terça-feira, 19 de maio de 2009

MENINAMÁ.COM (HARD CANDY):
Neste momento, bilhões de pessoas no mundo estão conectadas à internet. Algumas delas estão vendo emails; outros, participam de chats ou conversas no MSN. No mundo digital temos informações em excesso, mas a mais importante delas não está ao nosso alcance: quem é de verdade a pessoa que está teclando neste momento com você?

Esta premissa faz parte da base do filme Meninamá.com. Ele começa com um chat entre uma menina de 14 anos e um homem de mais de 30. Eles marcam um encontro real depois de três semanas de conversas virtuais. Ao se conhecerem em um bar, a simpatia é mútua. Halley Stark (Ellen Page), a menina, é extremamente precoce para sua idade. Jeff Kohlver (Patrick Wilson) é fotógrafo e está encantado com o que vê. Ele a convida para ir à sua casa ouvir música. E Hayley aceita.

A partir daí o filme torna-se mais e mais tenso. E esta tensão sofre várias reviravoltas. Em primeiro lugar, ficamos nervosos com o fato da menina ter ido para a casa de um homem mais velho e desconhecido. Só que depois, vemos que Hayley tem seus propósitos e não é assim tão sem-noção.

Meninamá.com é, no mínimo, sensacional. Adoro filmes que mexem com o psicológico da gente. E este é um destes exemplares. A história é construída em cima de uma premissa de justiça a qualquer preço que acaba fazendo você torcer para o vingador, embora sinta pena do “bandido”. Mas, quem ali é bandido ou mocinho? Tudo depende do foco e do momento do filme.

Um dos pontos altos é a câmera, que não pára um minuto. Este efeito dá a sensação de caos e urgência que o filme exige. Os fatos ocorrem e se justificam. E no final, você se sente aliviado depois de tanta tensão.

Há algum tempo estou de olho na atriz Ellen Page e cada vez ela me surpreende mais. Sua Hayley tem a doçura e dureza pertinentes para o papel de uma menina de 14 anos que tem um objetivo sério. Sério demais para a sua idade. Não vou me surpreender se Page ganhar vários Oscars nos próximos anos. Ela está melhor a cada trabalho.

Finalizando, Meninamá.com é daqueles filmes que você não pode perder. Principalmente se gostar de suspense e filmes com teor psicológico. À princípio, lembra levemente Jogos Mortais (o primeiro, que é o melhor. O resto é lixo). Mas é bem mais polêmico. Imperdível. NOTA: 9.


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Melhor diálogo do filme:
- Você não parece o tipo de cara que precisa conhecer garotas na internet (Hayley Stark - Ellen Page)

- Bom, eu acho que às vezes é melhor conhecer as pessoas online primeiro. Você entende como elas são por dentro. Quando você é fotógrafo, você descobre muito rápido que o rosto das pessoas mente. (Jeff Kohlver - Patrick Wilson)

- Meu rosto mente? (Hayley Stark)

MENINAMÁ.COM (Hard Candy) - 2005 - Gênero: Suspense - Direção: David Slade /// Ellen Page, Patrick Wilson, Sandra Oh // Imagem: Google Images.
LINHA DE PASSE (Idem):
São Paulo, Bairro Líder. Uma comunidade carente de São Paulo. Este é o pano de fundo para o filme Linha de Passe, de Walter Salles e Daniella Thomas. Ele mostra a vida de uma família muito peculiar e, ao mesmo tempo, muito comum nestas regiões de pobreza. Uma mãe sozinha comanda seus quatro filhos e ainda espera um quinto. Esta é a realidade da maioria das famílias pobres brasileiras.

Cleusa (Sandra Coverloni) é a mãe que trabalha duro como empregada doméstica e que precisa manter seus filhos na linha. Sua maior paixão é o Corínthians. Como única mulher e figura materna e paterna, ela corta um dobrado para criar e guiar seus quatro filhos de pais diferentes. Denis (João Baldasserini) é o mais velho. Ele é motoboy e tem um filho pequeno que ajuda a criar. Dinho (Geraldo Rodrigues) é o segundo e trabalha como frentista. Tem um passado misterioso e desabonador. Hoje, arrependido, frequenta uma igreja evangélica. Dario (Vinicius Oliveira) está prestes a completar 18 anos e vive um dilema. Ele sonha em se tornar jogador de futebol profissional. Enfrenta várias “peneiras” de clubes, é bom de bola, mas não consegue uma chance. Coisa muito comum para milhares de brasileiros. Agora, chegando a maioridade, ele acredita que suas chances de ser escolhido por um olheiro diminuíram. Reginaldo (Kaique Jesus Santos) é estudante e o filho mais novo - enquanto o bebê não nasce. É o mais solitário dos filhos de Cleusa. Seu sonho é descobrir quem é seu pai. A única coisa que ele sabe é este é motorista de ônibus. Passa seus dias andando de uma linha a outra dos coletivos de São Paulo, imaginando qual motorista é o seu pai.

Linha de passe é uma história muito real. A luta diária por emprego, a vida sem perspectivas, os sonhos frustrados, a ausência de figura paterna etc. são problemas comuns na vida de muitos brasileiros das camadas mais pobres. Cleuza e seus filhos vivem o dia-a-dia sem grandes sonhos. O único que sai desta característica é Dario, que quer ser jogador profissional e mudar de vida. Os outros filhos vivem no limiar entre o que é certo e o que é errado. O que deve ou não ser feito.

