segunda-feira, 29 de outubro de 2012


SIMONAL - NINGUÉM SABE O DURO QUE DEI (SIMONAL: NO ONE KNOWS HOW TOUGH IT WAS):
Entre as décadas de 1960 e 1970, a música brasileira foi abençoada com muitos cantores geniais, de gêneros diferentes. Alguns ainda hoje estão por aí fazendo sucesso. Mas havia um homem que, dentre todos, conquistava as massas e sabia dominar uma platéia como ninguém. Este homem também foi literalmente apagado da história musical do Brasil. Ele se chamava Wilson Simonal.

O documentário Simonal - Ninguém sabe o duro que dei nasceu com a ideia de mostrar quem era Wilson Simonal e como ele foi parar nas gavetas do esquecimento. Negro e pobre, ele começou como crooner no Beco das Garrafas, em Copacabana, nos anos 50. Com uma linda voz, suingue e gaiatice, Simonal conquistou os corações dos brasileiros. Em parceria com o produtor Carlos Imperial, lançou um estilo de música (e vida): a chamada "Pilantragem". Simonal causou amores, mas também preconceito e muita inveja também.

Com um repertório de músicas como "País Tropical", "Mamãe passou açúcar em mim", "Vesti azul" e "Nem vem que não tem", programas na TV e shows no país e no mundo, é de se espantar que pouco se fale do artista. É que ele cometeu um grande erro durante seu sucesso. Desconfiado que seu contador Raphael Viviani o estivesse roubando, mandou que dessem um susto nele. A coisa ficou tão feia que houve envolvimento de pessoas da repressão do governo militar brasileiro da época, denegrindo de uma vez sua imagem perante os intelectuais, companheiros artistas e o povo brasileiro. Visto como "amigo da ditadura", caiu no ostracismo e foi esquecido por todos.

O documentário é todo feito por depoimentos de amigos e pessoas que conviveram e viram o fenômeno Simonal. Inclusive o do contador. Simonal - Ninguém sabe o duro que dei é repleto de imagens de época e artes visuais, o que o deixa mais simpático ao público que não conhece o cantor. Além disso, é um relato muito realista sobre os "anos de chumbo" (embora o enfoque não seja esse), quando não havia "mais ou menos". Ou você era à favor do socialismo ou da ditadura.

O documentário pode ser dividido em três partes: o sucesso, a denúncia e o ostracismo. Wilson Simonal morreu aos 62 anos, por culpa de uma cirrose hepática, causada pelo alcoolismo que o atormentou no período em que foi apagado da música brasileira. Morreu tentando provar que não era dedo duro da ditadura. Mas deixou um legado de músicas alegres que até hoje são lembradas. É um ótimo filme para quem gosta de compreender a história do Brasil. NOTA: 9.



Melhor citação do filme:
"Eu sempre fui mascarado." (Wilson Simonal)

SIMONAL - NINGUÉM SABE O DURO QUE DEI (Simonal - No one knows how tough it was) - 2009 - Gênero: Documentário - Direção: Micael Langer, Calvito Leal e Cláudio Manoel /// Chico Anysio, Ricardo Cravo Alvin, Sergio Cabral, Boninho, Castrinho. Imagens: IMDB.

domingo, 21 de outubro de 2012

SCARFACE (IDEM):
Se um dia eu encontrasse Al Pacino na rua eu me ajoelharia para agradecer tudo de bom que ele já fez ao cinema mundial! É impressionante como ele se entrega aos papéis, sejam eles quais forem, e como ele se transforma. Por isso que sou fã incondicional do cara.

Depois de muitos anos com uma falha no currículo, aluguei Scarface. Nem preciso dizer que amei o filme, não é?

Ele conta a história de Tony Montana (Al Pacino), um cubano que sai de seu país e vai para os Estados Unidos tentar ganhar a vida. E ele faz isso através do que sabe fazer de melhor: viver do mundo do crime.

Scarface é um épico no maior sentido da palavra. Assim como O Poderoso Chefão. A escalada de Tony Montana, de simples capanga à chefe do tráfico em Miami é sensacional. Não sei como fiquei tanto tempo sem ver este clássico. NOTA: 9.



Melhor citação do filme:
"Eu sempre falo a verdade. Mesmo quando eu minto." (Tony Montana - Al Pacino) 

SCARFACE (Scarface) - 1983 - Gênero: Drama - Direção: Brian de Palma /// Al Pacino, Michelle Pfeiffer. Imagens: IMDB.

sábado, 20 de outubro de 2012

A ESTRANHA FAMÍLIA DE IGBY (IGBY GOES DOWN):

Igby (Kieran Culkin) é um adolescente que não pára em escola alguma. E nem é isso que ele quer. Tem um pai - Jason (Bill Pullman) - que surtou quando ele ainda era uma criança e está internado em um manicômio; uma mãe - Mimi (Susan Sarandon) - dominadora e de extrema frieza; um irmão - Oliver (Ryan Phillipe) – completamente insensível e cínico; e um padrinho – D.H. (Jeff Goldblum) – que só pensa em dinheiro e em se dar bem. Com uma família dessas, quem seria normal?

Depois de uma temporada em uma escola militar, Igby resolve fugir de vez. Ele se esconde no estúdio da amante de seu padrinho, Rachel (Amanda Peet). Mas é a amizade com Sookie (Claire Daines) que faz com que o rapaz tente se acertar.

O filme mostra a relação conflituosa e vazia desta família, onde todos parecem se odiar. Mas, como toda família, sabemos que no fundo não é assim. Em alguns momentos cheguei a estranhar a frieza. E se aconteceu do filme despertar algum tipo de sentimento em mim é porque é bom. Eu acredito nisso.

A estranha família de Igby mostra um rapaz perdido, que sente a ausência do pai, a dominação da mãe e a indiferença do irmão, mas que precisa dar um jeito em sua vida. É uma busca de Igby para se centrar. É um bom filme, com uma trilha sonora que merece destaque. NOTA: 7

Melhor diálogo do filme:
- Que tipo de nome é Igby? (Sookie - Claire Daines)

- O tipo de nome que alguém chamada Sookie não está em posição de questionar. (Igby - Kieran Culkin)



 
A ESTRANHA FAMÍLIA DE IGBY (Igby goes down) - 2002 - Gênero: Drama - Direção: Burr Steers /// Kieran Culkin, Claire Daines, Susan Sarandon, Bill Pullman, Ryan Philips, Jeff Goldblum.