. Cru, real, barra pesada são alguns dos adjetivos para Ninguém pode Saber. Nota: 8.
NIGUÉM PODE SABER (DARE MO SHIRANAI) - 2004 - Gênero: Drama - Direção: Hirokazu Koreeda // Yûya Yagira, Ayu Kitaura, Hiei Kimura, Momoko Shimizu, Hanae Kan, You // Fonte da Imagem: IMDB

segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

ABAIXO O AMOR (DOWN WITH LOVE):
Bárbara Novak (Renee Zelwegger) é uma escritora desconhecida do Maine. Para promover seu livro "Abaixo o Amor", ela e sua editora querem promover uma entrevista com Catcher Block (Ewan McGregor), um jornalista mulherengo. Ele, porém, não leva Bárbara a sério e vive desmarcando a entrevista. O livro, no entanto, vira um best-seller inesperado. O jogo então vira e Bárbara começa a esnobar os convites de Catcher para uma entrevista. Com seu orgulho ferido, Catcher elabora um plano para desmoralizar a escritora. Ele se faz passar por um tímido astronauta para conquistar Bárbara. Com isso, quer provar que o que ela escreveu foi da boca para fora. O livro tem alto teor feminista, diga-se de passagem.
O filme é uma grande homenagem aos filmes românticos dos anos 60. Aliás, a cenografia e figurino do filme ficaram perfeito. Nos remetem mesmo para a época. Mas fora isso, é um filme bobo e fraquinho. O final é muito louco, mas nada que empolgue. "Sessão da Tarde" pura. Nota: 6.
Melhor citação do filme: Não vou transcrever aqui, mas a revelação final de Barbara Novak (Renee Zelwegger) para Catcher Block (Ewan McGregor). Impressionante só de imaginar a Renee ter decorado tudo aquilo.
ABAIXO O AMOR (DOWN WITH LOVE) - 2003 - Gênero: Comédia - Direção: Peyton Reed // Renee Zelwegger, Ewan McGregor // Fonte da Imagem: IMDB.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

2046 - OS SEGREDOS DO AMOR (2046):
2046 - Os segredos do amor é um filme muito difícil de se comentar. O seu tema principal é o amor, os relacionamentos homem-mulher. Mas dizer apenas isso é muito raso. Porque não é uma comedinha-romântica-previsível-hollywoodiana. Ele é mais profundo, mais denso... O cinema chinês ainda pode ser respeitado por essas coisas.
O filme mostra um escritor, Chow Mo Wan (Tony Leung), em crise consigo e com as mulheres. Ele começa a escrever um novo conto sobre o futuro, onde um trem parte sempre da cidade para o ano de 2046. Mas na verdade, ele escreve sobre o passado. Sobre o seu passado. E seus relacionamentos amorosos sempre constam ali. Os de amizade com uma mulher que ele queria muito mais, o relacionamento com uma mulher misteriosa, o amor perdido, o fato de ter usado sexualmente uma mulher que o amava. E enquanto ele escreve, acompanhamos suas aventuras e desventuras amorosas. E se a gente parar para pensar e analisar um pouco, nos reconhecemos ali em alguns personagens. Ou reconhecemos amigos nossos que já contaram histórias semelhantes.
2046 foi uma experiência inovadora e angustiante para mim. Saí do cinema com uma sensação pesada no peito. Não de desesperança. Mas de que o amor tem muitas faces. E isto pode ser bom ou ruim, dependendo do referencial. Nota: 8.
Melhor frase do filme: "Quando você não aceita 'não' como resposta, ainda existe uma chance de que você irá conseguir o que quer" (Chow Mo Wan - Tony Leung)
2046 - OS SEGREDOS DO AMOR (2046) - 2004 - Gênero: Drama - Direção: Kar Wai Wong // Tony Leung, Ziyi Zhang, Li Gong, // Fonte da Imagem: IMDB.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

SE EU FOSSE VOCÊ (SE EU FOSSE VOCÊ):
Todo começo de ano o Brasil lança uma comediazinha para aproveitar o clima de festa e abocanhar um dinheirinho a mais. Foi assim com Sexo, Amor & Traição e é assim agora. A história de Se eu fosse você não é inédita. Filmes onde pessoas trocam de corpos para descobrir o quanto a vida do outro é tão dura quanto a sua existem às pencas. Não é novidade.
Neste, a transmutação acontece entre um casal: Cláudio (Tony Ramos) e Helena (Glória Pires). Ele, publicitário de renome, e ela, professora de música e dona-de-casa. Anos e anos casados levam a rotina e a pequenas brigas. Até que um dia de muito stress, eles brigam mais seriamente. E acordam no dia seguinte com a mudança de corpos. A princípio se desesperam. Mas depois buscam uma forma para destrocar. Neste meio tempo, tem maior contato com a rotina um do outro e começam a se conhecer mais.
Se eu fosse você é um filme sem novidades. É daqueles que você vê quando não tem mais o que fazer. Ou, só porque é um filme brasileiro (como eu fiz). Mas destaco as interpretações de Glória Pires e de Tony Ramos, as verdadeiras almas do filme. Os momentos em que eles tentam se adaptar ao novo jeito de ser são engraçados. Legal, mas nada inovador. Fica a sensação de já vi isso antes, mesmo que o idioma seja outro. Nota: 6.
Melhor frase do filme: "Dá para trocar ou eu vou ter que ficar menstruando todo mês?" (Cláudio/Helena - Glória Pires)
SE EU FOSSE VOCÊ (Idem) - 2006 - Gênero: Comédia - Direção: Daniel Filho // Glória Pires, Tony Ramos, Thiago Lacerda, Daniele Winnits, Lavínia Vlasak, Patrícia Pillar, Glória Menezes // Fonte da Imagem: Adoro Cinema.