É um filme muito sensível e comovente. As atuações estão irrepreensíveis. Sandra Coverloni é destaque no papel da mãe forte, dura, batalhadora e que ama seus filhos. Por isso é tão questionadora e se mete na vida de cada um dos filhos. Não é à toa que a atriz ganhou prêmio em Cannes. Cleuza é uma mulher muito forte e comum. Todo dia esbarramos com alguma Cleuza por aí. O elenco faz o filme fluir como uma boa partida de futebol. São como um time campeão. NOTA: 8.




Melhor diálogo do filme:
Não lembro de alguma marcante.

LINHA DE PASSE (Idem) - 2008 - Gênero: Drama - Direção: Walter Salles & Daniela Thomas /// Sandra Corveloni, João Baldasserini, Geraldo Rodrigues, Vinícius de Oliveira, Kaique Jesus Santos. // Imagem: Google Images.

terça-feira, 5 de maio de 2009

CINEMA PARADISO (CINEMA PARADISO):
Demorei muito para assistir este filme. Dizer que é uma obra-prima é chover no molhado. Para quem gosta de verdade de cinema, não tem como não se emocionar com o que se vê aqui. Cinema Paradiso é uma história de amor à sétima arte.

O filme mostra as lembranças de um homem, Salvatore (Jacques Perrin), depois que este descobre que seu grande amigo de infância morreu. Alfredo (Phillippe Noiret) era o projecionista do cinema da cidadezinha onde Salvatore, na época conhecido como Totó, cresceu.

Alfredo desenvolveu em Totó seu amor pelos filmes. E enquanto ele crescia apaixonado por cinema, sua cidade e os costumes iam mudando junto. Totó convence Alfredo a deixá-lo trabalhar como projecionista no cinema da cidade ainda criança. Este é o primeiro passo para que ele trabalhe com filmes ao tornar-se adulto.

Acho genial a forma como o roteiro mostra a vida na cidadezinha do interior da Itália, com todos os seus problemas. E como o Cinema da localidade é o ponto de referência de sua população. É lá que todos se divertem, que conversam, discutem, fazem política e encontram seus amores. O único meio de diversão que a cidade tem. A forma como todos conseguem se esquecer de seus problemas momentâneamente. E o ocaso do cinema também é o ocaso da cidade. Lindo! Nota: 9.



Melhor diálogo do filme: "O progresso sempre chega tarde." (Alfredo - Philippe Noiret)

CINEMA PARADISO (Idem) - 1988 - Gênero: Drama - Direção: Giuseppe Tornatore /// Salvatore Cascio, Philippe Noiret, Marco Leonardi. // Imagem: Google Images.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

DIVÃ (IN THERAPY):
Assim que vi o trailer deste filme, decidi assisti-lo. Filmes de mulheres em crise são praticamente obrigatórios para nós do sexo feminino, mesmo que a gente não admita. E este então, que tem a maravilhosa atriz Lilia Cabral no elenco, não tinha como não ver.

Divã em filme é baseado na peça de teatro estrelada pela mesma atriz, que é baseada no livro da escritora (maravilhosa!) Martha Medeiros. Ele conta a história de Mercedes, uma mulher em torno dos 40 anos, que tem um casamento estável e uma família normal, mas decide fazer terapia por sentir falta de algo que ela não sabe bem. Nesta fase, a dona de casa acaba passando por mudanças radicais e perdas muito dolorosas, que só a fazem crescer mais.

Este é um dos filmes brasileiros mais engraçados e comoventes que eu já vi. Ri e chorei ao mesmo tempo. É sensível, com ótimo roteiro e elenco. O trailer já diz tudo! Nota: 9.



Melhor citação do filme: "Para mudar é preciso dar o primeiro passo." (Frase usada na campanha publicitária)

DIVÃ (In therapy) - 2009 - Gênero: Comédia Romântica - Direção: José Alvarenga Jr. /// Lília Cabral, José Mayer, Reynaldo Gianecchini, Cauã Reymond, Alexandra Richter, Eduardo Lago, Paulo Gustavo. // Imagem: Google Images.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

DOIDAS DEMAIS (THE BANGERS SISTERS):
Lavinia (Susan Sarandon) e Suzette (Goldie Hawn) aproveitaram bem a juventude nos anos 70. Elas eram groupies e estavam sempre em eventos e shows de rock. Aprontaram muito, namoraram músicos e viveram de forma selvagem.

Passados 20 anos, cada uma seguiu sua vida e nunca mais se viram. Suzette, que ainda vive como naquela época, resolve buscar sua amiga para ver o que ela está fazendo. Quando encontra Lavinia, tem uma surpresa. Agora ela é uma respeitada e sisuda dona de casa, com filhas e uma reputação a zelar.

É aí então que começa a confusão. Enquanto Suzette espanta toda a cidade com seu jeito "esquisito", Lavinia faz tudo para afastar a amiga de seu convívio, para não ter que assumir para todos quem já foi um dia. Ela acredita que vai perder a moral perante a sociedade e suas filhas, mas não vê que isso já aconteceu há muito tempo. E Suzette está lá para ajudá-la.

Doidas demais não é uma maravilha. É aquele típico filme esquecível que você assiste na Sessão da tarde para passar o tempo. Mas tem um lado engraçado, ao meu ver. A gente sempre ouve falar das tais groupies, mas nunca sabe o que aconteceu com elas. O filme aponta uma possibilidade.

Detalhe para Goldie Hawn fazendo o papel de uma "groupie" mais velha, enquanto sua filha Kate Hudson também interpretou uma em Quase famosos. Seria Suzette a versão mais velha de Penny Lane? rs. Nota: 6.

