quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

MUNIQUE (MUNICH):
No ano de 1972, durante as Olimpíadas de Munique, 11 atletas israelenses foram mortos por um grupo terrorista palestino chamado Setembro Negro. O episódio marcou a história dos jogos olímpicos e foi mais uma demonstração da crueldade e da ignorância humana. Mas o que se seguiu aos ataques também exemplifica isto, mais uma vez. Em retaliação, o governo israelense escalou entre agentes da Mossad (pelo que entendi, uma mistura de FBI e CIA no país) para assassinar secretamente os participantes do ato terrorista. Munich parte desta premissa.
Eu não era nascida na época, confesso minha completa ignorância sobre o acontecido na Olimpíada e minha pouca versação sobre o conflito Israel-Palestina. Mas uma coisa eu sei: ações como esta deveriam ter sido extintas do planeta há anos. Quanto mais leio nor jornais sobre atos terroristas pelo mundo, guerras etc, tudo em nome de Deus, Alá, Mohamed ou sei lá quem mais, me pergunto: Será mesmo que estas pessoas acreditam que Deus (ou seus correspondentes em cada religião) realmente aprova isso? A matança entre irmãos? Pelo menos é isso que se diz nos livros sagrados de qualquer religião, né? Que somos todos irmãos. Maldito radicalismo!
Confesso que achei Munich muito difícil de acompanhar. Ele é cheio de fatos históricos e culturais que eu ignoro. Mas uma coisa eu preciso salientar: a coragem do diretor Steven Spielberg e, claro, dos seus roteiristas. Ao contrário do que ouvi muita gente dizendo, o filme não é "pró-judeu". E olha que Spielberg é judeu. Ele não é pró ninguém no filme, embora o foco fique nos agentes israelenses. Spielberg colocou no mesmo patamar os palestinos que atacaram os atletas nas Olimpíadas e os israelenses do Mossad que foram atrás deles para executá-los. Porque no fundo é isso mesmo. Todos farinha do mesmo saco. Nada de diplomacia; apenas bomba. E foi exatamente isso que Spielberg quis mostrar. Que nesta história entre Israel e Palestina não há bandidos ou mocinhos. Todos praticam atrocidades. Mas o filme é tão complexo e tão cheio de acontecimentos que os mais desavisados podem não ter percebido. Aliás, deve ser por isso também que o filme não ganhou Oscar algum. Como assim colocar terroristas "maus" palestinos e agentes "bonzinhos" do Mossad israelense no mesmo patamar? É pra se pensar, Humanidade... Nota: 7.
Melhor citação do filme: "Esqueça a paz por enquanto. Nós temos que mostrar a eles que somos fortes." (Golda Meir - Lynn Cohen)
MUNIQUE (Munich) - 2005 - Gênero: Drama - Direção: Steven Spielberg // Eric Bana, Daniel Craig, Geoffrey Rush, Lynn Cohen // Fonte da Imagem: IMDB.

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