sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

OS INCOMPREENDIDOS (400 BLOWS):
Outro dos filmes representativos da Nouvelle Vague, dirigido por François Truffault. Lançado em 1959, ele tem como tema central a infância. 

O personagem principal é Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud), um menino por volta de 12 anos que vive com sua mãe Gilberte (Claire Maurier) e o pai adotivo Julien (Albert Rémy) em um pequeno apartamento em Paris. Ambos trabalham, deixando o menino muito tempo sozinho. 

Antoine não é muito adepto aos estudos e vive em encrencas na escola. Sua família não é muito compreensiva com seu comportamento, o que o empurra ainda mais para a deliquência. Foge de casa duas vezes, sendo que na última, mete-se em um roubo onde é flagrado e entregue por seu pai aos policiais. 

O filme mostra um tipo de infância bem diferente daquela em que idealizamos. Em alguns momentos, Antoine realmente é incompreendido, como o título em português sugere. No entanto, a falta de perspectiva e concentração - coisas mais atuais hoje em dia do que se pensa - leva o menino a um caminho sem volta pela delinquência e solidão. Tudo isso é muito bem apontado por Truffalt, com a direção crua do estilo nouvelle vague. Um bom filme para aqueles momentos de chuva no fim de tarde. NOTA:  7.





Melhor diálogo do filme: 
- Seus pais dizem que você está sempre mentindo. (Delegado)
- Ah, eu minto às vezes. Às vezes falava a verdade, mas eles não acreditavam. (Antoine - Jean-Pierre Léaud)

Os incompreendidos (400 blows) - 1959 - Gênero: Drama - Direção: François Truffaut /// Jean-Pierre Léaud, Claire Maurier, Albert Rémy, Guy Decomble, Patrick Auffay. Imagens: Google Images.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013


JULES E JIM - UMA MULHER PARA DOIS (JULES AND JIM): Paris, 1912. Pouco antes de estourar a I Guerra Mundial, dois homens se conhecem na França e, por conta de seus interesses em comum, tornam-se grandes amigos. O austríaco Jules (Oskar Werner) e o francês Jim (Henri Serre) levam a vida preocupados com literatura, artes e mulheres. Até que eles conhecem Catarina (Jeanne Moreau), uma francesa de pensamentos e comportamento liberais para a sua época. Assim, o que era dupla vira trio de amigos. Só que, obviamente, ambos se apaixonam por Catarina. Jules a pede em casamento e recebe o sim. Jim, como prometido a seu amigo, mantém-se apenas como amigo, embora deseje-a como mulher. A IGM estoura e os dois amigos lutam em lados opostos, mas sem deixar que isto termine com a amizade. Ao fim da guerra, Jim vai visitar Jules e  Catarina em sua casa. Lá ele descobre que o casamento dos dois não tem sido um mar de rosas.

Um dos filmes representantes do Nouvelle Vague, Jules e Jim fala de amizade, amor, traição, confiança e tolerância. Foi lançado em 1962 e pode ser considerado ousado para o padrões da época. Se bobear até hoje é complicado encontrar um filme onde mulheres com espírito livre, sem amarras com as convenções sejam tratadas pelo roteiro de forma respeitosa, sem julgamentos. Mas este é um exemplar. Bom filme, com bons personagens e uma história interessante. Um clássico da sétima arte! NOTA:  8.



Melhor cena do filme: Aquela em que Catarina (Jeanne Moreau) canta uma canção.

Jules e Jim (Jules and Jim) - 1962 - Gênero: Drama - Direção: François Truffaut /// Jeanne Moreau, Oskar Werner, Henri Serre. Imagens: IMDB.