Melhor diálogo do filme:
- Suzette? É você? (Lavinia - Susan Sarandon)

- Sim! Bom, o nariz, os lábios e os peitos não sou eu, mas eu estou aqui em algum lugar! (Suzette - Goldie Hawn)

DOIDAS DEMAIS (The Bangers sisters) - 2002 - Gênero: Comédia - Direção: Bob Dolman /// Goldie Hawn, Susan Sarandon, Geoffrey Rush, Erika Christensen, Robin Thomas, Eva Amurri // Imagem: Google Images.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

ACOSSADO (À BOUT DE SOUFFLE):
Toda vez que assisto a um clássico do cinema mundial fico feliz e ansiosa ao mesmo tempo. Feliz porque conheço um pouco mais da arte que mais mexe comigo. E ansiosa porque, como vou assistir a um clássico, tenho medo de não compreender toda a essência ou tudo aquilo que o diretor quis passar.

Acossado é um filme do diretor francês Jean-Luc Godard e, por isso, me amedrontava assistir. Mas quando vi pela primeira vez, senti que era uma tremenda bobagem minha. Afinal, o filme é simplíssimo! Não tem como não entender.

Ele conta a história de Michel Poiccard (Jean-Paul Belmondo), um jovem que vive de trapaças aqui e ali e de explorar amigos e mulheres. Ele se sente o próprio gangster, mas está longe de ser um. Ao roubar um carro, Michel acaba se metendo em confusão ao tentar fugir da Polícia. Ele mata um policial e foge. Vai para Paris para buscar um dinheiro que lhe devem e para encontrar a mulher que ama: a americana Patrícia (Jean Seberg). Ele pretende fugir com a amada para a Itália, mas primeiro precisa convencê-la.

Para quem conhece o estilo, Acossado é Nouvelle Vague puro, com cortes inesperados das cenas sem que este tipo de edição prejudique o decorrer da história. Ele também não deixa de ser uma história de amor. Afinal, Michel passa horas e horas em D.R. (Discussão de Relacionamento)com Patrícia. Esta, não tem certeza do seu amor pelo jovem francês. Sua indecisão acaba sendo um ponto crucial para a história de Michel.

Sem querer criticar um grande mestre, mas já criticando... Sinto uma ponta de revolta contra as mulheres em algumas partes do filme. Como se todas só pensassem em dinheiro e o amor ficasse em segundo plano. Poderia não ser nos anos 60, mas hoje isso é um clichezão enorme! Mas a gente perdoa o Godard... Nota: 9.

Melhor citação do filme: "É tarde demais para voltar atrás." (Patrícia Franchini - Jean Seberg)

ACOSSADO (À bout de souffle) - 1960 - Gênero: Drama - Direção: Jean-Luc Godard /// Jean-Paul Belmondo, Jean Seberg // Imagem: Google Images.
CHE - PARTE 1 (CHE, EL ARGENTINO):
Até mesmo o ser mais alienado do mundo conhece a imagem de Che Guevara. Esta pessoa pode até não ser um às em história mundial, mas é normal ver fotos do guerrilheiro argentino estampando de tudo: anúncias, camisetas, bonés, bottons, CDs etc. O irônico disso tudo é que a imagem de Che banalizou-se tanto que virou ícone daquilo pelo qual ele mais lutou: o imperialismo (da mídia, no caso).

O filme de Sodenberg traz um Ernesto Guevara (Benício Del Toro) mais cru. Em início de carreira como guerrilheiro. Mais precisamentem em 1956, quando ele, Raul Castro (Rodrigo Santoro) e Fidel Castro (Demián Bichir) planejavam tomar Cuba das mãos de Fulgêncio Batista e acabar com seu governo corrupto.

Che - parte 1 é quase como um documentário. Ele mostra o cotidiano dos guerrilheiros enquanto estão na frente de batalha em prol da revolução. Mostra os ideais de Guevara e o quanto ele se dedicou à tomada da ilha e aos seus comandados. Em alguns momentos, esta relação de Che com os guerrilheiros chega a ser engraçada. É como se ele fosse um pai tomando conta e educando os filhos menores.

Ao mesmo tempo em que traz a guerra pela tomada de Havana, o filme também mostra Che indo falar na tribuna da ONU. Isto é em outro momento, em 1962, quando Cuba já estava livre de Batista. O filme intercala os momentos da guerrilha com os de Che em Nova York.

Benicio Del Toro está ótimo como Che Guevara. Aliás, o filme é ótimo. Uma aula de história das Américas. Fiquei curiosa para ver a segunda parte. Mas há um porém. Ele não é um filme muito fácil de assistir. Para quem está acostumado com a atual linguagem dos filmes, com imagens rápidas e sem muito tempo para que o telespectador pense, Che - parte 1 não será agradável. Ele é bem lento. Por isso, muita gente vai achar chato. Mas para quem se interessa por história e por esse ícone latino-americano é uma ótima pedida. Nota: 08.

Melhor citação do filme: "O verdadeiro revolucionário é guiado por sentimentos de amor. Amor pela humanidade, justiça e verdade. É impossível pensar em um autêntico revolucionário sem essa qualidade." (Ernesto 'Che' Guevara - Benicio Del Toro)

CHE - PARTE 1 (Che, el argentino) - 2008 - Gênero: Drama biográfico - Direção: Steven Soderbergh /// Benício Del Toro, Demián Bichir, Rodrigo Santoro, Catalina Sandino Moreno // Imagem: Google Images.

segunda-feira, 30 de março de 2009

PALAVRA (EN)CANTADA (IDEM):
Fui ver este documentário completamente descompromissada. Na verdade, eu tenho um problema. Quase nunca vejo documentários. É raro eu sair para assistir um. Mas prometo que vou mudar isso.

