quinta-feira, 23 de abril de 2009

DIVÃ (IN THERAPY):
Assim que vi o trailer deste filme, decidi assisti-lo. Filmes de mulheres em crise são praticamente obrigatórios para nós do sexo feminino, mesmo que a gente não admita. E este então, que tem a maravilhosa atriz Lilia Cabral no elenco, não tinha como não ver.

Divã em filme é baseado na peça de teatro estrelada pela mesma atriz, que é baseada no livro da escritora (maravilhosa!) Martha Medeiros. Ele conta a história de Mercedes, uma mulher em torno dos 40 anos, que tem um casamento estável e uma família normal, mas decide fazer terapia por sentir falta de algo que ela não sabe bem. Nesta fase, a dona de casa acaba passando por mudanças radicais e perdas muito dolorosas, que só a fazem crescer mais.

Este é um dos filmes brasileiros mais engraçados e comoventes que eu já vi. Ri e chorei ao mesmo tempo. É sensível, com ótimo roteiro e elenco. O trailer já diz tudo! Nota: 9.



Melhor citação do filme: "Para mudar é preciso dar o primeiro passo." (Frase usada na campanha publicitária)

DIVÃ (In therapy) - 2009 - Gênero: Comédia Romântica - Direção: José Alvarenga Jr. /// Lília Cabral, José Mayer, Reynaldo Gianecchini, Cauã Reymond, Alexandra Richter, Eduardo Lago, Paulo Gustavo. // Imagem: Google Images.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

DOIDAS DEMAIS (THE BANGERS SISTERS):
Lavinia (Susan Sarandon) e Suzette (Goldie Hawn) aproveitaram bem a juventude nos anos 70. Elas eram groupies e estavam sempre em eventos e shows de rock. Aprontaram muito, namoraram músicos e viveram de forma selvagem.

Passados 20 anos, cada uma seguiu sua vida e nunca mais se viram. Suzette, que ainda vive como naquela época, resolve buscar sua amiga para ver o que ela está fazendo. Quando encontra Lavinia, tem uma surpresa. Agora ela é uma respeitada e sisuda dona de casa, com filhas e uma reputação a zelar.

É aí então que começa a confusão. Enquanto Suzette espanta toda a cidade com seu jeito "esquisito", Lavinia faz tudo para afastar a amiga de seu convívio, para não ter que assumir para todos quem já foi um dia. Ela acredita que vai perder a moral perante a sociedade e suas filhas, mas não vê que isso já aconteceu há muito tempo. E Suzette está lá para ajudá-la.

Doidas demais não é uma maravilha. É aquele típico filme esquecível que você assiste na Sessão da tarde para passar o tempo. Mas tem um lado engraçado, ao meu ver. A gente sempre ouve falar das tais groupies, mas nunca sabe o que aconteceu com elas. O filme aponta uma possibilidade.

Detalhe para Goldie Hawn fazendo o papel de uma "groupie" mais velha, enquanto sua filha Kate Hudson também interpretou uma em Quase famosos. Seria Suzette a versão mais velha de Penny Lane? rs. Nota: 6.

Melhor diálogo do filme:
- Suzette? É você? (Lavinia - Susan Sarandon)

- Sim! Bom, o nariz, os lábios e os peitos não sou eu, mas eu estou aqui em algum lugar! (Suzette - Goldie Hawn)

DOIDAS DEMAIS (The Bangers sisters) - 2002 - Gênero: Comédia - Direção: Bob Dolman /// Goldie Hawn, Susan Sarandon, Geoffrey Rush, Erika Christensen, Robin Thomas, Eva Amurri // Imagem: Google Images.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

ACOSSADO (À BOUT DE SOUFFLE):
Toda vez que assisto a um clássico do cinema mundial fico feliz e ansiosa ao mesmo tempo. Feliz porque conheço um pouco mais da arte que mais mexe comigo. E ansiosa porque, como vou assistir a um clássico, tenho medo de não compreender toda a essência ou tudo aquilo que o diretor quis passar.

Acossado é um filme do diretor francês Jean-Luc Godard e, por isso, me amedrontava assistir. Mas quando vi pela primeira vez, senti que era uma tremenda bobagem minha. Afinal, o filme é simplíssimo! Não tem como não entender.