sábado, 7 de janeiro de 2006

FEMME FATALE (FEMME FATALE):
Laure Ash (Rebecca Romjin) é uma vigarista muito esperta. Participa de um assalto com um grupo de bandidos onde rouba uma peça de ouro e diamantes em pleno Festival de Cannes. Mas apenas ela se dá bem. Foge com as joias e deixa os "amigos" na mão. Para fugir deles, usa a identidade de uma mulher que acabou de cometer suicídio e que se parece muito com ela. E como Hollywood é Hollywood, ela ainda conhece um cara bom e rico durante seu vôo de fuga para os Estados Unidos. O cara, anos depois, vira diplomata na França, local para onde Laure não deveria voltar. Ela nunca aparece em fotos com o marido, mas ao chegar no país é pega de surpresa pelo paparazzi Nicolas Bardo (Antonio Banderas). Os dois se envolvem em uma trama de sexo, intrigas, suspense e violência. Laure quer armar para cima de Nicolas e se ele se deixar levar pela "cabeça de baixo" vai se encrencar.
Nem é necessário dizer que o filme tem um grande cunho sexual. Também, com o charmoso do Antônio Banderas (que só de pensar me dá um calor...) e a lindíssima Rebecca Romjin (sim, eu acho ela linda! Não sou recalcada!) não podia ser diferente. Os dois tem uma química de arrasar na tela. É um filme "assistível" e tem até alguma emoçãozinha. Mas é daqueles que a gente vê em vídeo em casa. Nota: 6.
Melhor diálogo do filme:
- Me desculpe... Você me parece tão familiar. Nós não nos vimos antes em algum lugar? (Nicolas Bardo - Antonio Bandeiras)

- Só nos meus sonhos. (Laure Ash - Rebecca Romjin)

FEMME FATALE (Idem) - 2002 - Gênero: Suspense - Direção: Brian De Palma // Rebecca Romjin, Antonio Banderas, Peter Coyote // Fonte da Imagem: IMDB.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2006

KING KONG (KING KONG):
Para os meus (poucos) leitores um aviso: não costumo contar o final do filme nos meus textos (os famosos spoilers). Mas aqui, abro uma exceção. Por isso aviso: quem ainda não viu King Kong (nenhuma das versões) PARE DE LER AGORA!
Muitos devem me achar louca de achar que existe alguém que não conhece a história do filme. Mas isto é uma grande mentira! Eu por exemplo, nunca tinha visto nenhuma das versões. E não sabia do fim da história. Não sei porque, na minha santa inocência, eu achava que o gorilão se salvava no final. Saía do Empire States e era levado até um barco de volta a Ilha da Caveira. Mas que nada!!!!! Tadinho do Kong!!!! Eu chorei muito no cinema! E fiquei revoltadíssima com o bando de babacas que estavam assistindo perto de mim, que gritavam para matar logo o pobre! Parecia uma convenção de psicopatas! Mais um pouco e eu batia no velho que tava gritando do meu lado: "Poxa, mas ele não morre nunca!". Às vezes eu me pergunto quem é o animal irracional...
Mas chega de revolta e vamos ao filme. Essa coisa de não ter visto nenhuma das versões de King Kong foi bom para mim. A surpresa com a morte do macacão foi triste, mas verdadeira. E eu adoro quando os filmes mexem verdadeiramente com os meus sentimentos. Cheguei no trabalho, depois da sessão, com os olhos marejados. E quando todo mundo me perguntou o que houve, eu respondi: "O King Kong morreu!"
King Kong é sensacional. Peter Jackson continua melhorando a cada filme. Ainda bem! Não quero me decepcionar com ele do jeito que ando me decepcionando com M. Night Shyamalan. Esta versão do filme do Gorila com certeza virou um épico (Será que todos os seus filmes virarão épicos?). Eu sequer senti o tempo passar... E olha que demora!
O filme se passa em 1930. Ann Darrow (Naomi Watts) é uma atriz que está tentando fazer carreira decentemente. Mas não consegue subir na vida. Um dia, ela é chamada para fazer um filme fora do país. Carl Denham (Jack Black), o diretor, junta uma equipe e parte em um navio para uma ilha desconhecida. A Ilha da CAveira. Quando eles chegam no local nada sai como imaginavam. O grupo é atacado por um bando de nativos que levam Ann e a oferecem para King Kong. A equipe sai em busca de Ann, sendo que Carl ainda aproveita para fazer umas tomadas do seu filme, mesmo em perigo. Quando conseguem, ainda levam o gorila como bônus. Ele vira atração em Nova York. Nem preciso dizer o que acontece... Só eu não sabia!!!!???
É aventura pura, do melhor tipo! Tem um quê de Indiana Jones. E Peter Jackson mantém a mesma qualidade dos filmes que lhe deram fama. Nota: 9.
Melhor citação do filme: "Nós iremos terminar este filme, dedica-lo a ele e dar os lucros para sua mulher e filhos." (Carl Denham - Jack Black)
KING KONG (Idem) - 2005 - Gênero: Aventura - Direção: Peter Jackson // Naomi Watts, Jack Black, Adrien Brody, Colin Hanks, Andy Serkis, Jamie Bell // Fonte da Imagem: Adoro Cinema.