Aliás, Palavra Encantada é um ótimo começo para quem não tem o hábito de assistir documentários começar a deixá-lo de lado. É um filme lindo, um presente para todos aqueles que falam a Língua Portuguesa e que gostam de música e literatura.

O documentário traz diversos depoimentos de cantores, compositores, músicos, poetas e escritores sobre a Língua Portuguesa e sua sonoridade. Eles usam poemas e música para mostrar como nossa língua é linda e como tem um ritmo próprio, leve. Diferente de muitas outras línguas por aí.

Palavra Encantada é lindo em todos os sentidos. É uma viagem para dentro de nós mesmos, da nossa cultura e da nossa língua pátria. Deveria ser exibido em todas as escolas do país. O problema é que ninguém se preocupa com este tipo de iniciativa por aqui. Infelizmente...

Recomendo o filme para qualquer um que se sinta brasileiro não só no período da Copa. Nota: 9.

Melhor citação do filme: Infelizente não anotei uma boa... :-(

PALAVRA (EN)CANTADA (Idem) - 2008- Gênero: Documentário - Direção: Helena Solberg /// Caetano Veloso, Arnaldo Antunes, Lenine, Adriana Calcanhoto, Maria Bethânia, Gustavo Black Alien, Chico Buarque, Zélia Duncan, Antônio Cícero // Imagem: Google Images.

quarta-feira, 25 de março de 2009

O LEITOR (THE READER):
Michael Berg (Ralph Fiennes) é um advogado sério e fechado. Ele sai com mulheres, mas não mantém os relacionamentos. Sua relação com a filha também não é nada próxima. Ao que parece, ele ficou traumatizado por um relacionamento antigo, que não teve um final feliz.

Quando era apenas um rapaz, Michael se envolveu com uma mulher mais velha: Hannah (Kate Winslet). Ela o ajudou quando o rapaz estava doente e despertou seu interesse. Acontece que Michael também despertou o dela e ambos viveram um curto romance, logo após a Segunda Guerra Mundial. A relação dos dois tinha uma curiosidade. Hannah gostava que o rapaz lesse para ela alguns dos livros que estava estudando na escola.

Mas nem tudo são flores na vida e Hannah desaparece da vida de Michael um certo dia. O rapaz fica muito mal, logicamente. Anos depois, já estudante de Direito, Michael reencontra Hannah em um tribunal. Ela está sendo julgada por atrocidades contra judeus em um campo de concentração, onde foi guarda por alguns anos.

O filme capricha no traço dramático da história. Hannah é culpada, mas carrega um segredo que prefere não revelar. Este segredo poderia amenizar sua pena. Mesmo assim, ela prefere continuar sem revelá-lo. Enquanto isso, Michael é obrigado a conviver primeiro com o julgamento da primeira mulher que amor e depois com a culpa pelos anos em que ela ficou presa e que ele não a ajudou.

O leitor é o típico dramalhão que consegue nos segurar na cadeira. Mas, confesso que algumas coisas me incomodaram. Acho que a trama se dividiu em várias coisas diferentes e que não tinham muito a ver entre si. É como se fossem muitos filmes em um só. Não sei... Achei que por serem tantos, as tramas se perderam um pouco e não foram melhor aproveitadas. Mas não é um filme ruim. É bem interessante. Nota: 7.

Melhor citação do filme: "Não importa como eu me sinto. Não importa o que eu penso. Os mortos continuarão mortos." (Hanna Schmitz - Kate Winslet)

O LEITOR (The reader) - 2008- Gênero: Drama - Direção: Stephen Daldry /// Kate Winslet, Ralph Fiennes, David Kross // Imagem: Google Images.

segunda-feira, 9 de março de 2009

QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO? (SLUMDOG MILLIONAIRE):
Bollywood invade Hollywood! E logo nas mãos de quem? Do cineasta inglês mais conhecido por filmes como Cova Rasa, Extermínio e o megacult Trainspotting. Considerando seu currículo tão eclético não é de estranhar que Boyle tenha sentido vontade de fazer esse filme.

Baseado em um romance de Vikas Swarup, Quem quer ser um milionário parece bobo à princípio, mas é preciso olhar nas entrelinhas. Mesmo com tanto carnaval visual e a história romântica que tomam conta do filme, o filme mostra uma Índia muito diferente da que aparece na novela da Globo.

Quem quer ser um milionário conta a história de Jamal Malik (Dev Patel). Ele tem 18 anos, trabalha como "rapaz do chá" em uma empresa de telemarketing e está prestes a se tornar um milionário. Ele está participando de um programa de TV chamado "Quem quer ser um milionário" e, até agora, acertou todas as perguntas.

Mas como é um rapaz pobre, sem instrução, os acertos de Jamal são colocados em dúvida. Será que ele está recebendo dicas de alguém? Será que está roubando?

Quem tenta descobrir isso é a Polícia. Jamal, então, conta como conseguiu responder a todas as perguntas e, ao mesmo tempo, conta a sua difícil história de vida.

A construção da história do filme é o destaque, na minha opinião. Talvez por isso tenha ganho o Oscar - merecido - de melhor edição. Ela te envolve e você fica torcendo e sofrendo com os personagens.

A história de amor entre Jamal e Latika (Freida Pinto) tem momentos de extrema tristeza. Mas o filme não pode ser considerado um dramalhão. Pelo contrário. O clima do filme é de alegria e festa. Talvez porque todo mundo fica torcendo para que Jamal acerte a última pergunta, se torne mesmo um milionário e termine com sua amada. No primeiro momento parece bobo, mas diverte e, sinceramente, mereceu o Oscar de melhor do ano. Nota: 9.