Ele conta a história de Michel Poiccard (Jean-Paul Belmondo), um jovem que vive de trapaças aqui e ali e de explorar amigos e mulheres. Ele se sente o próprio gangster, mas está longe de ser um. Ao roubar um carro, Michel acaba se metendo em confusão ao tentar fugir da Polícia. Ele mata um policial e foge. Vai para Paris para buscar um dinheiro que lhe devem e para encontrar a mulher que ama: a americana Patrícia (Jean Seberg). Ele pretende fugir com a amada para a Itália, mas primeiro precisa convencê-la.

Para quem conhece o estilo, Acossado é Nouvelle Vague puro, com cortes inesperados das cenas sem que este tipo de edição prejudique o decorrer da história. Ele também não deixa de ser uma história de amor. Afinal, Michel passa horas e horas em D.R. (Discussão de Relacionamento)com Patrícia. Esta, não tem certeza do seu amor pelo jovem francês. Sua indecisão acaba sendo um ponto crucial para a história de Michel.

Sem querer criticar um grande mestre, mas já criticando... Sinto uma ponta de revolta contra as mulheres em algumas partes do filme. Como se todas só pensassem em dinheiro e o amor ficasse em segundo plano. Poderia não ser nos anos 60, mas hoje isso é um clichezão enorme! Mas a gente perdoa o Godard... Nota: 9.

Melhor citação do filme: "É tarde demais para voltar atrás." (Patrícia Franchini - Jean Seberg)

ACOSSADO (À bout de souffle) - 1960 - Gênero: Drama - Direção: Jean-Luc Godard /// Jean-Paul Belmondo, Jean Seberg // Imagem: Google Images.
CHE - PARTE 1 (CHE, EL ARGENTINO):
Até mesmo o ser mais alienado do mundo conhece a imagem de Che Guevara. Esta pessoa pode até não ser um às em história mundial, mas é normal ver fotos do guerrilheiro argentino estampando de tudo: anúncias, camisetas, bonés, bottons, CDs etc. O irônico disso tudo é que a imagem de Che banalizou-se tanto que virou ícone daquilo pelo qual ele mais lutou: o imperialismo (da mídia, no caso).

O filme de Sodenberg traz um Ernesto Guevara (Benício Del Toro) mais cru. Em início de carreira como guerrilheiro. Mais precisamentem em 1956, quando ele, Raul Castro (Rodrigo Santoro) e Fidel Castro (Demián Bichir) planejavam tomar Cuba das mãos de Fulgêncio Batista e acabar com seu governo corrupto.

Che - parte 1 é quase como um documentário. Ele mostra o cotidiano dos guerrilheiros enquanto estão na frente de batalha em prol da revolução. Mostra os ideais de Guevara e o quanto ele se dedicou à tomada da ilha e aos seus comandados. Em alguns momentos, esta relação de Che com os guerrilheiros chega a ser engraçada. É como se ele fosse um pai tomando conta e educando os filhos menores.

Ao mesmo tempo em que traz a guerra pela tomada de Havana, o filme também mostra Che indo falar na tribuna da ONU. Isto é em outro momento, em 1962, quando Cuba já estava livre de Batista. O filme intercala os momentos da guerrilha com os de Che em Nova York.

Benicio Del Toro está ótimo como Che Guevara. Aliás, o filme é ótimo. Uma aula de história das Américas. Fiquei curiosa para ver a segunda parte. Mas há um porém. Ele não é um filme muito fácil de assistir. Para quem está acostumado com a atual linguagem dos filmes, com imagens rápidas e sem muito tempo para que o telespectador pense, Che - parte 1 não será agradável. Ele é bem lento. Por isso, muita gente vai achar chato. Mas para quem se interessa por história e por esse ícone latino-americano é uma ótima pedida. Nota: 08.

Melhor citação do filme: "O verdadeiro revolucionário é guiado por sentimentos de amor. Amor pela humanidade, justiça e verdade. É impossível pensar em um autêntico revolucionário sem essa qualidade." (Ernesto 'Che' Guevara - Benicio Del Toro)

CHE - PARTE 1 (Che, el argentino) - 2008 - Gênero: Drama biográfico - Direção: Steven Soderbergh /// Benício Del Toro, Demián Bichir, Rodrigo Santoro, Catalina Sandino Moreno // Imagem: Google Images.