Melhor cena do filme: A que o pequeno Jamal consegue o autógrafo de seu ídolo de cinema favorito.

Melhor citação do filme: "Eu sabia as respostas." (Jamal Malik - Dev Patel)

QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO (Slumdog millionaire) - 2008- Gênero: Drama - Direção: Danny Boyle /// Dev Patel, Saurabh Shukla, Freida Pinto // Imagem: Google Images.

O CURIOSO CASO DE BENJAMIM BUTTON (THE CURIOUS CASE OF BENJAMIM BUTTON):
Em 1918, as pessoas comemoram o fim da Primeira Guerra Mundial. Enquanto isso, na mansão dos Buttons, nasce um menino diferente. Sua mãe morre no parto e o pai, ao olhá-lo pela primeira vez, não aguenta e foge com ele. Deixa o menino em um asilo. Lá, ele ganha uma mãe e um nome: Benjamim (Brad Pitt).

O asilo é o melhor lugar para Benjamim crescer. Ele nasceu diferente. Não era um bebê como todos os outros; ele era idoso e tinha todas as doenças características da velhice. Benjamin foi "privilegiado" com o rejuvenescimento ao invés do envelhecimento.

O curioso caso de Benjamim Button é tirado de um conto homônimo de F.Scott Fitzgerald. Ele mostra as aventuras, agruras e desventuras da vida de um homem que começa a vida pelo fim e vai terminá-la no começo. Com o passar do tempo, Benjamim percebe que rejuvenescer não é assim tão bom. Afinal, nós vemos quem amamos envelhecer e perecer com a idade. Na verdade, se pudéssemos todos rejuvenescer ao invés de envelhecer, o fim também seria ruim. Filosofei! rs

Benjamim tenta fazer da vida o melhor que pode. Mas seu amor à primeira vista por Daisy (Cate Blanchet) - que conheceu ainda menina, quando visitava a avó dela no asilo - o ensina sobre o que é amar e sofrer.

O curioso Caso de Benjamim Button lembra um pouco Forrest Gump. Ambos narram a trajetória de dois homens que nasceram e cresceram diferentes. São sagas de vidas incompreendidas. Mas enquanto Forrest tem a inocência e o lado cômico, mesmo dentro de vários dramas, Benjamim conhece desde cedo as tristezas da vida. Ambos amam uma mulher à primeira vista desde que eram crianças (mesmo Benjamim aparentando velhice, ele era jovem), viram a indiferença de suas amadas e depois, o amor delas.

O filme sobre a vida de Benjamim Button é bem lento e longo. Mas isso não atrapalha, mesmo em momentos que poderiam ser mais curtos. Mas o tempo que o filme leva te envolve na história de Benjamim. E quando o inevitável acontece, você sofre junto.

É um filme triste, que faz pensar na vida, no processo de envelhecimento e na morte. Recomendado para os mais sensíveis.Nota: 9.

Melhor citação do filme: "Querido! Mais cedo ou mais tarde todos acabamos usando fraudas." (Daisy - Cate Blanchet)

O CURIOSO CASO DE BENJAMIM BUTTON (The curious case of Benjamim Button) - 2006 - Gênero: Drama - Direção: David Fincher // Brad Pitt, Cate Blanchett, Julia Ormond // Imagem: Google Images.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

MAIS ESTRANHO QUE A FICÇÃO (STRANGER THAN FICTION):
Quando li sobre o que tratava este filme fiquei muito curiosa para ver. O roteiro sempre chama a minha atenção. Mais do que quem é o ator principal ou o diretor. Se a história é boa, fico motivada para ver.

Mais estranho que a ficção mostra a história de Harold Crick (Will Ferrell). Literalmente falando. Explico: Harold é um cara comum com uma vida bem medíocre. Trabalha como fiscal da Receita Federal americana, não tem hobbies e não faz nada de emocionante. Até que um dia ele acorda, começa a fazer todo o seu ritual diário e... ouve a voz de uma mulher narrando seus passos. Todos eles. A partir daí, Harold não para mais de ouvir a narração dos seus atos. Apenas ele escuta, o que o faz pensar estar maluco. Mas acaba descobrindo que estão mesmo escrevendo sua história e que o desfecho pode não ser bom para ele.

O roteiro chamou minha atenção porque eu - na minha imaginação estilo "Fantástico mundo de Bob" - achava, quando criança, que alguém escrevia a minha história, cada passo que eu dava. Como nesse filme. Passava horas pensando nisso (ok, eu não era uma criança muito normal...). Por isso que o filme logo chamou minha atenção. Ele realmente é muito legal, mas tem um momento que começa a ficar chato, cansativo, longo e piegas. Acho que o autor do roteiro não teve coragem para terminá-lo como deveria e fez com que Karen Eiffell (Emma Thompson), a autora do livro sobre a vida de Harold, que está passando por uma crise literária, terminasse a história de forma óbvia.

Quem me surpreendeu foi o Will Ferrell. O papel de Harold Crick é bem denso. Vai do cômico ao trágico em segundos. E ele, que sempre faz comédias (incluindo as mais idiotas), soube segurar e defender muito bem seu papel. Ferrell conseguiu fazer rir e chorar com o mesmo talento. Mérito dele, que deveria exercer seu lado dramático outras vezes.

O filme é bem legal e tem aquela coisa de ineditismo que anda faltando em Hollywood. Mas o final poderia ser melhor. Nota: 7.

Melhor citação do filme: "Você não entende que esta não é uma história para mim... É a minha vida! Eu quero viver! (Harold Crick - Will Ferrell)

MAIS ESTRANHO QUE A FICÇÃO (Stranger than fiction) - 2006 - Gênero: Drama - Direção: Marc Forster // Will Ferrell, Maggie Gyllenhaal, Dustin Hoffmann, Emma Thompson, Queen Latifah // Imagem: Google Images.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

PECADOS INTIMOS (LITTLE CHILDREN):
Este é mais um daqueles filmes onde os americanos resolvem fazer uma obesrvação da vida pacata e tediosa dos moradores dos subúrbios em seu país... Como em Beleza Americana, eles procuram retratar comportamentos e analisar atitudes "escandalosas", mas que ao meu ver não são tão absurdas assim.

Pecados íntimos mostra o começo, o meio e o fim do relacionamento entre Sarah (Kate Winslet) e Brad (Patrick Wilson). Ambos tem seus respectivos cônjuges e ambos levam vidas frustrantes. Sarah é praticamente ignorada pelo marido e vive entediada com sua vida de dona de casa. Brad está desempregado e é quem cuida do filho e da casa, enquanto sua mulher é bem sucedida em sua carreira. Óbvio que o encontro de tantas frustrações só poderia dar nisso mesmo.

Sarah e Brad vivem suas vidas encontrando-se e cuidando dos filhos, enquanto mantém as aparências de felicidade para o bairro. Enquanto isso, a região é "assombrada" pela libertação de um pedófilo, que vai morar com a mãe.

Pecados íntimos me lembra Beleza Americana demais. Afinal, eles mostram a vida escondida dos moradores de bairros de subúrbios americanos. Mas ambos não me deixaram tão chocada. Que saída Sarah e Brad teriam? Afinal, são seres humanos. O problema principal desse filme é a aquela aura de "filme cabeça" que ganhou. Aí fica parecendo que é a oitava maravilha do mundo, quando é apenas bom. Nota: 6.

Melhor diálogo do filme:
- Ah, que legal! Então agora trair seu marido faz de você uma feminista? (Mary Ann - Mary B. McCann)

- Não, não, não. Não é a traição. É a ânsia. A ânsia por uma alternativa e a recusa em aceitar uma vida de infelicidade (Sarah Pierce - Kate Winslet)

PECADOS ÍNTIMOS (Little children) - 2006 - Gênero: Drama - Direção: Todd Field // Kate Winslet, Patrick Wilson, Jennifer Connelly, Mary B. McCann // Imagem: Google Images.
OS SEM FLORESTA (OVER THE HEDGE):
R.J. (voz de Bruce Willis) é um guaxinim muito esperto e guloso, que um dia cai na tentação de subir até a caverna do urso Vincent (Nick Nolte) para roubar a comida guardada para o período de hibernação. Obviamente é pego no flagra! A comida cai no abismo e, para não ser engolido, R.J. promete que vai devolver tudo até a lua cheia. Mas para isso, vai precisar de ajuda.

Tentando resolver seu problema, ele dá de cara com uma turma de animais do tipo coletor que passou o inverno dormindo e está sem comida. Para piorar a situação, quando acordaram as coisas já não eram iguais a quando foram dormir. Uma enorme cerca foi construída para guardar um luxuoso condomínio. Os animais ficaram apenas com um pedacinho da floresta e podem passar fome por não achar o que comer. É aí que R.J. aparece para eles com uma solução mágica: por que não roubar a comida dos humanos?

Os sem floresta é uma animação com bichinhos fofos e engraçadinhos. Mas, como toda animação que se preze, tem uma lição de moral. No caso, tem até mais de uma. Assim, conquista as crianças e o público adulto. É animação garantida, mas não chega a ser um filme inesquecível. É só divertido mesmo e mais nada. Nota: 6.

Melhor citação do filme: "Nós comemos para viver. Os humanos vivem para comer." (RJ - Bruce Willis)

OS SEM FLORESTA (Over the hedge) - 2006 - Gênero: Animação - Direção: Tim Johnson & Karey Kirkpatrick // Bruce Willis, Gary Shandling, Wanda Sykes, William Shatner, Nick Nolte, Thomas Haden Church, Steve Carrell // Imagem: Google Images.
RATATOUILLE (IDEM):
Remy (Patton Oswalt) tem um dom. Ele sabe combinar cheiros e sabores muito bem, levando a pratos divinos. Mas há um problema: Remy é um rato. Por isso fica difícil seguir seu dom e seu desejo de ser um grande chefe como seu mentor Gusteau (Brad Garrett). Sua família é a primeira a ir contra.

Um dia, ele acaba parando em Paris, exatamente no restaurante de Gusteau. Sem querer, acaba ajudando Linguini (Lou Romano), um jovem contratado como faxineiro. O rapaz não leva jeito para a cozinha e muito menos para a faxina. Mas com a ajuda de Remy, que o faz, literalmente, de marionete, ele vai se tornar um grande chef.

Ratatouille é um filme para ser visto depois de ter almoçado ou jantado. Do contrário, o apetite vai despertar. Ver os bastidores de uma cozinha de restaurante é bem interessante. Tudo bem que o filme é uma fantasia e que nada daquilo aconteceria na vida real. Mas ver os alimentos serem preparados sempre causa fome.

O filme em si é bem legal. Divertimento para a família. Não é o melhor de todas as animações Disney/Pixar, mas não é ruim. Nota: 7.

Melhor citação do filme: "Eu odeio ser rude, mas... nós somos franceses!" (Colette - Janeane Garofalo).

RATATOUILLE (Ratatouille) - 2007 - Gênero: Animação - Direção: Brad Bird // Patton Oswalt, Lou Romano, Janeane Garofalo, Peter O'Toole, Ian Holm, Brad Garrett // Imagem: Google Images.

sábado, 31 de janeiro de 2009

A LENDA DE BEOWULF (BEOWULF):
Para não perder tempo, já vou logo afirmando: detesto esse filme! Não simpatizo nem um pouco. Somente com a técnica de animação de captura dos movimentos dos atores. O resto, detesto. Principalmente porque para eu gostar de um filme, a primeira coisa que tem que me chamar a atenção é o roteiro. Isto não aconteceu aqui.

A lenda de Beowulf teve minha antipatia desde que vi seus primeiros trailers marcando a estreia no cinema. Não senti a menor vontade de ver. Assisti hoje via TV à cabo. Não tinha nada melhor para fazer. Não gostei simplesmente porque tem determinados filmes feitos para o público masculino que não me causam o menor impacto. Alguns causam, mas outros eu detesto. É o caso desse.

Este filme conta uma antiga lenda dinamarquesa. Beowulf (Ray Winstone) chega até este reino quando a população está com problemas com um monstro. Ele ataca sempre que há festas. Beowulf consegue eliminar o monstro, mas depois tem que se ver com a mãe dele. Ela promete transformar o herói em um grande rei se ele fizer um filho nela. Anos depois, a confusão retorna ao reino. (Tô até com preguiça de escrever sobre a história).

Em resumo: achei um saco e uma perda de tempo e dinheiro. Não achei a menor graça! O enredo não me cativou e, na verdade, eu tava até torcendo para os monstros... Nota: 4 (por causa da técnica captura de movimento dos atores para fazer a animação).

Melhor citação do filme: "Tenha-me na memória não como um rei ou um herói. Mas como um homem: que comete erros e tem falhas." (Beowulf - Ray Winstone)

A LENDA DE BEOWULF (Beowulf) - 2007 - Gênero: Animação - Direção: Robert Zemeckis // Ray Winstone, Robin Wright Penn, Anthony Hopkins, John Malkovich, Angelina Jolie // Imagem: Google Images.
O LUTADOR (THE WRESTLER):
Randy "The Ram" Robinson (Mickey Rourke) já foi um grande atleta de luta-livre. Ele dominou os anos 80, ganhando muito dinheiro e fãs. Hoje, 20 anos depois, Randy continua lutando. Mas não é nem a sombra do que era naquela época.

O lutador mostra a triste história do decadente Randy. Ele vive com o pouco dinheiro que consegue nas poucas lutas que faz. Também trabalha em um supermercado por meio período. É apaixonado por Cassidy (Marisa Tomei, linda!), uma dançarina de boate erótica que o vê apenas como amigo. E tem uma filha, Stephanie (Evan Rachel Wood), que, por causa do seu abandono, não o quer ver nem pintado de ouro. Acontece que Randy agora está passando por um problema... Ele tem que parar de lutar, pois está com um grave problema de coração.

O filme de Darren Aronofscky é muito triste e comovente. Adorei o jeito que ele escolheu filmar: a maioria do tempo, ele segue o personagem de Randy. Mickey Rourke aparece muitas vezes de costa, o que dá a impressão de que ele ainda é um grande lutador. Ao mesmo tempo, parece que Randy está sempre entrando no ringue para lutar. O que não deixa de ser verdade, metaforicamente falando.

É um filme duro e triste, que mostra como pesa a decadência e como a gente comete erros quando está por cima. Eu não estava muito animada para ver, mas fiquei surpresa.

Ao mesmo tempo, personagem e ator se confundem. A vida de Randyy "The Ram" Robinson e de Mickey Rourke não são muito diferentes. Este também foi um ator de muito sucesso nos anos 80. Uma estrela de alto nível. Até que começou a surtar e hoje é uma caricatura de si mesmo. Estragou seu corpo e seu rosto e está mais parecido com um Frankstein. E isso não tem nada a ver com a idade. Ainda bem que, pelo menos no caso de Rourke, ele está tendo uma segunda chance em Hollywood. Nota: 8.

Melhor diálogo do filme:
- Merda! Eles não fazem músicas como se costumava fazer... (Randy 'The Ram' Robinson - Mickey Rourke)

- Os anos 80, cara! Foi a melhor coisa no mundo! (Cassidy - Marisa Tomei)

- Pode apostar, madame! Guns 'N' Roses são demais! (Randy)

- Motley Crue! (Cassidy)

- Yeah! (Randy)

- Def Leppard! (Cassidy)

- Então vem aquele bicha do Cobain e destrói tudo isso... (Randy)

O LUTADOR (The wrestler) - 2008 - Gênero: Drama - Direção: Darren Aronofsky // Mickey Rourke, Marisa Tomei, Evan Rachel Wood // Imagem: Google Images.

domingo, 4 de janeiro de 2009

MARCELO ZONA SUL (IDEM):
Nunca tinha ouvido falar deste filme até ser apresentada a ele. E fiquei surpresa... Além de ser um filme brasileiro do início dos anos 70, onde só se produzia pornochanchada na maioria do tempo, ele é sobre a adolescência. Pensei: "se nem os americanos conseguem fazer um filme descente sobre esta fase da vida, imagina os brasileiros".

Mas não!!! Neste caso, esta afirmativa é bem preconceituosa... E digo mais: Marcelo Zona Sul é um dos filmes mais legais que eu já vi sobre a adolescência. Não mostra os teens como retardados, como a maioria dos filmes desta faixa etária faz. A adolescencia é tratada com todo respeito e sensibilidade.

Marcelo (Stepan Nercessian) tem 16 anos e está quase terminando o ginásio (daquela época... não sei o correspondente atual). Mas não gosta de estudar, não está bem aí pras aulas e vive sonhando com viagens, aventuras e praia. Ele namora Renata (Françoise Forton), uma menina mais certinha. Um dia, convence ela a matar aula e passear por aí. Eles levam dois amigos para a Floresta da Tijuca. Só que o passeio dá errado e o carro não funciona na volta. Isto causa um problemão para os adolescentes.

Fiquei fascinada com o roteiro desse filme. Achei muito sensível e verdadeiro. Você vê as angústias que esta faixa etária traz de verdade. Poucos filmes de adolescentes fazem isso. O mais engraçado é que ele é bastante atual. O filme retrata o tédio e a falta de perspectivas reais desta faixa etária, que se repete até hoje. Muito legal! Nota: 9.

Melhor citação do filme: "Essa é minha mãe? Muito prazer." (Marcelo - Stepan Nercessian)

MARCELO ZONA SUL (Marcelo Zona Sul) - 1970 - Gênero: Drama - Direção: Xavier de Oliveira // Stepan Nercessian, Françoise Forton, Lula, Simone Malaguti // Imagem: Google Images.
CREPÚSCULO (TWILIGHT):
Fui assistir a esse filme no cinema com uma amiga, completamente alheia ao sucesso comercial que ele fazia entre os adolescentes. Eu já tinha ouvido falar da série de livros, mas "não liguei o nome à pessoa". De certa forma foi bom. Assim, fui assistir isenta da histeria.

Crepúsculo é o primeiro livro/filme da série escrita por Stephenie Meyer. Como diversos romances existentes no mundo, ele trata da história de um amor praticamente impossível. No caso, é entre uma humana, Bella Swann (Kristen Stewart), e um vampiro, Edward Cullen (Robert Pattinson). O mérito é todo da escritora pois, entre tantas histórias de amor impossíveis no mundo, ela foi justamente trabalhar um filão pouco ou mesmo nunca explorado.

Bella muda-se para o condado de Forks para viver com seu pai. Ela conhece Edward na escola e fica fascinada pelo rapaz. Ele é misterioso, quieto e parece não gostar da sua presença. Mas na verdade, está confuso sobre os sentimentos que a moça desperta nele. Bella descobre o que Edward é de verdade e os dois resolvem assumir o romance.

Claro que não vai ser fácil. Existem muitos perigos envolvendo a relação. Além do próprio Edward ter que constantemente lutar contra seus instintos de vampiro caçador, um clã rival ronda o condado e Bella pode ficar em perigo.

Crepúsculo traz muita ação e romance. Mas achei a produção "meia boca"... Parece que tudo foi feito à toque de caixa, para não perder o bonde do sucesso do filme. Sinceramente, com um sucesso comercial desses nas mãos, deviam ter feito um filme mais cuidadoso. Além disso, não acho que Robert Pattinson seja um bom ator. Desde sua aparição em um dos filmes de Harry Potter que o acho fraco. E nada bonito.

Claro que os fãs da série não concordarão comigo. Mas eu, macaca velha de cinema e amante de histórias de vampiros, não caí nas graças desse filme. A história é original. Os livros devem ser interessantes. Mas para quem é iniciado em histórias de vampiros, houve muita desvirtualização das criaturas das trevas. Aquela história de poder pegar sol e ficar brilhando como diamente provavelmente fez Bela Lugosi e Bram Stocker se contorcerem no túmulo! Foi demais pra mim... Por essa e por outras que minha nota é baixa. Nota: 6.

Melhor citação do filme: "E então o leão se apaixonou pelo carneiro..." (Edward Cullen - Robert Pattinson)

CREPÚSCULO (Twilight) - 2008 - Gênero: Romance - Direção: Catherine Hardwicke // Kristen Stewart, Robert Pattinson // Imagem: Google Images.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

QUEM VAI FICAR COM MARY? (THERE'S SOMETHING ABOUT MARY):
Os irmãos Farrelly apresentam aqui uma história de amor misturada com humor. Ou seja, este filme é uma comédia romântica. Claro que, devido ao histórico dos diretores, não é igual a todos os outros. Afinal, os Farrelly tem seu próprio estilo.

Quem vai ficar com Mary conta a história de Ted (Ben Stiller), um homem que não consegue esquecer sua adolescência traumática. Ele conseguiu convidar a garota de seus sonhos, Mary (Cameron Diaz), para o baile da escola, mas na hora de levá-la um terrível acidente humilhante terminou com todas as chances que ele poderia ter. Pelo menos era o que ele achava.

Ted não consegue esquecer Mary e resolve contratar um detetive particular para encontrá-la. Acontece que Healy (Matt Dillon), além de encontrar apaixona-se pela moça. Aliás, isto é um problema para a pobre Mary. Vários homens se apaixonam por ela, mas ela está sempre sozinha, mesmo sendo linda. Os motivos são explicados no filme, claro.

Os "homens de Mary" são em sua maioria figuras bastante esquisitas. Típicos personagens dos irmãos Farrelly. Fora o cara que fica narrando a história em forma de canção. Este não tem envolvimento com ela, mas é um chato de galocha...

O filme é muito engraçado para quem gosta de comédias escrachadas. Acho que é um filme perfeito para se ver em casal, pois tem o lado romântico que as mulheres gostam e a comédia que beira a escatologia que é a preferida de muitos homens. É muito legal e sempre que posso eu revejo. Nota: 9.

Melhor cena do filme: Com certeza, aquela logo do começo, quando Ted (Ben Stiller) prende o pinto no zíper.

QUEM VAI FICAR COM MARY? (There's something about Mary) - 1998 - Gênero: Comédia - Direção: Peter e Bob Farrelly // Ben Stiller, Cameron Diaz, Matt Dillon // Imagem: Google Images.